Estou sentada numa mesa pra um, no bar onde Calum e eu costumamos vir juntos. De alguma forma vim parar aqui depois do meu expediente, só pra ver se encontro qualquer coisa minimamente interessante.E agora estou descobrindo o que acontece quando se ultrapassa todos os limites imagináveis. Não sei a quanto tempo estou aqui, só que parecem anos. Também não sei quantos drinks passaram pela minha mesa, mas prefiro não pensar em quanto vou ter que pagar por eles.
A única coisa que posso perceber é mal consigo sentir o meu corpo, ele parece flutuar pelo espaço, e até quando olho para os meus dedos eles parecem embaçados e estranhos, como se não fossem meus. O mundo é um grande borrão, e minha cabeça fica confusa assim há muito tempo.
Já até esqueci que esse plano parecia muito divertido há alguns segundos atrás, agora só penso em ir pra casa e para o meu cachorro, em dormir até me livrar desse porre.
Como vou fazer isso? Não faço a menor ideia. E nem estou muito preocupada, sempre existe uma saída.
Espero mais algumas músicas, terminando o copo que pedi depois do que jurei ser o último.
Eu quero muito ir pra casa... Mas é tãããão longe pra andar até lá, e sinceramente, não consigo pensar em qual é o endereço.
Mais do que nunca, preciso de uma carona.
Penso por um tempo, insegura. Mesmo estando meio brava com ele até hoje decido ligar. Eu não conseguiria ficar emburrada pra sempre e amigos são pra isso, né?
Preciso de toda a minha concentração pra achar o aplicativo de ligações no meio de todas as funções do celular. Quando finalmente consigo levo o telefone a orelha e espero pacientemente, torcendo pra ser o número certo mesmo.
–Caluuuumm! – comemoro assim que sou atendida.
"Ai não. Eu conheço esse tom..."
–É bom falar com você também, Hood. – gargalho – Tudo bem?!
"Você está bêbada de novo?"
–Bêbada?! – dou risada mais uma vez – Calum, eu estou tão alterada que eu não consigo ver a um palmo na frente da minha cara. Foi por isso que eu te liguei, inclusive.
"Nossa, obrigado."
–É porque eu preciso de ajuda. – sussurro – Preciso muito da sua ajuda.
"O que aconteceu?" – ele parece preocupado.
–Eu só quero ir pra casa. – choramingo – Você pode me buscar? Por favor?!
Ele fica uns segundos em silêncio.
–Eu sei que a gente brigou no começo da semana, e que eu não falei com você direito. Mas eu prometo que se você vier eu esqueço isso pra sempre. Amigos são pra isso!
"Jess... você lembra que eu tô na Argentina, né? Na turnê e tudo mais?"
Bato a mão na minha testa, que quase não tenho destreza suficiente pra acertar.
–Então? Você não pode me buscar? – pergunto, decepcionada.
"Não, Williams. Estou a milhares de quilômetros de Los Angeles." – ele explica, com paciência.
Merda! Como eu não pensei nisso?!
–Oh... – é tudo que eu digo.
"Você precisa de alguém que realmente possa te buscar. Liga pra Lya."
–Não. – me recuso na hora – É... eu briguei com ela também. Ela só sabe me encher o saco.
"Daya? Ou Austin e Cassie?" – ele sugere.
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Why Won't You Love Me? - Calum Hood
FanfictionSwitching into airplane mode again We're not alright but I'll pretend Press my cheek against the glass Just be good 'til I get back The ground disappears I hold back the tears I check my phone to see your face Staring back as if to say Don't worry...