O último choro de bebê foi ouvido com a maior alegria. Ally estava com tanto medo, que pensou que fosse morrer em qualquer momento. Tanta força e tanta dor; o que poderia acontecer?
Michael estava ao seu lado, segurando sua mão. Ela quis desistir, mas não pode. E lá estava seus filhos: um menino veio primeiro. Depois, o segundo veio, também menino. E por último, para a surpresa, a única menina.
Quando ouviu o choro da pequena, Ally começou a chorar. Ela se deitou e chorou feito uma criança que acabara de ralar o joelho, caindo da bicicleta.
Um dos meninos foi entregue coberto à Michael, ele também estava chorando muito. Não conseguia acreditar que tudo estava bem.
Os outros dois bebês já estavam com Ally. Ela segurou-os e se apaixonou pelo rostinho deles.
O parto obviamente foi mais demorado do que o de Megan, por isso tivemos que arrumar algo para fazer, enquanto esperávamos, após Barbie ter que ir para casa. Uma enfermeira apareceu de repente, avisando que poderíamos ver Ally.
Estávamos nervosas, pois a mulher não havia dito o que acontecera, e se todos estavam bem. Seguimos a mesma até um quarto. Quando atravessamos a porta, lá estava minha tia, com um dos filhos nos braços, deitava na cama.
Michael estava em pé ao seu lado, segurando os outros dois bebês. Minha mãe correu para abraçar a irmã com cuidado, enquanto chorava.- Ei, não me esmague, Emma - disse minha tia, enquanto abraçava a irmã com apenas um dos braços. - Três crianças acabaram de sair de mim.
- Desculpa - mamãe falou. - Eu estou tão feliz. Tão feliz... Sem palavras - ela limpou as lágrimas.
- Eu sei. E obrigada, por tudo. Não sei o que faria sem você - tia Ally segurou e apertou sua mão.
- Quem são esses lindos bebês? - Sam perguntou, quebrando o gelo do momento irmãs entre as duas mulheres.
- Aqui temos William e James - Michael falou, ainda segurando os dois bebês.
Em algum momento de sua vida, Ally havia dito que homenagearia seus possíveis futuros filhos. William era por causa do príncipe William, e James, seria por causa do personagem daquele desenho super irritante (Princesa Sofia), que ela acabou aprendendo a gostar, de tanto Sam assistir quando era pequena.- E aqui, é... A Megan - Ally falou.
A bebê em seus braços era pequena, e estava enrolada em uma manta amarela. Quando ouvimos o nome que minha tia falara, olhamos para cada uma rapidamente. - Pensamos que seria três meninos, mas uma garotinha acabou aparecendo sem querer.- É... É sério? - perguntei, abraçando Sam, que estava ao meu lado, contendo minha sensação de choro.
- Sim. Espero que você deixe colocarmos esse nome - completou Ally à minha mãe.
- É claro. É claro que vocês podem - disse mamãe, juntando-se em meu abraço com Sam.
Ally agradeceu novamente.- Eu queria ter aproveitado minha festa de casamento. Estava tão perfeita - disse rapidamente.
- Bem, na verdade, tivemos que cancelar a festa, Ally. Estavam todos preocupados com você. A equipe tirou tudo do quintal, e agora... Nossos vizinhos vão vender a casa em paz - mamãe falou.
Uma enfermeira entrou no quarto, segurando uma prancheta, para checar o nome de Ally.- Ei, sabe me dizer quando vamos poder ir para casa?
- Bem, o médico disse que você terá que ficar aqui por quatro dias. Foi um parto difícil, você perdeu uma pequena quantidade de sangue, e está um pouco desidratada. Por enquanto, deve descansar - disse a enfermeira.
A mesma sorriu, checou a bolsa de soro de Ally, e saiu logo em seguida.- Não acredito que ficarei aqui por quatro dias - minha tia reclamou.
Sam se sentou na cama, ao lado dela.- Vamos vir visitar vocês durante esses dias, não é, mãe? - minha irmã questionou à mamãe, que confirmou.
