Quando Ellen resolveu trazer sua irmã para morar com ela, não imaginava que as coisas ficariam tão apertadas. Sempre com tudo planejado e organizado, ela se vê pela primeira vez realmente preocupada com sua situação financeira. Depois de se mudarem...
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Acordei no meio da madrugada. A luz que vinha da janela não deixava o quarto ficar totalmente às escuras. A TV deveria ter desligado sozinha. Pietro ainda estava deitado parcialmente sobre mim, dormindo profundamente. Henry estava adormecido no outro canto da cama, de frente para mim. Não pude deixar de notar seu braço descansando em minha cintura. Observei seus traços bonitos por um instante, os cílios perfeitos, a barba que já precisava ser aparada, o rosto marcante. Ele era incrivelmente bonito.
Não sabia em quem mexer primeiro, se em Henry ou Pietro. Mas eu precisava sair dali. Seria estranho quando acordássemos de manhã daquela forma. E muito inadequado. Henry e eu sempre tivemos uma relação estritamente profissional, e se estávamos tão próximos agora, era por Pietro. Mas aquele cenário era exagerado demais. Passava dos limites. Deveria ter ido embora quando Pietro adormeceu. Mas não quis deixá-lo, e meus olhos estavam tão pesados que, pouco tempo depois, acabei adormecendo também. Mas não podia ficar ali. Se alguém visse isso ou mesmo desconfiasse, não seria mais vista da mesma forma por ninguém. Já achavam estranho o fato de eu passar tanto tempo na casa se nem ao menos era a babá do menino. Por mais que eles tivessem acostumados, o que iriam pensar se soubessem? Bem, Pietro estava ali, mas eles provavelmente não ligariam para esse detalhe. Somente para o fato de ser íntima demais do chefe. Era melhor evitar assuntos. As meninas adoravam especular sobre qualquer coisa, e eu não teria paciência para tanta bobagem. Imaginando ser mais simples, decidi tirar o braço de Henry de mim. Com cuidado, toquei e segurei seu pulso para tirá-lo dali. Ele se mexeu na cama. Fiquei imóvel até ter certeza que não tinha o acordado. Tirei o menino dos meus braços com cuidado, e consegui sair sem acordar nenhum dos dois.
Saí dali para o meu próprio quarto, onde logo me joguei na cama. Demorei um pouco para conseguir dormir, não sei se devido à dor de cabeça ou depois de tanto estresse. Acordei sem despertador pela manhã. Olhei para o teto por um minuto, tentando criar coragem para levantar. Quando finalmente fiz isso, fui direto para um banho quente e rápido, já que provavelmente estava em cima da hora. Vesti uma roupa, calcei meus saltos baixos e desci as escadas. O corredor dos quartos estava sem nenhum sinal dos dois, não quis entrar no quarto de Pietro, já que eles poderiam ainda estar dormindo. Mas bastou entrar na sala de jantar para encontrá-los sentados a mesa. Meu menino, sentado perto do pai, olhou e sorriu para mim. Beijei seu rosto e olhei para Henry, que já estava me encarando. Desviei o olhar para a mesa.
-Bom dia. -Disse.
-Bom dia. -Henry respondeu.
-Como você está? -Perguntei para Pietro, evitando o olhar que Henry ainda tinha sobre mim.
-Eu tô bem, Ellen. Senta pra comer com a gente. Sorri para ele.
-Não vai dar. Vocês já estão terminando e eu tenho que fazer algumas coisas. -Menti, tentando sair rápido do olhar de Henry, que parecia queimar em mim. O que era isso? Beijei seu rosto e saí antes de ele retrucar algo, dando uma rápida olhada em seu pai, que ainda me encarava sério. Entrei na cozinha e encontrei Betty e Dayse tomando café em pé de frente para a ilha na cozinha.
