Quando Ellen resolveu trazer sua irmã para morar com ela, não imaginava que as coisas ficariam tão apertadas. Sempre com tudo planejado e organizado, ela se vê pela primeira vez realmente preocupada com sua situação financeira. Depois de se mudarem...
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Na terça-feira levantei e fui direto para banho. Assim que saí, Emily entrou e eu corri para meu quarto para me vestir. Coloquei uma saia e uma blusa social e saí apressada. Peguei o ônibus perto de casa e quase uma hora depois, eu cheguei. Sentia tanta falta de poder usar meu carro! Estava tendo que economizar onde podia, e gasolina estava incluída nisso. Morava sozinha desde os dezoito anos, mas as coisas ficaram um pouco mais apertadas quando minha irmã veio morar comigo. Eu pagava metade de suas mensalidades na faculdade e a outra metade era bolsa de estudos, além de ajudar meus pais também. Ah, e eu guardava dinheiro para um dia conseguir abrir meu hotel ou uma pousada. Com tudo isso, tivemos que nos mudar para um apartamento mais barato, mas eu sabia que não podia ficar naquele por muito mais tempo. Com um vizinho daqueles, a ideia de ficar ou deixar minha irmã sozinha em casa me apavorava. Não confiava nem um pouco nele. Isso tinha me tirado o sono. Eu já estava procurando algum trabalho nos fins de semana para conseguir alugar um apartamento melhor.
Na cozinha, encontrei Betty já arrumando uma bandeja. Era mais cedo do que eu pensava, e as meninas ainda não tinham chegado.
-Bom dia. - Disse à cozinheira.
-Bom dia. Chegou cedo. - Comentou a mulher.
-Sim, acho que peguei um ônibus mais cedo que o normal sem notar. Não olhei as horas quando saí.
-Você pode deixar isso para o patrão? - Ela esticou os braços com a bandeja com bolo e suco.
-Claro. - Respondi, pegando a bandeja de sua mão.
Andei até a sala de jantar, onde encontrei Pietro e seu pai sentados a mesa.
-Ellen, você chegou! - Gritou Pietro quando me viu, fazendo seu pai levar um susto, distraído com alguns papéis na mão.
Pietro correu até mim antes que eu pudesse chegar à mesa. Ele me abraçou pela cintura e eu tive que ter cuidado para tudo não cair no chão.
-Bom te ver também! - Eu ri de sua animação.
Andei até a mesa, onde deixei a bandeja, depois dei um longo beijo no rosto do menino.
-Você está tão lindo com essa roupa! - Disse a ele, que usava uma camisa branca parecida com as que seu pai usava.
-Papai que escolheu pra mim. - Ele disse antes de sentar.
Olhei para Henry, que nos observava.
-Bom dia. - Disse a ele.
-Bom dia. Já tomou café? - Quis saber.
-Não. Mas vou tomar, estou indo para a cozinha.
-Senta com a gente. - Convidou, deixando os papeis no canto da mesa.
Pietro puxou uma cadeira ao seu lado. Meio sem jeito, me sentei.
-Você pode me levar na escola? Quero que conheça meu amigo. -Pietro me disse.
