Sonho - 14

840 105 112
                                    

   Entrei para a sala e ignorei os muitos olhares curiosos sobre mim. Me sentei e comecei a escrever algo no meu caderno com a cabeça totalmente alheia à tudo. Estava me sentindo envergonhado com todos me olhando, mas estava tentando ignorar esse fato.

    Uns cinco minutos depois Taehyun voltou para a sala sem Soobin. Eu fiquei muito confuso. O que Taehyun queria com ele? E por que ele voltou sozinho?

    Depois de falar com a professora ele retornou para o lugar dele na sala. Quase atrás de mim. Olhei no relógio para saber que horas eram e faltavam 5 minutos para ir embora. A sala começou a se organizar para ir. Arrumar as mochilas e eu também. Fiz tudo correndo para dar tempo de eu falar com Taehyun e perguntar o que ele queria com Soobin.

    — Kai. – me assustei com alguém me chamando de repente. – Desculpa não queria te assustar. Você tá bem? Soobin te machucou? – eu admiro a preocupação que Taehyun tem comigo, mas o que tá acontecendo com ele?
    — Não. Ele não faria isso...
    — Ele faria. Não confio nele. – terminei de guardar minhas coisas e olhei para Taehyun de braços cruzados e sério.
    — Não aconteceu nada entre nós. – ele sorriu aliviado pelo que eu percebi. – Mas e entre vocês? Por que diabos você apareceu lá e disse que queria conversar com ele? Aliás o que você queria conversar com ele?
    — Eu não posso dizer Kai. Não é algo que eu possa te contar. Não ainda. – fiquei confuso. Quer dizer, mais confuso né?
    — O quê? – o sinal tocou e Taehyun me ignorou e saiu andando sem nem me esperar. – Tae! – corri para alcançá-lo. Toquei em seu ombro e ele se virou.
    — Está tudo bem Kai. – disse ele com um sorriso que me acalmou e fez eu me esquecer de todos os problemas. Esse era o poder de Taehyun: seu sorriso. Ele conseguia perfeitamente fazer eu ficar despreocupado apenas com isso. O jeito que seus olhos ficam incrivelmente perfeitos, seus dentes perfeitos, tudo.
    — Mas... – o soltei e ele seguiu enquanto eu fiquei na sala parado tentando acordar do meu transe.

    Pisquei e vi Yeonjun na porta.

    — Você vem para casa hoje? – ele perguntou animado.  – Meu pai vai adorar te ver de novo e vamos poder comer comida da boa. – sua risada me contagiou e eu respondo que iria. Ele agarrou meu braço e começamos a andar lado a lado para a saída.

    Eu realmente sentia falta da presença de Yeonjun. Durante o tempo que não nos víamos eu pensava a todo momento nele, se estava bem, se a luz natural do seu quarto estava o fazendo dormir bem, se ele estava penteando seu cabelo direitinho... Ficar do seu lado é a melhor coisa do mundo.

    Chegamos em casa e quando Yeonjun abriu a porta o pai dele ficou surpreso em me ver com ele. Me abriu o maior sorriso que eu já vi e se apressou em me abraçar.

    — Caramba. Sentimos sua falta Huening Kai! Principalmente esse baixinho. – olhou para Yeonjun que olhou para baixo envergonhado.
    — Eu também senti falta de vocês... Me desculpem pelo mal que eu fiz para vocês. – eu disse sentindo a culpa de ter quase estragado a única e especial amizade que eu tinha com Yeon.
    — Por favor Kai. Não fala isso. Não foi sua culpa. Eu quem não estava pensando direito quando resolvi te abandonar... – Yeonjun disse tentando tirar esse peso das minhas costas.

    Me sentei no sofá da sala e comecei a chorar.

    — Eu não sou sempre assim gente. Me desculpem. – eu ria e chorava ao mesmo tempo. Toda vez que eu piso nessa casa eu choro tanto que nem sei. Mas ainda sim me sinto acolhido por esses dois. Como uma família de verdade. Senti os braços de Yeonjun me rodeando. A coisa que eu mais amo nele é seus abraços. São tão especiais e carregados de sentimentos, são quentinhos e aconchegantes.

    Estávamos no quarto do Yeonjun esperando o almoço ficar pronto olhando para o teto e conversando de coisas aleatórias como sempre fazíamos quando ficávamos no tédio.

Hidden Love [TXT]Onde histórias criam vida. Descubra agora