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Depois de ajudar a Miranda a fingir que sabia o nome e o fazia cada convidado, por fim fui liberada para curtir a festa, claro, sempre a disposição, caso Miranda necessitasse, fui até o barzinho que havia colocado ali com toques medievais, assim como uma festa em um castelo pedia, até os copos não eram contemporâneos, eram rústico, alguns em madeira e cálices.
Olhei para ela, e ela estava olhando para mim, isso eu não esperava, é claro, esperei ela fazer gesto costumeiro com a cabeça, caso quisesse que eu fosse até ela, porém, ela não fez, apenas me olhou, e logo em seguida desviou o olhar para o convidado que estava ao seu lado, oferecendo um sorriso falso.

- O que uma linda donzela faz sozinha?

Sorri para o homem alto, loiro e de olhos claro que acabara de me galantear. Olhei para trás em busca da "linda donzela" e sorri.
Ele se sentou ao meu lado, provou da minha bebida e por fim se apresentou, Christian Thompson, me dando um beijo no canto da boca, algo me deixou bem desconfortável e sem graça. Olhei para o lado e Miranda me olhava novamente, dessa vez ela estava com fazendo seu costumeiro bico quando não gostava de algoo, fez um gesto com a cabeça.

- Miranda me chama, preciso ir. - Falei sem jeito para o homem a minha frente.

- Espero nos vermos mais vezes. - Ela segurou minha mão e depositou um beijo nela.

Ainda sem jeito com a atitude daquele homem, me aproximei de Miranda, assim que me coloquei ao seu lado, ela sutilmente meneou a cabeça para o meu lado. - Você está a trabalho, An-dre-ah, e não para paquerar.

- E-Eu não estava paquerando ninguém Mir...

- Detalhes da sua vida pessoal não me interessa, Andrea, apenas trabalhe.

Ela foi dura, mesmo que sorrindo para as pessoas a sua frente, por algum motivo me senti apavorada da Miranda pensar que estava correspondo as cantadas daquele cara sem noção.

- Nem sei quem ele é. - Murmurei mesmo ela dizendo que não queria saber.

Um homem seguindo em direção ao pequeno palco chamou atenção de todos, era o promoter, ele ditava cada passo do evento, fazendo aquele conflito desaparecer pelo menos por agora, gentilmente ele pediu para que fossemos para as laterais, deixando o meio do salão vago para o espetáculo começar, Miranda estava radiante, diria que satisfeita por tudo até agora está dentro do esperado.
Alguns minutos e todos estavam em um círculo nas laterais da parede, Miranda a dois passo de mim, na minha frente óbvio, as luzes se apagaram, e apenas uma luz direcionando para a modelo que entrava, no mais, todos estavam no breu, dando início ao espetáculo incrivelmente esquisito, exótico e bonito.

Entrou mais um modelo e aos poucos outros e outras, tudo estava perfeito e chamando atenção de todos, porém, algo estava me incomodando demais. Miranda Priestly a dois passos de mim com a escuridão ao nosso redor.
Fechei os olhos e inspirei seu perfume, olhei para trás e tinha ninguém atrás de mim, nem poderia, poucos centímetros e havia apenas a parede, mordi meu lábio inferno tentando a todo custo racionalizar, não deixar meus desejos primitivos tomar conta do meu ser, tirar aquele desejo maluco da minha psique.
Dei um passo para frente, senti seu aroma doce e amadeirado, podia ouvir os batimentos do meu coração. Estava muito nervosa.
Uma das modelos foi jogada ao alto, bem próxima de nós, Miranda deu um passo para trás pelo susto, suas costas encostaram em meus seios e sua bunda na minha pélvis. Puta que pariu! Poderia muito bem dar um passo para trás, mas "havia a parede" então permaneci estática, a modelo já havia dado espaço para Miranda voltar a frente, se quisesse, então como ela odeia contato, com certeza ela daria. Lego engano, Miranda permaneceu exatamente onde estava, senti meu corpo esquentar, minha entranha formigar, céus! Seu cheiro é tão bom.

E foi nesse momento que eu estava prestes a comentar a maior locura de toda a minha, era o motivo que eu sabia que era o meu fim como assistente, como jornalista que ainda não sou, ou como qualquer outra coisa que tentasse ser, pois sabia que Miranda acabaria com meu futuro. Mas, eu não estava conseguindo controlar meus instintos, meu desejo por tocá-la.
Sentindo meu coração quase saindo pela boca, e trêmula levei minha mão para o quadril dela, apenas pousei minhas mãos de cada lado, Miranda não fez nada, não se moveu, não pendeu a cabeça para o lado para discretamente afirmar que eu perdi o juízo, ela apenas seguiu assistindo ao espetáculo que ela mesma preparou para surpreender os convidados.
E com certeza no meu pico maior de loucura, colei meu corpo ao dela, acabando com qualquer espaço que havia entre nós. Sentia minha respiração batendo em sua nuca e voltando, apertei delicadamente sua lateral e rocei minha boceta em sua bunda, meu Deus, eu estava ridiculamente excitada, gozaria ali mesmo, sem ao menos ser tocada de forma digna para tal ato.
Miranda assim como todos, aplaudiram em surpresa quando uma das modelos foi jogada para o alto, dando piruetas, como se não tivesse ninguém a molestando sem o seu consentimento, tive a sensação que enquanto ela sorria, batia palmas, ela se empinou ainda mais. Mas com certeza aquilo ela minha mente querendo me fazer acreditar que ela estava gostando, que eu deveria prosseguir, e eu acreditei nos meus desejos mais sórdidos, deslizei minha mão para sua coxa, ainda pela lateral, céus, por que ela não usava um vestido mais curto?
Desci até onde minha mão alcançou, e com os dedos comecei a puxar o vestido para cima, paralisei quando senti sua mão sobre a minha, me impedindo de prosseguir.
Ali meu coração parou, ali meu mundo parou, ali eu rui.
- D-desculpa. - Consegui sussurra ainda imovel, com voz falha pelo medo e julgamento.

Claro que não obtive resposta, eu precisava me afastar, eu tinha que me afastar, porém, eu não queria perder aquele contando, ela não bateu em minha, ela não empurrou minha mão para longe dela, ela apenas me impediu e seguiu exatamente igual, até soltar minha sem dizer  ou fazer nada, sem se afastar, o que ela queria dizer com aquela atitude? Eu poderia prosseguir?
Esfreguei mais uma vez minha boceta em sua bunda, e dessa vez eu tive a certeza que ela rebolou sutilmente de acordo com o meu movimento. - Miranda!- Sussurrei em quase um gemido, roçando ainda mais minha boceta em sua bunda, minha intimidade estava formingando, estava tão latejante que doía.
Mas aí ela se afastou bruscamente, meu corpo passou de quente para um frio igual ao polo norte, o medo tomou conta de mim, as luzes se acenderam e Miranda seguiu para o mini palco para fazer seu breve discurso, e em nenhum momento eu ousei olhar para seus olhos, eu não queria ser julgada, não queria ver seu olhar de reprovação, eu não queria...
Engoli em seco e voltei para o balcão de bebidas, queria chorar arrependida por ter feito aquilo, a ficha de que eu havia assediado ela me veio como um elefante caindo sobre meu corpo, eu estava fodida.

Desejo Latente (Mirandy) Onde histórias criam vida. Descubra agora