Histórias estranhas

Não queira saber

Sabe quando você volta para o seu quarto com a certeza de ter deixado aquela gaveta fechada? Ou quando perde sua carteira de identidade, mesmo a tendo guardado sempre no mesmo lugar? Tem certeza de que foi só uma distração?

Alguma vez você teve a sensação de que alguém estava escondido atrás da porta? Ou, quem sabe, gritado seu nome do outro cômodo? Isso sempre aconteceu quando estava só ou em completo silêncio, acertei?

Bem, você não é o único. E por qual razão tanta gente sente o mesmo? Será que estamos todos paranóicos?

Vivemos nossas vidas distraídos, passando sempre pelas mesmas ruas sem notar as cores, os prédios, as novas pessoas que encontramos no dia a dia. Por que então veríamos o que está um pouco abaixo da linha dos sentidos?

Somos egoístas, nosso mundo é feito apenas do que queremos ver, das nossas prioridades. Ignoramos todo o resto para que a vida fique da nossa maneira.

Agora, enquanto você lê esse texto, há muito mais coisas ao seu redor do que imagina. Não sente que acorda cansado algumas vezes? Não pense que é normal se sentir assim. Eles estão em toda a parte, silenciosos e observadores, brincalhões também, algumas vezes. Em outros momentos, podem ficar zangados. Nem sempre podemos prever o que os irrita.

Sentimos um peso, uma dor de cabeça ou acordamos com uma sensação ruim no peito. Passamos o dia sem entender. E é ótimo que a gente não entenda. Você não iria querer saber. Ninguém em sã consciência quer.

Nossa baixa percepção é uma defesa do nosso cérebro. Algo que a natureza nos deu. Não devemos olhar muito, nem prestar muita atenção nesses detalhes tão estranhos do dia a dia. Entenda, se fizer isso, corre o risco de começar a vê-los.