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Pov Miranda

O que estava acontecendo comigo?
Não estou indo embora por não querer a Andrea, a prova disso foi o que eu disse antes de tranca a porta, estou fugindo porque simplesmente não sei como agir, nunca fui com expressar, ou sentir, então sempre o silêncio me era mais inteligente, mas ela impôs. O que ela tinha na cabeça em me algemar? Sorri da situação ao recordar, confesso que senti um calor sair das minhas entranhas ao me dar conta que estava refém dela, para fazer o que quisesse.

Paro minha Ferrari vermelha no sinal vermelho e tento absorver cada palavra que ela disse, como uma garota tão linda e promissora pode realmente se apaixonar por mim, se atentar a detalhes meus que passa despercebido por todos?

Então fiz a maior loucura da minha vida, fiz retorno onde não podia, dirigi por alguns minutos na contra mão e retornei para seu apartamento.
Sei que estou arriscando não só meu casamento que não é grande coisa, mas minha vida profissional, meu respeito e prestígio, mas no momento, desde quando Andrea entrou na minha vida, não tenho conseguido controlar minhas emoções.

A porta ainda estava apenas escorada, exatamente como deixei, abri lentamente, estava nervosa, acreditem. E ela estava lá, sentada com os cotovelos apoiados no joelho encarando o chão de maneira pensativa.

- Arrume suas coisas, venha para minha casa passar esse fim de semana. - Tentei o meu timbre costumeiro, porém, vacilei muitas vezes nas palavras, e é óbvio que ela também notou isso. Revirei os olhos.

Andrea a princípio se assustou, não esperava minha volta, depois de ouvir minhas palavras arregalou os olhos e abriu a boca, desacreditada, para por me oferecer um sorriso. Se levantou e seguiu para o quarto.

- An-dre-ah! - Ela virou ainda na porta do quarto para me olhar. - Traga aquela coisa. - Pendi a cabeça fazendo movimento lentamente para olhar para qualquer coisa que fosse que não fosse ela, meu rosto estava esquentando.

Se realmente ela conhecia os significados das palavras que eu não dizia, ela entenderia do que eu me referia.

- Sim Miranda. - Ela proferiu sorrindo e por fim entrando no quarto.

Alguns minutos depois Andrea voltou,  com uma mochila, vestida com moletom. A olhei dos pés a cabeça e fiz meu habitual bico para o lado esquerdo em reprovação.

- Não critique, por um acaso você fica em casa sempre elegante assim?- Ela se aproximou encostando seu corpo ao meu.

O calor subiu pela espinha e se espalhou pelo meu corpo. Não entendia como e nem porquê Andrea despertava isso em mim, despertava meus desejos mais primitivos, e descontrole emocional, algo que eu nunca vi em todos esses anos desperto, inclusive, muitas vezes me questionava se eu era assexuada. Se realmente era a rainha de gelo, a algoz sem sentimentos como muitos tabloides falavam.

Andrea, pegou minha e levou para dentro da calça do moletom, ela estava sem calcinha e meu corpo tremeu todo, me fazendo suspirar.

- Sei que você não gostar de esperar, vesti a coisa mais prática que encontrei. - Ela sussurrou no meu ouvido.

Queria estimular exatamente onde minha mão estava repousada, mas não o fiz, respirei fundo e tirei minha mão dali, - Vamos! - minha voz saiu mais rouca do que queria. Pigariei.

Segui na frente e ela um passo atrás, eu não sabia o que estava fazendo, se algum algum paparazzi me visse ali, o que eu diria, porém, a proposta de dormir com a Andrea, qual ela surgeriu  enquanto eu estava algemada mexeu muito comigo. Não que eu seja uma apreciadora de dormir agarrado, na verdade eu não suporto, por isso minha cama foi sob encomenda, assim sobra bastante espaço entre eu e Stephen, nunca suportei dormir como os casais dos filmes, de conchinha, ou em cima do peito do paceiro, então é claro que nunca me submeti a isso. Mas, Andrea tinha cara e jeito de quem apreciava uma noite clichê.

Entramos no meu carro e no terceiro sinal, senti a mão de Andrea pela minha perna, senti meu corpo arrepiar, como sempre sinto com qualquer contato dela.

- Andreah! - Adverti.

- Desculpe, esqueci que você não suporta contato. - Ela proferiu de forma sapeca.

- De você eu suporto. - Mordi o interior da minha bochecha, constrangida por aquela confissão.

Andrea colocou a mão novamente na minha perna, e sendo bem sincera comigo mesma como eu jamais fui, eu estava adorando aquilo. Ela escorregou a mão para entre minha perna e o carro morreu, Andrea me olhou sorrindo e eu o liguei novamente revirando os olhos.

- É bom saber que tenho algum efeito sobre seu corpo, Miranda. - Ela confessou tirando a mão de mim e observando a rua pela janela do carro.

Garota tola, nem percebe que tem efeitos sobre tudo, além do meu corpo...

- Não fique se achando a bala que matou John Lennon. - Proferi séria.

Andrea me olhou imediatamente com os olhos arregalados, olhei para ela e revirei os olhos, e ela gargalhou incrédula.

- Sim Andrea, tenho senso de humor, não sou um robô como muitos imaginam.

- E pelo que pude notar, é um humorzinho ácido. - Ela proferiu amenizando a gargalhada.

Apenas ignorei o que ela estava falando e me concentrei na via, errada ela não estava, mas eu confessaria nada.

Desejo Latente (Mirandy) Onde histórias criam vida. Descubra agora