Capítulo 16 - Viagem

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Era véspera de feriado naquela quinta-feira, e a família de Henry viajaria para a casa que tinham na serra

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Era véspera de feriado naquela quinta-feira, e a família de Henry viajaria para a casa que tinham na serra. Ainda no início da noite nós estávamos colocando nossas coisas no porta-malas. O plano era passar a noite, o feriado e voltar no sábado bem cedo. Eu estava um pouco ansiosa, era a primeira vez que me juntaria à família sendo namorada de Henry, e não sabia bem o que eles pensavam, com exceção de seu irmão David.

Pietro tinha um joguinho em mãos, o que o deixou quietinho em boa parte do caminho. A estrada era na maior parte deserta e escura, mas a lua deixava que víssemos a paisagem cheia de montanhas incríveis, o céu escuro estrelado. Baixei um pouco o vidro pesado de minha janela e deixei que o vento tocasse meu rosto. Era como se a brisa fria fora da cidade grande limpasse minha mente, e me vi distraída por um longo tempo. A viagem durava apenas três horas, e logo subíamos as estradas curvilíneas antes de entrar na cidade de casas incrivelmente grandes e luxuosas em sua maioria. O movimento nas ruas era grande aquele horário. As pessoas andavam em vários grupos enchendo as calçadas e os belos estabelecimentos: restaurantes, cafeterias, bares, mercado e também algumas barracas de todo tipo vendas. O cheiro de comida invadiu o carro, fazendo minha barriga roncar.

Subimos um pouco mais e à medida que avançávamos, o centro da cidade ia ficando para trás, mas não fomos muito longe. Viramos uma rua sem movimento algum e logo chegamos à frente de uma casa incrivelmente grande e bonita. O portão foi aberto antes que parássemos em sua frente e o carro adentrou a propriedade, subindo um caminho de pedregulhos lindamente iluminado com luzes amarelas.

Henry estacionou o carro num canto coberto e nós descemos.

—Está tudo bem?  —ele quis saber enquanto pegávamos nossas bolsas no porta-malas.

—Sim, estou... —sorri para ele.

Ele me deu um beijo rápido e nós três tomamos o caminho de jardim também iluminado. Era a casa mais bonita que já vi, e o clima frio da cidade parecia combinar com ela.

Fomos subindo o terreno até chegar a alguns degraus que davam numa varanda que rodeava a casa.

Henry abriu a porta, e pude ver uma sala bastante espaçosa, com sofás grandes e uma TV imensa. Do outro lado, uma sala de jantar enorme que dava na varanda dos fundos, onde a família estava. Nós entramos e largamos tudo pela sala, indo cumprimentar todos.

Annelise foi a primeira a nos receber, nos abraçando. David veio logo em seguida, e nos apresentou sua nova namorada. Cumprimentei Antônio e Eva, que foram educados, mas notei certo... Desconforto por parte da mulher. Talvez fosse estranho me ver e tratar como empregada desde sempre, e agora saber que era minha sogra. Minha sogra... Era muito estranho pensar isso, um cenário que nunca imaginei que pudesse acontecer. Apesar de toda estranheza e timidez, tentei parecer o mais confortável possível. Não queria preocupar Henry, que parecia bastante disposto a me fazer ficar a vontade ali. No entanto, ele devia imaginar —com meu histórico—, como eu estava me sentindo um pouco desconfortável.

A Governanta (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora