No mesmo ritmo do agradável dia anterior, acordo determinada a tirar o melhor daquela sexta-feira.Acordo cedo, e depois de tomar café decido sair para correr, no percurso que quase sempre faço. Com os fones no máximo, eu me forço a jogar o assunto da viagem de Calum para o fundo da minha mente, e mantê-la ocupada com as atividades do meu dia.
Vou fazer o possível para sofrer apenas no momento certo, já que, sendo realista, não existe nenhuma chance de eu escapar ilesa disso.
Quando volto pra casa, coberta de suor graças ao forno que a Califórnia é nessa época do ano, encontro Lya tomando café.
–Bom dia. –eu digo.
–Uau. – ela responde contente. – Tá aí uma coisa que eu não vejo há muito tempo.
–As vezes a preguiça me devora, mas você sabe que eu sempre vou voltar a correr.
–Gostei de ver. – ela riu.
Sorrio em resposta e entro para tomar banho.
Depois seco meus cabelos correndo e me arrumo para um dia de trabalho, preciso ser rápida o suficiente para arrumar tudo antes de Lya, ou ao menos acabar junto com ela, assim consigo uma carona para a revista.
Infelizmente a boa vontade dela não dura se eu me atraso um pouco, porque ela é o ser mais pontual que eu conheço, e "se recusa a chegar atrasada por minha causa" como ela diz.
Exatamente ás 7:50 chego na sala, e me deparo com a minha versão mais velha olhando para o relógio.
–Pronta? – ela me pergunta.
–Yes Sir. – bato continência para deixa-la irritada.
Nós fazemos uma viagem rápida, porém silenciosa até o meu local de trabalho.
Enquanto o carro de Calum é uma festa sobre rodas, sempre com música alta e bem escolhida, Lya se recusa a ligar o rádio por mais baixo que seja. Ela diz que precisa ter capacidade total de ouvir os barulhos do transito e que não pode dividir sua atenção entre ouvir música e dirigir. Pode ser mais seguro, mas é extremamente anticlimático.
Quando digo que eles são extremos opostos, falo sério.
Olho pela janela e tento me distrair até estarmos paradas em frente ao prédio de cinco andares, com a faixada coberta de tijolinhos avermelhados, e janelas retrô, quase em uma vibe novaiorquina, e seu grande letreiro branco informando o nome da revista: Twist
Já no trabalho, eu preciso de todas as minhas forças para manter meu dia positivo. Pois é claro que Jace não deixaria a minha falta passar em branco.
Ele me dá os trabalhos mais insuportáveis e idiotas do mundo pra fazer, e ainda alguns que ele sabe bem que eu odeio e não tenho a menor pratica. Provavelmente apenas para poder me criticar depois, já que ele não sai do meu pé nem um segundo.
Quando saio para almoçar, com Cassie e Daya estou a ponto de explodir. Mas minhas amigas conseguem me acalmar. Só de não precisar ver a cara daquele filho da puta por uma hora inteira já me deixa melhor.
Aproveito meu tempo para respirar respondendo algumas mensagens de Calum, que também vai ficar o dia todo preso no estúdio. Nós jogamos um pouco de conversa fora, eu reclamo de Jace e depois ele me manda fotos hilárias dos meninos. Mas logo eles precisam voltar a ensaiar e então ele some.
Cassie e eu também voltamos para a revista antes do que eu gostaria. Mas respiro fundo e me esforço em ficar fria.
Por volta das três da tarde, recebo uma ligação da recepção. Avisando que alguém está procurando por mim, o que não faz o menor sentido. Mas ainda assim eu desço até lá para entender o que está havendo.
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Why Won't You Love Me? - Calum Hood
FanficSwitching into airplane mode again We're not alright but I'll pretend Press my cheek against the glass Just be good 'til I get back The ground disappears I hold back the tears I check my phone to see your face Staring back as if to say Don't worry...