Beyond The Visions [changlix]

Trio investigativo ChaeChanSung

Son Chaeyoung sempre gostou de ler livros, o seu favorito de romance policial era Sherlock Holmes. Por várias vezes se imaginava investigando um caso importante pelas ruas agitadas de Londres - que não paravam, era um caso mais maluco que o outro -, usando um chapéu engraçado e dizendo a icônica frase "Elementar, meu caro Watson".

Já Bang Chan adorava séries, a sua favorita de investigação era CSI, sempre que assistia se imaginava colocando aquela luz especial para identificar pegadas e coletar DNA da cena do crime. Cenas que se passavam de Nova York a Las Vegas.

E Han Jisung sempre gostou de ser um enxerido de marca maior, metia o bedelho em qualquer assunto que fosse. Com ele não tinha a desculpa da série, do livro ou do filme, ele era um "Bisbilhoteiro sem causa".

Só foi Changbin contar sobre suas suspeitas acerca de possíveis poderes de Felix que o trio parada dura despertou com suas ideias de jerico. Eles decidiram investigar por si próprios o que realmente estava acontecendo. Pelo que Seo disse, eles podiam inferir que o Lee escondia mais do aparentava, e para eles, isso era motivo suficiente para começar uma investigação.

— Primeiro de tudo, o Binnie não pode saber de nada – Chaeyoung sussurrou para Bangchan e Jisung.

Estavam nos fundos da escola, onde as grandes caçambas de lixo ficavam. A garota achou um ótimo lugar para discutir um plano investigativo, pois lembrava os becos de Londres onde o grande detetive dos livros andava. Ela esperava que a qualquer momento um gato magro pulasse numa daquelas latas de lixo fazendo aquele típico miado de beco dos filmes de super herói.

— Relaxa, eu deixei ele na aula de música – Chan disse descolado e ajeitou sua jaqueta de couro que ele disse ser essencial para "entrar no clima investigativo". Chaeyoung disse que ele iria investigar e não ir pra um desfile de moda.

— Certo, o que a gente tem? – A loira perguntou.

— Eu não sei vocês, - O Han se pronunciou checando os bolsos – mas eu tenho uma moeda, duas balas velhas e um papel com chiclete mascado.

— Ela ta falando de informações, bocó – Bangchan deu um peteleco em Han – O que eu chequei é que o Felix estava ajudando algum professor com provas e os amigos dele nem sinal.

Chaeyoung fez aquela cara de que está pensando, exibia um rosto sereno sem cenho franzido e olhar distante, até parecia estar atuando. Muito diferente de Han, que fazia uma cara de quem bateu o dedo mindinho do pé num móvel.

— Então já sei o que a gente pode fazer – A Son sorriu, como quando ganhava um livro.

Nem disse aos meninos onde eles iriam, mas o que tinha em mente era um lugar de imaginação, sonhos e fantasias onde tudo é possível. Um lugar que é o palco de vários artistas com a habilidade de escrever, um lugar mágico.

— Ah não, a biblioteca! – Jisung resmungou quando entraram pela porta do dito lugar – O que ela tem a ver com a investigação?

— Tudo. Podemos ler sobre vidas passadas, coisas místicas – A garota explicou.

Jisung e Bangchan não gostaram tanto da ideia, ler para eles não era tão atrativo quanto ver. Não que não lessem, mas não eram como a amiga. Jisung até lia alguns mangás e quadrinhos de super-herói e Chan lia os livros inspirados nos filmes que via. Mas é do ser humano ser diferente, é como uma colcha feita de retalhos onde um é como um retalho estampado com bolinhas e o outro listras.

Os amigos foram quietos – árdua tarefa para um Jisung resmungador – até uma parte inóspita da biblioteca, a área de misticismo. Não havia ninguém naquela parte da biblioteca. A Son pensava que para as pessoas o sobrenatural poderia ser assustador, a mais remota ideia da existência de pessoas com habilidades especiais era inacreditável para mentes rasas.