Histórias estranhas

A casa

Meu nome é Samantha e atualmente moro com minha mãe em Gettysburg, na Pensilvânia. A gente se muda muito, pois ela não consegue ficar por mais de seis meses em um emprego. Dessa forma, eu acabo morando em muitas casas diferentes.

A última vez que nos mudamos, foi para uma casa um pouco afastada da cidade. Ela tinha dois andares e cinco cômodos. Não era tão grande quanto parece, mas tinha dois quintais realmente enormes, um na frente e outro nos fundos.

Notei que era uma casa famosa, pois vivia cheia de curiosos ao redor dela. Quando perguntei aos novos colegas do colégio sobre isso, me disseram que, segundo a lenda local, aquela era a casa mais infestada de espíritos que se tinha conhecimento.

Minha mãe riu quando lhe contei. Ela nunca teve medo de espíritos. Chegava em casa depois do trabalho, tomava banho, comia e se jogava na cama. Nem um terremoto a acordaria, então ela não via o que eu via.

Meu sono nunca foi dos melhores, mas, depois de nos mudarmos para aquela casa, eu quase não dormia mais. Não que a casa fosse barulhenta. Na verdade, ela era extremamente silenciosa.

Não sei se vai me entender. Apesar do silêncio, eu sempre sentia que havia alguém se movimentando naquela casa. Sabe quando seu amigo vem chegando perto de você bem devagarzinho, tentando te dar um susto, mas você sente a aproximação dele? Era essa a sensação. Porém, quando eu me virava, não tinha nada.

Certa noite, alguns curiosos apareceram no quintal da frente e ficaram observando a casa outra vez. Aquilo já estava me irritando e fui ao quarto da minha mãe para dizer que tinha gente lá fora, mas ela não acordou.

Resolvi então sair e ver o que eles queriam. No entanto, assim que abri a porta, me dei com o quintal vazio. Não havia ninguém ali.

Eu liguei a lanterna do celular e caminhei, olhando de um lado e outro. Foi então que olhei para a casa e meu coração saltou à garganta. Todas as pessoas que eu tinha visto estavam olhando para mim, de dentro da casa.