Passaram-se mais alguns minutos, quando ela resolveu que deveríamos ir para casa, e deixar os novos papais à sós.* * *
Três dias depois do nascimento dos gêmeos, (faltando um dia para que Ally e meus primos finalmente fossem embora do hospital) minha mãe e Sam foram visitá-los novamente.
Eu havia decidido que não iria, pensando no que Barbie havia me dito, e até mesmo, ouvindo os inesperados conselhos de minha mãe sobre aproveitar meus momentos do verão com meus amigos.
Mas, eu não fiz exatamente isso. Enquanto todos estavam fora, eu liguei para Liam. Disse que não teria problema se ele viesse na minha casa naquela hora (ora, não é o que você está pensando, ok?).
Desde que eu havia decidido, pessoalmente, fazer uma mudança em minha vida, tentei me tornar uma nova pessoa; e isso envolvia relacionamentos. É, eu sei que havia dito não me relacionaria com ninguém, porque era péssima com essa coisa de "amor", e eu estava certa; eu sou péssima.- É a primeira vez que eu venho até a sua casa, e sinto que sua mãe não vai gritar para que eu não encoste em você - Liam falou.
Eu ri. Como eu disse, não era o que vocês estavam pensando; não chamei Liam à minha casa para fazer o que vocês, jovens suados e cheios de hormônios chamam de "pegação".
Não conseguia ser esse tipo de pessoa, nem se eu quisesse, e é claro que essa história não vai se tornar uma daquelas clichês de romance; ACEITEM LOGO DE UMA VEZ.- Eu gosto quando ela faz isso - falei.
Estávamos assistindo a um daqueles seriados policiais, que sempre eram interrompidos por comerciais de venda, na sala da minha casa. Jogados. Um do lado do outro. Como jovens normais e preguiçosos. - Espero que possamos fazer isso quando ela estiver aqui. Vai ser normal e confortável.- Todo mundo vai ficar com raiva, porque estamos passando mais tempo juntos do que com eles.
- Mas essa era a ideia. Temos o resto do mês; juntos - falei, esperando que o garoto concordasse.
Liam ficou em silêncio. No meio de tanto silêncios entre nós, aquele foi o mais esquisito. - O que foi?- O quê? Nada - Liam respondeu rapidamente.
O seriado foi novamente interrompido por um comercial, o que fez eu me ajeitar no sofá para que conseguisse tirar a verdade dele.- Olha, você sabe que eu não curto essas coisas, né? Pode falar - insisti.
Fiquei um pouco nervosa, por isso comecei a mexer em um pequeno enfeite da minha meia do pé esquerdo. Eu fazia aquilo há muito tempo, quando me sentia ansiosa. Até que ajudava bastante.- Tá acontecendo muita coisa. Eu quis tanto vir pra cá, por sua causa - ele disse. - Meus pais são as pessoas mais péssimas que eu já conheci.
- Do que você está falando, Liam? - perguntei, baixo.
- Eu... Acho que não vou poder ficar aqui até o fim do mês. Meu... pai quer eu vá embora antes, para arrumar minhas coisas para a faculdade mais cedo - ele falava, enquanto percebia que eu não estava gostando daquilo.
Dessa vez, foi eu que fiquei em silêncio, tentando entender tudo concretamente.- E você vai?
Ele confirmou, meio sem jeito, sem certeza. - Quer dizer que... A gente não vai ficar junto?- Era tudo que eu mais queria - respondeu. - Mas...
Beijei-o, interrompendo o que eu não queria ouvir e ele retribuiu. Foi intenso pela primeira vez; eu simplesmente aceitei o fato de que queria ficar mais um tempo com Liam, o quanto durasse.* * *
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Calor de Outono
Подростковая литератураAlex se mudou para uma nova cidade há poucas semanas com sua família, após a prisão de seu pai, Hardin, condenado por vários crimes. Com a mudança brusca de casa e, principalmente, de escola, ela precisa se adaptar a uma nova vida, tendo como ajuda...