Capítulo 1- Novos hábitos

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Eu estava alguns minutos atrasada quando desci do ônibus próximo ao trabalho

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Eu estava alguns minutos atrasada quando desci do ônibus próximo ao trabalho. Agradeci ao motorista conhecido e fui andando pela calçada. As coisas estavam um pouco apertadas e complicadas na minha vida, de modo que eu estava evitando ir de carro para o trabalho para evitar mais gastos com gasolina ou, por exemplo, acabar com um pneu furado.  Morar sozinha — E agora responsável pela irmã mais nova numa cidade afastada da casa dos meus pais — estava sendo um pouco mais difícil do que pensei.

Andei alguns poucos quarteirões e já podia ver a casa imponente por trás dos muros altos.             O porteiro me deixou entrar assim que me viu. Não demorei a notar a bagunça que tomava conta do lugar. O gramado estava completamente cheio de copos de plásticos até onde minha visão alcançava. Continuei em frente, questionando-me se não havia tido um furação e eu não teria percebido.

Minha confusão se devia ao fato de: em quatro anos que trabalhava ali, nunca tinha visto aquele lugar tão bagunçado. Nem sequer uma festa eu havia presenciado por ali. No máximo, alguns jantares.

Passei ao lado da fonte na frente da casa, que também não havia escapado da bagunça, e fui pela lateral, entrando pela cozinha. As regras ali haviam mudado, de modo que nós só podíamos entrar por ali.

Encontrei Betty e Dayse sentadas, tomando café antes de começarem a trabalhar.

—O que aconteceu aqui? – Perguntei assim que entrei. A cozinha também não estava arrumada, como todos os dias. Havia muitas garrafas de diversas bebidas em cima da ilha, pia, no chão...

—Ah, minha querida, você não sabe... - Começou Dayse, empolgada com o assunto. - A Gisele deu a maior festança aqui no sábado, durou até ontem. E você sabe como o Henry ama tanta gente na casa dele, né?-ela sorriu de lado ao me olhar- Ele está puto da vida com ela. Nem quis olhar para essa bagunça e saiu mais cedo.

—E o Pietro? – Quis saber.

—Ainda está dormindo.

—Mas e a escola dele?

—Não sei, mas a...

—Que merda aconteceu aqui? – perguntou Ariele assim que entrou ali junto com Victoria, a babá de Pietro.

Dayse voltou a contar a historia do começo e pude ouvir Betty bufar, se levantando e indo direto para a pia lavar a louça.

—Sério que ele está puto com ela? – Ariele perguntou, empolgada. – Será que ela é a próxima a rodar?

—Henry me chamou no sábado para ficar com Pietro. Acho que ele pensou que seria algo menor, e então de repente estava tudo lotado. Sério, parecia um bando de adolescente, mas eram todos bem adultos. A maioria ele não conhecia.  – Victoria disse. 

– E você sabe se Pietro vai para escola hoje? – Perguntei a ela.

—O pai dele me mandou mensagem dizendo que saiu mais cedo e não podia levá-lo. Disse para eu ir com o motorista. Mas eu não vi o André. Onde ele está?

A Governanta (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora