TRINTA E NOVE

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Chris me evitou durante toda a semana e eu nem sabia o motivo, para falar a verdade. Tudo estava muito estranho para mim. Na sexta-feira, meu avô me buscou na escola quando saí, pois iríamos direto para sua casa.
Eu nem sabia expressar o quanto eu eestava extremamente feliz, por passar o fim de semana com eles, e principalmente, com meu pai, depois de tanto tempo. Passei meses da minha vida esperando por aquele momento - quando tudo estive bem, em alegria - e eu pudesse viver em paz, sabendo que finalmente, tudo estava como sempre deveria ter estado.

- Nossa, eu estou com uma fome de matar - disse o homem, sem tirar os olhos da estrada.
Eu adorava como se sotaque cubano chamava bastante atenção. - O que acha de passarmos em um posto e comermos alguma coisinha?

- Eu não sei, vovô, a abuelita não está em casa agora planejando um super jantar para a minha chegada? - perguntei, ajeitando minha enorme bolsa em meu colo.

- Têm razão, têm razão - concordou ele. - Mas um pedaço de torta e uma xícara de café bem quentinho não irá nos matar.

- Não, vovô.

- Ok, você ganhou - disse por fim.
Chegamos em casa bem rápido, pois o trânsito não estava dos piores. Minha abuelita me recebeu com um super abraço de sempre, e eu conseguia ver a felicidade estampada no rosto de meu pai.
Passamos a tarde conversando, o que foi muito bom, e pela primeira vez, sem choradeira. Nós quatro realmente nos divertimos durante aquele curto período de tempo, mas foi quando eu me lembrei do encontro com Liam (sim, eu esqueci do detalhe mais importante de todos).
Subi as escadas, e decidi me arrumar. Não "arrumar" exatamente, até por que, eu só havia levado roupas normais para passar esses dias na casa dos meus cubanos preferidos.
Vesti meu macacão pretofolgado e coloquei minha jeans de sempre, jogando o cabelo um pouco para trás, enquanto me olhava no pequeno espelho do quarto de meus abuelos, decorado com algumas pedrinhas brilhantes. Desci as escadas e encontrei o trio Alvarez tomando vinho, e assistindo tv. Sim, tomar vinho barato àquela hora da noite era algo comum para eles e nunca soube o motivo.

- Alex? - meu pai iria dizer algo a mais, se eu não tivesse o interrompido.

- Antes que diga alguma coisa, eu preciso contar algo à vocês - comecei.
Os três estavam me olhando agora. - Liam Kurthbert, o irmão mais velho dos gêmeos, me chamou para sair hoje! - falei rapidamente.

- O quê? - vovó gritou, aparentemente animada. - Minha netinha terá um encontro. Esto es espléndido.
A mulher veio até mim e segurou uma de minhas mãos, em quanto com a outra, segurava sua taça cheia da bebida chamativa.

- Quando isso aconteceu? - meu pai perguntou.

- Bem, na última vez em que eu vim aqui. Não pirem, por favor. Ele é um cara legal, e nós... Não iremos fazer nada demais. Isso não é nada demais - conclui.
A campanhia da casa tocou, e eu corri até a entrada. Liam sorriu quando me viu após eu ter aberto a porta.

- Oi.

- Oi - respondi, dando um leve sorriso.

- E aí, Kurthbert?- meu pai surgiu atrás de mim, causando um leve desconforto no nosso pequeno papo.

- Sr. Alvarez, bom te ver - Liam falou, dando um aceno com a cabeça.

- Sim, sim. Por que você não entra para conversarmos sobre esse... Lance que vai acontecer essa noite? Não irá demorar.

- Pai?! - o repreendi.

- Tudo bem - Liam afirmou;  logo depois, apoiou a mão em meu ombro por um segundo, e entrou.
Fechei a porta em seguida.

- Oh, Liam, querido, é tão bom te ver - disse minha avó, agora segurando a garrafa de vinho, abraçou-o e deu-lhe um beijo na bochecha.

- É bom ver a senhora também.

Calor de OutonoOnde histórias criam vida. Descubra agora