Bea
Entrei na boate, deixando do lado de fora tudo o que eu tinha vivido com Luca, e tentei me desfazer do nó em minha garganta ao lembrar de como ele estava incomodado com meu encontro com Pietro, o quanto estava arrependido de ter me proposto aquilo. Me senti culpada a cada momento enquanto me preparava para sair, sabendo o quanto o estava machucando. Eu não devia tê-lo beijado... Eu...
Pietro agarrou minha cintura assim que passei pela porta, me puxando para um canto. A boate estava mais cheia do que na noite anterior, a música era mais agitada e as bebidas perfumavam o ambiente.
⸻ Tudo isso é saudade de mim? ⸻ sorri passando meu indicador por seu cavanhaque.
Ele estava mais limpo, aparentemente havia se preparado para mim.
Sua mão me apertou ainda mais, juntando meu corpo ao seu. ⸻ Nenhuma mulher jamais me dispensou como você... Putana!
Sorri aproximando minha boca de seu ouvido e descendo minha mão para acariciar sua calça. ⸻ Mas eu voltei... E serei toda sua, se souber tratar uma mulher como eu.
Sua mão agarrou meu queixo, enquanto trincava os dentes de puro tesão reprimido ⸻ Vou mostrar como se trata uma mulher como você.
Não tive tempo de responder, ele me jogou por cima do ombro como um homem das cavernas e começou a subir as escadas, agarrei meu celular preso no decote do vestido vermelho e matador que havia escolhido para aquela noite.
De cabeça para baixo, não tinha como eu me sentir mais humilhada com a situação, porém, ninguém ao redor parecia se importar o suficiente para olhar para nós. Fiquei tensa quando passamos da área com o barrado de vidro, os "camarotes" também estavam cheios. Ele abriu uma porta, passou por ela, e antes de me colocar no chão, espalmou a mão em minha bunda descoberta fazendo um fio de raiva me corroer.
Seu olhar felino, fitou minhas mãos sobre o decote, agarrou meu celular colocando-o na mesa ao lado e só então consegui ver o lugar, um escritório, um ambiente simples e pouco iluminado, havia um sofá de couro no canto, e a mesa de trabalho estava coberta de papéis.
Fingindo uma segurança que eu já não tinha mais, tirei a alça fina de minha pequena bolsa do ombro e a pousei sobre a mesa, andando pelo espaço cautelosamente como se estivesse presa na jaula de um predador.
⸻ Então, não vai me oferecer uma bebida hoje? Nem uma conversa? ⸻ fiz beicinho mexendo as pontas dos cabelos ⸻ Esperava mais de alguém que me salvou das garras de um Donatti aproveitador.
Com passos lentos e quase estudados, ele parou a minha frente sorrindo de forma debochada.
⸻ Sua sorte, boneca, é que é uma gostosa do caralho! Mas se experimentar a ideia de me deixar de pau duro hoje, juro que vai se arrepender.
A ameaça deveria ter me desestabilizado, mas me deu mais coragem, empurrei os papéis da borda da mesa e me sentei ali, baixando uma das alças do vestido.
⸻ Eu disse que voltaria. E estou aqui, Pietro. Mas confesso que quero uma pequena ajuda sua.
Ele avançou para mim, abrindo minhas pernas e ficando entre elas, parando seu rosto bem próximo ao meu.
⸻ Depois que eu gozar em você todinha, minha Deusa, faço o que você quiser.
Sorri interessada, agarrei a gola de sua camisa e o puxei para um beijo ardente que não me fazia sentir nada além de nojo, e uma pequena esperança de que, se fizesse um bom trabalho, conseguiria tudo o que eu quisesse.
⸻ Quero uma bebida. ⸻ sussurrei em seu ouvido.
Ele emitiu um rosnado, batendo as mãos na madeira da mesa, me cercando. Em seguida ele saiu, olhei em volta e tive a ideia de que talvez as câmeras da boate me dissessem mais do que ele.
Abri a bolsa pegando um dos comprimidos que roubei da clínica. Não era meu estilo, mas quando reconheci o nome, não me contive.
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Infame
Storie d'amore(+18) Beatriz e sua melhor amiga vivem uma vida nômade, sobrevivendo de cidade em cidade dando golpes em homens ricos por onde passam. Porém ao chegar ao sul da Itália sua amiga desparece, deixando poucas pistas para seguir Luca é o mais jovem e dis...