V - O JAVALI DE DESPEDIDA.

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Kyriel, Matthias e Leonídas acordam assustados com um súbito estrondo que ecoou na caverna.

- Esse barulho veio da entrada da caverna. - Fala Kyriel.

Os três notam a ausência de Shinru e correm até lá. Ao chegar, veem Shinru todo ensanguentado.

- SHINRU, O QUE HOUVE? - Grita Kyriel - VOCÊ ESTÁ BEM?

- Ah, esse sangue não é meu. É dele. - Shinru aponta para um enorme javali caído no chão.

- Fará o que com ele? - Pergunta Matthias com náusea ao ver a grande quantidade de sangue.

- Iremos comê-lo. Não é óbvio? - Responde Shinru enquanto carrega o javali até uma bancada.

Shinru começa cortar o javali, mas com certa dificuldade. Kyriel acha engraçado a cena e interrompe, cortando a carne em pedaços em questão de segundos.

- Nisso, sou melhor que você. - Kyriel fala olhando para Shinru. - Era o mínimo que eu poderia fazer.


Após uma bela refeição os três garotos decidem partir.

- Leonídas, precisamos voltar. - Matthias fala enquanto arruma sua bolsa.

- Eu também preciso. Tenho que reparar minhas espadas. - Responde Kyriel. - Vamos indo.

- Obrigado pela estadia, Shinru. Mas precisamos ir agora. - Matthias diz já saindo da caverna.

- Adeus! Tomem cuidado pelo caminho. - Shinru se despede.


Já de volta a floresta, Leonídas resolve perguntar a Kyriel algo que o estava deixando curioso.

- Ontem a noite você comentou que o rei tinha solicitado sua presença para investigar alguns eventos na capital, que eventos são esses afinal?

- Contaram-me muito pouco sobre. Parece que andam rolando mais desastres naturais do que o habitual. Devo investigar se isso é "natural" mesmo. - Responde Kyriel. - E vocês, o que vão fazer agora?

- Não sei. O plano era ir até a floresta e enfrentar o Elementar, mas o Matth não disse o que faríamos depois. - Diz Leonídas.

- Também não deve ter contado que não sabia o que estava fazendo. - Brinca Kyriel.

- Fomos pego de surpresa, tá bom? - Matthias responde envergonhado. - O melhor a se fazer agora, é estudarmos sobre como usar os poderes desse talismã. Em meio a todo esse caos, mal deu tempo para testar os limites do que ele pode ou não fazer.

- Deveríamos já procurar pelo próximo. - Leonídas fala empolgado. - Por que parar por aqui?.

- Ainda não. Precisamos estar mais preparados. - Matthias fala com um tom rígido. - Ainda mais com o que aconteceu enquanto enfrentávamos esse. Devo admitir que se não fosse Kyriel, a situação poderia ter saído do controle.

- Que exagero! Uma hora ou outra iriamos descobrir uma maneira de derrotar aquela criatura. - Comenta Leonídas. - E sinceramente, não sei de onde está vindo toda essa cautela. Tratando-se de magia, você é sempre o primeiro a tomar uma iniciativa.

- Não quero me meter em outra confusão tão cedo. - Matthias tenta repreender a euforia de seu amigo, mas sem êxito.

- Isso é injusto! - Retruca Leonídas. - Logo agora que tenho como me defender sozinho.

- Tenha paciência! Em um de meus livros deve conter a localização dos demais. Quando chegarmos em Nordriel darei uma olhada. - Responde Matthias. - Além disso, você precisa treinar.

- Certo... - Leonídas responde meio cabisbaixo. - Será um longo caminho até Nordriel. Que tal nos contar alguma de suas histórias Kyriel?

- Será um prazer!

Arbitrium e a Árvore ArcanaOnde histórias criam vida. Descubra agora