Quase namorados

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Seo Changbin estava nas nuvens.

Bom, não literalmente, mas seus passos eram tão leves e tranquilos que parecia que ele de fato flutuava.

A causa tinha nome, endereço, um lindo sorriso e sardas. Era fofo, mas podia ser bem ousado se quisesse. Ele era como uma balança perfeitamente equilibrada.

Changbin não conseguia acreditar que estava de fato tão interessado no garoto que chegara do nada em sua vida e virara quase a função de f(x) que ele não conseguia desvendar.

Como Boo Seungkwan dissera no primeiro encontro deles, na praia quando decidiu que queria pensar e seus pés o levaram para lá quase inconscientemente, ele realmente precisava da ajuda de todos para desvendar tudo aquilo, unir forças.

Talvez, se tivesse sido sincero com Felix no primeiro momento, não tivesse queimado tantos neurônios tentando entender o que acontecia. E soubera na aula de biologia da segunda passada, que neurônios não se regeneram, então estava bem arrependido.

Contudo, não era como se ele pudesse chegar em um garoto desconhecido e dizer que tinha visões e que o vira nos seus sonhos, quanto mais que eram predestinados ou algo assim. Seria loucura e, na pior das hipóteses, o manicômio poderia ser acionado.

Chegou à escola e viu a causa de seu sorriso bobo na frente do portão. Ele olhava na exata direção de onde sabia que Changbin apareceria e obviamente lhe esperava, ele não fazia nenhuma questão de tentar esconder.

O sorriso dele ao aproximar-se se intensificou, mas se limitaram àquilo, o que fez Changbin lembrar que nem tudo estava de fato bem.

Os sonhos não haviam parado, logo sua saga não havia terminado. Nem precisava ser um grande cientista para saber o porquê. O pai de Felix ainda o queria com Jihyo e muito provavelmente não aceitaria o relacionamento dos dois, como em todas as suas outras vidas.

E, em relação a isso, ele realmente não sabia o que fazer.

— Ei, você estava tão sorridente agorinha – O australiano usou uma das mãos para segurar o queixo do outro e forçar que olhasse diretamente para si - No que está pensando?

Changbin mordeu a parte interna das bochechas, não queria dizer o que pensava e estragar o clima legal que circundava os dois, mas sabia que Felix entendia o motivo de sua súbita mudança de humor.

Como que para sanar todas as dúvidas e acalmar as inseguranças do coraçãozinho de Changbin, Felix desceu a mão do seu rosto e entrelaçou seus dedos em uma das mãos do moreno, que seguiu o gesto sem entender direito e corou ao encarar o outro de novo e ver que este sorria.

Começaram a andar para dentro da instituição de ensino, atraindo olhares. Felix era conhecido por andar com Hyunjin e muitos notavam sua beleza, era normal sentir os olhos das pessoas sobre si, mas Changbin não estava acostumado com aquilo.

Não que fosse um antissocial, mas não gostava mesmo de ser o centro das atenções, então encolheu os ombros involuntariamente, o que o Lee ao seu lado achou fofo e quase o puxou para um abraço desajeitado, mas se conteve ao deduzir que aquilo só o deixaria mais constrangido.

— Eu não acredito que isso tá acontecendo! – Alguém gritou fazendo os dois garotos seguirem a voz estupefata.

Han Jisung tinha uma das mãos no peito e fingiu um desmaio nos braços de Minho, ao seu lado, que suspirou e desviou o olhar. A cena doía de tanta vergonha para ele, como podia gostar tanto daquele garoto?, ele se perguntava. No fundo, eram farinha do mesmo saco, mas Minho não admitiria tão fácil.

Os garotos caminharam para os amigos com expressões diversas. Chan e Chaeyoung pareciam pais orgulhosos, Hyunjin tinha uma expressão indiferente fingida, assim como Seungmin. Jeongin tinha os olhinhos brilhando ao olhar para os dois e, como bom artista que era, queria estar com seu caderno de rascunhos para desenhar aquela cena.

Beyond The Visions [changlix]Onde histórias criam vida. Descubra agora