Capítulo 4

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Com o começo de semana terrível que eu tive depois do anuncio de Calum, não me surpreende que a minha semana esteja sendo totalmente trágica.

Me arrasto pelos dias irritantes na revista, pois minha editora chefe está de férias e seu assistente faz da minha vida um inferno. Ele é chato demais para ser real. Por sorte, Cassie está sempre comigo para reclamarmos dele, mas assim que ela sai da revista corre para os braços de Austin e estou por conta própria outra vez.

Quando chego em casa é só para enfiar a cara em uma série qualquer, jantar e conversar com minha irmã por menos de dez minutos até ela precisar ir dormir. Afinal além de Joe, ela tem o próprio trabalho. Geralmente vou para o meu quarto, e troco algumas mensagens com Calum, mas ele também está mega ocupado com as coisas para a viagem e as sessões de composição com os meninos. 

Vou dormir assim que ele não tem mais tempo para mim, já que não me resta mais nada para fazer.

Infelizmente, só para acordar no outro dia a fazer exatamente as mesmas coisas.

Nunca entendi como a rotina pode soar tão boa e confortável para mim durante um tempo, e logo depois ser tão insuportável. No fundo, sinto que o que mais me incomoda são as pessoas a minha volta, suas rotinas me tornam invisível e isso me preocupa. 

Eu tenho medo de desaparecer.

Um dia, eles vão acordar e fazer tudo como sempre, mas vão passar o dia todo sem se lembrarem de mim. Depois serão dois dias. Uma semana. Um mês. Dois. E aí vamos nos encontrar na rua e eu vou ficar sem graça em cumprimenta-los, se tornarão fantasmas na minha vida, e para eles nem isso eu vou ser.

Daya, Cassie... Calum, até mesmo Lia e Joe. Todos eles tem grande segurança de que tudo vai terminar bem, todos tem alguém, e Daya tem todo mundo. Eu? Sou só a sombra que não sai do pé de nenhum deles, não faço diferença.

Seria doloroso demais desaparecer da foto, mesmo que a minha imagem aqui não tenha grande contribuição.     

Quando Daya aparece na revista, chamando Cassie e a mim para um café, não consigo conter o meu alívio. Ainda é quarta-feira, mas esses três dias já valeram por semanas.

Vamos até o café que fica entre a revista e o supermercado onde ela trabalha, amo o fato de trabalharmos perto e sempre podermos escapar para conversar um pouco. Elas pedem as mesmas bebidas de sempre, e eu escolho algo no cardápio. Não repetir a bebida, pra mim é como uma superstição.

Nos sentamos na mesa do canto, como fazemos há dois anos, e trocamos as bebidas para provarmos todas. Muitas tradições em um lugar só.

–E aí? Como está a semana de vocês? –Daya quer saber.

Cassie e eu grunhimos ao mesmo tempo.

–Helena está de férias.

Daya nem precisa de mais para saber que Jace está sendo insuportável. Sinceramente, acho que é só isso que ele sabe fazer.

–Maaas... – Cassie fica animada de repente. – Austin conseguiu entradas pro Avalon hoje.

Avalon é a nossa balada favorita na cidade, por assim dizer. Eu não sou a maior fã do mundo de toda aquela gente misturada, mas acabo indo porque as meninas são obcecas, e as músicas lá são realmente muito boas. Isso é, nós vamos quando conseguimos entrar, porque a lista de reservas é imensa.

–Uhul! – Daya se interessa. – Eu não aguento mais dormir sóbria e sozinha. 

–Três dias, Day? – dou risada.

–Quatro dias. –ela me corrige.

Como se fizesse muita diferença, e como se ela corresse o risco de perder alguma festa durante a semana.

Why Won't You Love Me? - Calum HoodOnde histórias criam vida. Descubra agora