Hidden Love [TXT]

Hidden Love - 16 [End]

5 years later

Se me dissessem que minha vida mudaria para isso cinco anos atrás, eu diria para eles que estavam loucos... Sério.

Espera eu não contei nada ainda... Enfim, vamos para as lembranças.

Depois daquela conversa com o Soobin eu decidi que não ia largar ele, o coitado não merecia isso. Fui conversar com o Beomgyu e quase bati nele, perguntei que tipo de vingança ele queria de mim:

— Você me machucou Kai... Você me fez me sentir solitário, eu te amava e você me abandonou. Você escolheu isso.
— Não Beom... Você escolheu isso. Eu jamais quis te machucar, só eu sei o quão triste e desolado eu fiquei quando tive que ir. Meus pais... você conheceu eles, não foi? — ele assentiu devagar, parecia ter ficado mais calmo — Eles iriam me largar e esse ano eles fizeram isso. Eu não queria ter ido, se eu soubesse que você tinha ficado tão chateado assim, eu teria lutado mais.

Depois daquela conversa o Beomgyu pediu desculpas, disse que queria ser meu amigo porque tinha se interessado por um garoto de cabelos azuis, que antes era o Yeonjun. Ele pintou o cabelo de novo, Enfim... Eu decidi que falaria com meus pais, eles não precisavam me apoiar ou nada disso. Eu nem queria isso, só queria pelo menos ter pais e não ser considerado órfão com os pais vivos. Isso é cruel.

Bati na porta diversas vezes, se eu estava nervoso? Demais, eu estava sozinho. Não sou tão audacioso ao ponto de trazer nenhum dos meus amigos aqui, ela bateria neles e em mim também.

Alguém abriu a porta: era meu pai, fazia tanto tempo, ver meu pai era como provar uma comida que há anos não comia. Uma sensação boa e ruim já que ele estava de cara fechada. Não era para eu estar ali agora...

— Você...?
— P-pai... eu queria entrar... para... conversar.
— Espera, filho? Meu Deus, como você mudou! Está mais magro, mais alto e seu cabelo, faz um bom tempo que não corta, não?
— Ah, sim, eu prefiro grande assim... Eu posso...?
— Claro filho, a casa é sua. — não pai. A casa não é minha, eu fui expulso lembra? — Ah sim, sua mãe... ela fez uma merdas não?
—Ah... Ela está aí?
— Sim. Continua orgulhosa como sempre. E... — parou de repente e me olhou sério — ela não vai te dizer isso, mas ela te ama, porém não quer aceitar o fato de você ser... gay. Eu não me importo com isso, mas ela... Imagino como você se sentiu esse tempo todo sozinho...
— Tudo bem pai. Não quero aprovação dela nem nada, só quero me desculpar e ter uma mente limpa. — claro que estava ali só por causa do meu sonho, mas era isso que eu queria mesmo, pedir desculpa por ser diferente deles e seguir um caminho diferente do que eles planejaram. Só queria estar em paz com eles.

Meu pai abriu a porta do quarto deles e minha mãe estava lá olhando para a janela. Ela parecia diferente também, nunca a vi mais magra e abatida. Tomara que isso seja de arrependimento.
—

Mãe... — ela virou assustada e paralisou, acho que ela não me esperava tão cedo ali.

— HueningKai...
— E-eu vim, pedir desculpa por ser quem eu sou. Entende?
— Entendo sim. Me desculpa também. Não queria ter que enfrentar as coisas assim. Fui tola...
— Não precisa se desculpar e aliás eu só vim para isso, não precisa me apoiar nem nada, só você aceitar minhas desculpas, já pode ser suficiente. — fitei o chão e comecei a brincar com os meus dedos, eu estava nervoso ainda, não sei que tipo de reação ela vai ter.

— Certo. Desculpado. Aparentemente você está nervoso. Pode ir, voltar depois se quiser... a casa é nossa... Você ainda faz parte daqui, apesar da sua escolha errada... — imaginei.... Então é agora que eu vou!
— Até mais, mãe. Pai. — me dirigi para a porta da saída. Nenhum de nós queríamos prolongar o assunto, seria melhor assim.