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- Você ficou maluca, Andreah? - Ela me olhou intensamente com aquelas órbitas azuis arregalados. - Solte-me!

Sai de cima dela com cuidado, peguei minha camisola ainda em silêncio e vesti, peguei a toalha e passei entre minhas pernas para tirar um pouco do muco que melava minhas coxas e vestia a calcinha, tudo isso sendo assistinda atentamente por Miranda.

Não fiz para provocá-la, a verdade é que eu estava com muito medo e nervosa, queria apenas protelar para criar coragem de iniciar a conversa que eu tanto desejava.

- Você vai dormir aqui comigo. Seu marido só chega daqui três dias e as gêmeas estão com o pai. Não adianta mentir, Miranda, conheço toda sua agenda.

- Você perdeu o juízo, você sabe que estará perdida quando me soltar daqui. - Ela bufava, escorou suas costas na cabeceira da cama, ficando sentada.

- Estou brincando Miranda, mas se você quiser dormir aqui, eu quero.

Ela revirou os olhos e ordenou mais uma vez para que eu soltasse ela, e mais uma vez ressaltou que eu estaria perdida. Eu estava me gagando de medo, cheguei a me arrepender de ter feito essa loucura, mas agora já era tarde, eu estava fodida e não é no melhor sentido. Então já estava tudo perdido, vamos colocar mais fogo na fogueira e esculhambar a porra toda.

- Essa foi a única forma que pensei em fazer você me ouvir, Miranda. Só escuta atentamente o que eu tenho para te dizer.

- Tenho outra alternativa? - Ela falou irônica, olhando para o punho algemado.

- Miranda, eu me apaixonei por você, isso já está mais que claro - sorri nervosa. - Provavelmente você tenha percebido, eu não sei quando começou, na verdade eu sei. Desculpas, estou divagando. - sorri nervosa novamente. Miranda não olhava para mim. - Bem, eu me encantei por você desde o primeiro dia que te vi, no começo pensei que era apenas admiração, por você ser quem é, por você ser linda. Mas aos poucos eu fui olhando de forma diferente para você, pudia perceber como cada gesto seu, por mais sutil que fosse era tão sexy, você é uma mulher sensual por natureza, mas até ai tudo bem, o problema é que a cada vez eu via você colocando a caneta na boca, ou o haste do óculos, minha calcinha umedecia, isso já me ligou um alerta, então eu fui percebendo que eu olhava para você de forma diferente que eu olhava para as outras, o seu rebolado me deixava fora de mim, tudo, exatamente tudo o que você fazia reagia em meu corpo, eu me peguei me tocando pensando em você - senti meu rosto ficar vermelho e olhei para minhas mãos que estavam mexendo umas a outra para aliviar o nervosismo. - e a cada dia que passava eu não conseguia pensar em outra coisa além de tentar sua atenção, além de querer sempre te agradar, de mostrar que eu era uma boa assistente, eu quero e me sentia na obrigação de ser sempre boa, pois era a forma que eu encontra de ter um certo destaque. Quantas vezes eu tive que me aliviar no banheiro da Runway, pelo simples fato de tocar em você sutilmente quando entregava algo. Chegou ao ponto de eu fazer aquilo que fiz na festa em Bavária, tenho até que te pedir desculpas por aquilo, foi um ato insano, mas era assim que eu me encontrava, insana, louca de desejos por você, eu precisava e não me arrependo.
Não estou pedindo para você largar o seu marido e viver um romance comigo, sei que isso nunca vai acontecer, nem sei se fui melhor, ou igual as outras mulheres que você já teve, porém, se você veio, é porque gostou e queria novamente. Então além de falar que sou completamente apaixonada por você.
Provavelmente eu vou te soltar, você vai vestir suas roupas e sair sem dizer nada, porém, eu entender essa sua atitude como uma recusa dos meus sentimentos por você, e eu juro que mesmo completamente louca por você, eu irei arrancar isso de dentro de mim e jamais voltarei a repetir, mas se você mesmo que vá, mas antes dizer algo, vou entender que de certa forma eu significo algo para você, Miranda. - Meu coração estava muito acelerado, o medo de ouvir a verdade, na verdade o medo de não ouvir nada estava angustiante.
Trêmula fui até a gaveta do criado mudo, peguei a chave da algema e segui até seu pulso algemado e abri, libertando-a.

Miranda saiu de cima da cama em silêncio, pegou suas roupas do chão e vestiu com calma. Senti o nó se forma em minha garganta e meus olhos encheram de lágrimas. Mordi o lado inferno na boca para tentar trava o choro. Ela colocou seu vestido sem minha ajuda para subir o zíper como havia pedido no banheiro da Runway, e seguiu para sala, e eu segui atrás, sem saber como iria sobreviver sem ela. Ela pegou o casaco, sua bolsa e girou a maçaneta da porta da frente, abrindo-a.

- Nunca existiu outras mulheres, Andreah, você foi e é a única. - Miranda saiu fechando a porta.

Desejo Latente (Mirandy) Onde histórias criam vida. Descubra agora