17 Nos braços de Pietro

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Bea

Entrei na boate, deixando do lado de fora tudo o que eu tinha vivido com Luca, e tentei me desfazer do nó em minha garganta ao lembrar de como ele estava incomodado com meu encontro com Pietro, o quanto estava arrependido de ter me proposto aquilo. Me senti culpada a cada momento enquanto me preparava para sair, sabendo o quanto o estava machucando. Eu não devia tê-lo beijado... Eu...

Pietro agarrou minha cintura assim que passei pela porta, me puxando para um canto. A boate estava mais cheia do que na noite anterior, a música era mais agitada e as bebidas perfumavam o ambiente.

⸻ Tudo isso é saudade de mim? ⸻ sorri passando meu indicador por seu cavanhaque.

Ele estava mais limpo, aparentemente havia se preparado para mim.

Sua mão me apertou ainda mais, juntando meu corpo ao seu. ⸻ Nenhuma mulher jamais me dispensou como você... Putana!

Sorri aproximando minha boca de seu ouvido e descendo minha mão para acariciar sua calça. ⸻ Mas eu voltei... E serei toda sua, se souber tratar uma mulher como eu.

Sua mão agarrou meu queixo, enquanto trincava os dentes de puro tesão reprimido ⸻ Vou mostrar como se trata uma mulher como você.

Não tive tempo de responder, ele me jogou por cima do ombro como um homem das cavernas e começou a subir as escadas, agarrei meu celular preso no decote do vestido vermelho e matador que havia escolhido para aquela noite.

De cabeça para baixo, não tinha como eu me sentir mais humilhada com a situação, porém, ninguém ao redor parecia se importar o suficiente para olhar para nós. Fiquei tensa quando passamos da área com o barrado de vidro, os "camarotes" também estavam cheios. Ele abriu uma porta, passou por ela, e antes de me colocar no chão, espalmou a mão em minha bunda descoberta fazendo um fio de raiva me corroer.

Seu olhar felino, fitou minhas mãos sobre o decote, agarrou meu celular colocando-o na mesa  ao lado e só então consegui ver o lugar, um escritório, um ambiente simples e pouco iluminado, havia um sofá de couro no canto, e a mesa de trabalho estava coberta de papéis.

Fingindo uma segurança que eu já não tinha mais, tirei a alça fina de minha pequena bolsa do ombro e a pousei sobre a mesa, andando pelo espaço cautelosamente como se estivesse presa na jaula de um predador.

⸻ Então, não vai me oferecer uma bebida hoje? Nem uma conversa? ⸻ fiz beicinho mexendo as pontas dos cabelos ⸻ Esperava mais de alguém que me salvou das garras de um Donatti aproveitador.

Com passos lentos e quase estudados, ele parou a minha frente sorrindo de forma debochada.

⸻ Sua sorte, boneca, é que é uma gostosa do caralho! Mas se experimentar a ideia de me deixar de pau duro hoje, juro que vai se arrepender.

A ameaça deveria ter me desestabilizado, mas me deu mais coragem, empurrei os papéis da borda da mesa e me sentei ali, baixando uma das alças do vestido.

⸻ Eu disse que voltaria. E estou aqui, Pietro. Mas confesso que quero uma pequena ajuda sua.

Ele avançou para mim, abrindo minhas pernas e ficando entre elas, parando seu rosto bem próximo ao meu.

⸻ Depois que eu gozar em você todinha, minha Deusa, faço o que você quiser.

Sorri interessada, agarrei a gola de sua camisa e o puxei para um beijo ardente que não me fazia sentir nada além de nojo, e uma pequena esperança de que, se fizesse um bom trabalho, conseguiria tudo o que eu quisesse.

⸻ Quero uma bebida. ⸻ sussurrei em seu ouvido.

Ele emitiu um rosnado, batendo as mãos na madeira da mesa, me cercando. Em seguida ele saiu, olhei em volta e tive a ideia de que talvez as câmeras da boate me dissessem mais do que ele.
Abri a bolsa pegando um dos comprimidos que roubei da clínica. Não era meu estilo, mas quando reconheci o nome, não me contive.

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