Depois de uma noite tediosa e solitária de sábado, em que Lya saiu para jantar com Joe, Cassie ficou com Austin, Daya teve mais um de seus milhares de encontros, e Calum nem deu sinal de vida, tenho esperanças bem maiores para o domingo.
Acordo bem cedo, faço café e levo meu computador até a sala para terminar um artigo que preciso entregar amanhã.
Trabalhar com o ramo da escrita é engraçado às vezes. Quero dizer, meu salário depende da minha criatividade e minha mente ama pregar peças quando eu mais preciso. Situações onde os textos são muito importantes sempre me deixam com bloqueio criativo, enquanto com os temas mais banais e corriqueiros eu sempre tenho ideias e disposição de sobra.
Mesmo vivendo na linha do desespero as vezes, e com alguns editores que me deixar louca de raiva, é isso que eu gosto de fazer. Não trocaria meu emprego por nada.
Passo a manhã inteira jogada no sofá, escrevendo sobre os dilemas de morar sozinha... ainda que eu não more totalmente sozinha, dou o melhor para ser o mais realista possível.
Talvez seja uma boa ideia conversar com Calum sobre isso, afinal, ele mora sozinho desde muito novo. E só quando penso nele presto atenção que já é quase meio dia, e que ele deve passar aqui para almoçarmos daqui a pouco.
Corro para tomar banho e me arrumar porque ele odeia esperar, e eu não preciso de um melhor amigo mal-humorado como companhia para esse domingo.
Quando estou finalmente desligando meu notebook, pronta para sair, meu celular toca.
"Bom dia." – Calum me cumprimenta, e posso imaginar o sorriso estreito que ele tem nos lábios enquanto diz isso.
–Bom dia, Cal.
"Estou na frente do seu prédio. Você está pronta, ou eu preciso subir?"
–Vou pegar minha bolsa e descer, me espere no carro.
"É sério?" – ele implica. – "Que dia histórico! Estou emocionado"
–Ah, cala a boca.
Desligo o telefone sem me despedir e pego minha bolsa antes de trancar a porta e pegar o elevador.
Não tenho a menor dificuldade em encontrar o Range Rover preto de Calum estacionado na minha rua. O moreno está lá, ouvindo música alta, como sempre. Posso ouvir a batida da música de fora do caro.
Abro a porta e acabo o assustando, o que me faz rir.
–Eu não te vi chegando. – ele se explica com a mão sobre o coração.
–Claro que não, dá pra ouvir a música lá de casa.
Dou risada, e ele abaixa o som.
–Bom dia, Jess. – ele se estica sobre o câmbio para me dar um abraço.
Passo meus braços de maneira desengonçada pelos seus ombros largos, mas mesmo assim me sinto em casa naquele abraço.
Calum mantem os braços a minha volta por mais tempo que o comum, o que me deixa meio intrigada. Geralmente ele só aperta minha bochecha, ou bagunça meus cabelos para me cumprimentar.
Não consigo guardar minhas dúvidas para mim depois que ele me solta, liga o carro e começar a dirigir sem me olhar nos olhos, nem dizer absolutamente nada.
–Está tudo bem? – pergunto.
Calum suspira, e continua focado na rua nada movimentada onde estamos passando.
–Cal? – chamo outra vez.
O silêncio dele nunca é um bom presságio.
–Onde você quer almoçar hoje?
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Why Won't You Love Me? - Calum Hood
FanfictionSwitching into airplane mode again We're not alright but I'll pretend Press my cheek against the glass Just be good 'til I get back The ground disappears I hold back the tears I check my phone to see your face Staring back as if to say Don't worry...