Capítulo 25

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Depois do que pareceram a noite mais quente e a manhã mais radiante da minha vida, meus dias gradualmente começaram a ficar nublados. Repletos de pontos de interrogação.

Calum sumiu da minha vida.

Meu melhor amigo, que achou tempo pra mim quando estávamos a milhares de quilômetros de distância, no meio de uma turnê, agora diz que tem está muito ocupado com a banda e promete "falar comigo depois".

Eu quero, com todas as minhas forças, acreditar nessa história, mas ingenuidade tem limites.

Ignorei todos os meus instintos e a vontade imensa de interroga-lo sobre o que está realmente acontecendo, em nome da nossa amizade e pra respeitar o tempo dele. Mas precisar dar espaço pras pessoas é uma merda.

Principalmente quando elas pegam esse espaço sem nem pensar duas vezes.

Trocamos poucas mensagens ao longo da semana, e ele não deu mais as caras depois de sexta. Apenas surge no meu celular sempre que estou começando me convencer a deixar essa história pra lá, como se fizesse questão de que eu não consiga tira-lo da minha cabeça de jeito nenhum.

Fiquei pensando que aquela noite era a grade revelação de algo que ele estava tentando esconder há muito tempo, uma declaração linda de amor que ele fez de um jeito pra lá de ousado. Mas aí, dia após dia, percebo que essa parte foi toda por minha conta, graças a minha mente intoxicada e tonta por romances. A realidade daquela noite foi sexo. Ainda que inesquecível, foi só isso que significou pra ele, prazer.

Eu sou tão ingênua que sinto vergonha.

Sigo deixando-o fazer o que bem quiser comigo, alimentando todas as expectativas possíveis e a realidade continua me decepcionando, brincando com todas as minhas emoções. É como se o meu coração não valesse nada.

Ainda que nessa confusão eu não consigo me zangar com Calum, não consigo reclamar ou gritar com ele. Eu não posso culpa-lo por ter sentimentos como os meus, isso não é escolha minha.

Não posso obriga-lo a me amar.

A minha única saída é seguir a minha vida com seu belo veneno correndo pelas minhas veias, e torcer para algum dia conseguir me curar disso.

Seguir, com um melhor amigo que é relapso demais pra perceber que ele está pisando em cima dos meus sentimentos, afinal, é melhor isso do que deixa-lo ir. Independente do quanto seja difícil passar por cima do que houve, não tê-lo comigo seria mil vezes pior.

Danço no ritmo da música, respondendo as mensagens quando elas chegam e esperando minha oportunidade de sentir seu calor, quando e se ainda possível. 

Certas pessoas estão destinadas a finais felizes, mas talvez essa não seja eu. Talvez eu só esteja destinada a isso mesmo, a esse limbo sem começo, sem meio, e nem fim.

Chego em casa cabisbaixa, depois de mais um dia de trabalho, seguindo pela minha rotina comum e sem graça, com a cabeça cheia.

Mas depois de alguns minutos, ouço uma conversa na sala e fico até animada.

Quando saio do meu quarto encontro Cassie e Daya conversando com Lya.

–Oi meninas! – sorrio para as minhas amigas.

–Trouxemos o jantar! – Daya diz, animada.

–Leram a minha mente, eu tô morrendo de fome. – Lya comemora.

–Sexta-feira é o dia da maldade. – Daya brinca, nos fazendo rir.

–Eu vou tomar um banho, aí a gente come. – Lya avisa.

Why Won't You Love Me? - Calum HoodOnde histórias criam vida. Descubra agora