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Se eu olhei para Miranda o restante do evento? Claro que não, não era nem louca, claro que eu era louca, como fui capaz de fazer aquilo? Meu Deus do céu, eu estou muito ferrada.

- Está tudo bem? - Senti uma mão em minha cintura e a outra no meu ombro, conheci pela voz que era o Christian Thompson, eu estava hiperventilando.

Olhei para ele, ele estava com um semblante preocupado, porém, com um olhar gentil, balancei a cabeça em concordância e disse que não. Ele franzio o cenho.

- Só estou um pouco nervosa, acho que cometi uma loucura.

- Que loucura maior do quê ser assistente de Miranda Priestly? Vamos sentar um pouco.

Encoxar a própria, gemer no ouvido dela e passar a mão?

- Digamos que eu não tenha feito tudo certo essa noite.

- Tudo está perfeito, Andrea, tão perfeito quanto seus olhos. - Ele sorriu de lado e eu fiquei extremamente vermelha.

- Você é sempre assim?

- Só com donzelas em perigo. - ele sorriu.

Dei um leve tapa em seu ombro e revirei os olhos, olhei para o lado e Miranda estava vindo em nossa direção.

A meu deus, socorro, ela está vindo.

Comecei a hiperventilar novamente, meu corpo tenso e meu rosto ainda mais vermelho, Christian perguntou se eu estava bem.

- An-dre-ah!

Aquela voz, aquele timbre, aquele sotaque britânico me levava aos céus e ao inferno ao mesmo tempo.

- Precisa de alguma coisa, Miranda? - Não ousei de forma alguma olhar em seus olhos.

- Christian Thompson, querido. - Miranda estendeu a mão para ele, o qual pegou e beijou, elogiando o evento e o quanto ficara surpreendido com tudo.

- Christian, minha assistente não está disponível para sua caçada. - Miranda proferiu com toda naturalidade, e eu me encolhi.

- Você tem uma assistente linda como todas as outras, Miranda, porém com um diferencial, Andrea tem um certa inocência encantadora. - ele me olhou e realmente me senti uma preza em suas mãos.

- Mas não está disponível. Vamos, Andreah. - Miranda deu as costas.

Dei tchau para o homem loiro e gentil, ele colocou um bilhete em minha mão, abri imediatamente, havia seu número para contato, revirei os olhos.

- Chame o motorista. - Miranda ordenou indo em direção a um grupo de homens.

- Sim Miranda. - Sussurrei sabendo que ela sequer ouviu.

Peguei meu celular e mandei mensagem para Oseph ficar a posto. E eu? Eu iria com ela? Ficar duas horas com ela no mesmo carro depois do que eu fiz? A meu deus do céu. Estava começando a hiperventilar quando ela me chamou.

- Sim Miranda?

E nada ela falava, mas sentia que ela estava me observando, e agora eu precisa olhar para ela para saber o que ela queria, porém, não queria olhar pois eu estava muito envergonhada, senti meu rosto esquentar, e com as bochechas vermelhas olhei para ela, eu estava extremamente constrangida, Miranda me olhava como se nada tivesse acontecido. - Motorista já está aí? - Balancei a cabeça em concordância.

- Ótimo. - Ela seguiu em direção da grande porta.

E eu não sabia se seguia ela, fiquei parada ali, olhando-a se distanciar, até ela parar e olhar para trás, fez um gesto para que eu a seguisse, engoli a seco e insegura segui em direção a saída. Miranda parou para os fotógrafos, deu algumas entrevistas e logo entrou no carro, eu dei a volta e entrei pelo outro lado.

- Miranda, me desc...

- Silêncio, An-dre-ah. - Ela suspendeu a mão ao ar enquanto falava.

Eu queria muito me desculpar pelo que fiz, mas Miranda estava agindo como se eu não estivesse feito nada e aquilo estava me deixando muito desesperada. Ela pegou o celular e começou a mexer nele, super concentrada, enquanto eu comecei a movimentar minha perna repetidas vezes, assim como foi na vinda, mordi meu lábio inferior, sabia que isso incomodava Miranda, mas eu estava nervosa demais.

- Sobre o que eu fiz...

- An-dre-ah! Não quero ouvir sua voz.

Engoli em seco, me afastei mais para perto da porta, o mais distante possível dela, e assim foram duas torturantes horas em total silêncio.

Chegamos no hotel e rapidamente o motorista abriu a porta para ela, seguimos para o elevador, claro que eu esperei ela entrar e esperaria o outro elevador, mas ela fez movimento com a cabeça para que eu entrasse, e mais alguns minutos a sós com a Miranda, céus! Isso não estava me ajudando.
O elevador abriu e saímos, o meu quarto era próximo ao dela, é claro, afinal, assistente de Miranda tinha que está o mais próxima possível, caso ela precisasse de alguma emergência.
Parei para entrar em meu quarto, porém, sem me olhar ela ordenou que a acompanhasse, engoli a seco, talvez agora seria a hora que ela iria me escorraçar, fechar todas as portas para mim, ela entrou e trêmula entrei também em seu quarto, fechei a porta atrás de mim e fui surpreendida por ela avançando em mim, beijando meus lábios com fúria e desespero.

Desejo Latente (Mirandy) Onde histórias criam vida. Descubra agora