Beyond The Visions [changlix]

Extra: Sonho e fliperama (Felix)

Felix nunca entendera a verdadeira razão pela qual sonhamos. Talvez para ele, e para a maioria das pessoas, fosse uma forma de viver coisas que, no mundo físico, não conseguimos. Mas essa teoria não fazia sentido, já que começara a sonhar com pessoas nas quais nunca havia visto em sua vida.

Ouviu de sua mãe que sonhar com pessoas desconhecidas era um bom presságio, e poderia significar que alguém desconhecido irá te ajudar a resolver possíveis problemas pelos quais esteja passando. Contudo, não imaginava como o garoto do seu sonho poderia o ajudar em algo.

Entrou em um consenso consigo mesmo, aquelas teorias eram demais para um garoto de treze anos.

Sentou-se na cama naquela manhã de sábado sentindo sua cabeça pesar, não tivera uma boa noite de sono. Se levantou pensando que aqueles sonhos eram tão nítidos que chegavam a parecer algo que realmente vivera. Suspirou, não iria formular hipóteses sem fundamento. Teria que pedir ajuda a alguém que sabia mais que ele, e esse era Boo Seungkwan.

Não que fosse um grande pensador, como Sócrates, mas era seu amigo e quase sempre tinha um conselho sensato para desanuviar seus pensamentos. E como em uma premonição, Felix viu o nome do citado amigo no visor do celular de botão. Ligara na hora certa.

— Boo, que bom que ligou, preciso mesmo da sua ajuda – O Lee foi logo dizendo, a voz rouca de quem acaba de acordar.

— Bom dia pra você também – O amigo respondeu sem paciência.

— Bom dia, você pode me ajudar? – Ouviu o amigo suspirar do outro lado – Vamos lá Boo, você é meu amigo ou não?

— To parecendo mais um conselheiro – Pareceu cansado – Anda, me diz o que está acontecendo.

Felix falou dos sonhos que vinha tendo a um tempo com aquele garoto desconhecido e o fato de parecerem reais. Explicou que só não havia dito antes porque achou que era normal, até os sonhos se prolongarem e por vezes se repetirem.

— Acho que não é nada demais, Felix – Boo concluiu – Eu mesmo já sonhei com pessoas que nunca vi.

O Lee ponderou. Talvez não fosse nada demais realmente, talvez o seu cérebro estivesse pregando uma peça em si e ele estivesse se preocupando à toa. O Boo disse que ele precisava de um pouco de distração, e na verdade ele havia ligado com esse propósito, queria convida-lo para ir ao fliperama. O Lee achou uma boa ideia, aquilo poderia o afastar daqueles pensamentos sobre os sonhos. Disse ao amigo que o encontraria assim que pudesse e também chamaria Minho, seu outro amigo, para irem juntos. E encerrou a ligação, sentindo sua barriga roncar de fome.

Desceu para o café da manhã e sentiu o cheirinho das torradas que sua mãe sempre fazia, e lá estava ela com a costumeira xícara de chá, encostada na bancada. Estava totalmente absorta no livro que lia, até que parou para limpar o óculos de descanso que havia embasado com o vapor do chá quente.

Felix adorava observa-la nesses momentos, era engraçado como seu cabelo caía no olho e ela sempre fazia um coque baixo a fim de não ser incomodada pelas madeixas. Ela realmente prezava mais uma boa leitura do que parecer bonita, e nem precisava tentar ser, pois para o Lee ela já era a mulher mais linda do mundo.

— Bom dia – Felix se pronunciou, indo se servir de café.

— Bom dia, não tinha te visto ai – A mulher falou, ajeitando o óculos no rosto, para então poder ver o estado do filho – Não dormiu bem de novo, não é?

Fazendo rodeios, o garoto respondeu que era insônia, logo mudando de assunto dizendo que as torradas que ela havia feito estavam incríveis. Ela semicerrou os olhos, sabia que ele estava evitando falar sobre algo. Ignorou, pois respeitava o espaço do filho e sabia que se fosse algo realmente importante, ele teria contado.