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Pov Andrea

No fim do expediente, antes de sair, fui até sua sala, mesmo sem ser chamada, deixei um bilhete em cima da sua mesa, ela olhou cada ação minha, séria, com uma das sobrancelhas arqueadas, me encarou até eu virar de costas e seguir para o elevador.
Não sei se ela pegou o papel e leu o meu endereço e o número do apartamento, talvez ela possa até ter lido, porém, jogado no lixo.

Mas eu estava nervosa, ansiosa, eu não valo o digo mesmo, cadê aquela Andrea que disse que nunca mais tentaria nada, que nunca mais molestaria a Miranda, que iria se afastar e focar apenas no profissional? Eu sou uma vergonha mesmo. Só bastou uma carinha por dentro do meu vestido para ir por água baixo toda minha decisão, todo meu discurso de garota racional.
Enquanto ia para casa, entrei em uma loja, comprei uma lingerie e uma camisola e outras coisinhas. Não sabia se ela apareceria, estava tentando focar em ela não aparecer, para não me iludir e encher de esperança e no final acabar me frustrando. Mas, caso que ela aparecesse, queria está prevenida, então...
Mas, tratando de Miranda...

Cheguei em casa e a primeira coisa que fiz foi organizar o apartamento, meu Deus! Meu apartamento é menor que a sala da Miranda, começou me bater uma insegurança absurda, mas a vontade de transar com ela era bem maior.
Após organizar tudo, corri para o banheiro tomei um longo banho e passei apenas óleo em meu corpo, vesti a calcinha minúscula de renda preta, e coloquei a camisola transparente, curta e transparente o suficiente para caso Miranda viesse, me desejasse. Abri a gaveta do criado mudo e guardei umas coisas que estavam dentro da sacola e fechei, olhei para cama para certificar de que estava bem arrumada e segui para sala.

Alguns minutos se passaram, a fome bateu, resolvi fazer um macarrão a bolonhesa, eu nem sei Miranda viria para jantar, claro que não, provavelmente ela viria apenas para sexo, mas, mesmo assim fiz o suficiente que desse para nós.
Abri um garrafa de vinho enquanto fazia o molho e a campainha tocou, meu coração quase pula para fora, minhas pernas tremeram assim como minha mão, - céus! Se não for ela, ficarei tão decepcionada. - Murmurei indo em direção a porta.

Assim que abri a porta, lá estava ela com aquele casaco cobrindo todo o corpo e de óculos escuros, mesmo sendo de noite, eu sempre babo da forma como ela tirar os óculos. - Entre, Miranda!

- Você costuma receber suas visitas assim? - Ela estava em bico para o lado enquanto me fitava dentro dos olhos.

- Só você. - Sorri!

Observei seu pescoço ganhar uma vermelhidão e ir subindo pelo rosto, estaria Miranda envergonhada? Não, ela não é desse tipo.

- Andreah...- Ela falou com a voz insegura, como procurasse palavras.

Miranda Priestly sem palavras? Jamais! Com certeza é fantasia da minha cabeça, mas, como eu jamais deixaria Miranda desconfortável, tratei logo de tentar fazer ela ficar a vontade.

- Sente-se Miranda, estou fazendo um jantar para nós. - Proferi seguindo em direção a cozinha, senti que seus olhos estava sobre mim, provavelmente sobre minha bunda, e minha minúscula calcinha atolada na minha bunda. Uma fisgada forte bateu em minha entranha.
Mexi um pouco o molho, e coloquei os pratos na mesa, a garrafa de vinho, voltei para cozinha para pegar as panelas e assim compus o que faltava para o nosso jantar não planejado.

Mas pelo horário, e pela roupa que ela estava usando, a mesma que eatava empresa, denotava que ela ficou até agora na Runway, e conhecendo Miranda como conheço, com certeza ela ainda não havia jantado.

- Venha! - Chamei sorridente enquanto servia seu prato.

Miranda não estava confortável, isso era fato, a sua postura enrijecida, o seu silêncio, era notório, ela se levantou e veio em direção a mesa, olhou o que seria a janta e arqueou uma das sobrancelhas.

- Ah! Miranda, não me julgue, você vai gostar, garanto, macarrão a bolonhesa é minha especialidade. - tentei ser descontraída para quebrar o iceberg que havia ali. - Não seja preconceituosa.

- Não como isto desde a minha adolescência, provavelmente. - Ela proferiu sem sorrir, sem me olhar enquanto puxava uma cadeira para se sentar.

- Eu sei que não é o ambiente, sem jantar chiques que está habituada, porém, garanto que vai gostar e vai se deleitar da sobremesa. - Como você ganha uma segurança quando está em nosso ambiente, não é mesmo? Sorri.

Ela me olhou em desafio - Espero que a sobremesa seja realmente boa An-dre-ah! Sabe quantas calorias tem nessa coisa?

Levei a mão ao peito ofendida - Como ousa chamar meu macarrão a bolonhesa de coisa?

E Miranda sorriu, não foi um sorriso que ela dava para todos, não foi aquele sorriso ensaiado, aquele sorriso falso que ela costumava dar, foi um sorriso terno, singelo e verdadeiro, seus olhos sorriram junto, algo que nunca acontece quando ela sorri para alguém e meu coração acalentou. - Meus eu sou muito trouxa nessa mulher.

- O que seria essa divina sobremesa Andreah? - Ela enrolou o macarrão no garfo.

- Eu! - Repondi levando meu garfo a boca.

Gente, vcs tão gostando???? Dar feedback ai ❤❤❤

Desejo Latente (Mirandy) Onde histórias criam vida. Descubra agora