ᵉᵖⁱˢᵒᵈⁱᵒ 10 - ᵉˣᵖˡⁱᶜᵃᶜᵃᵒ

741 118 44
                                    

Wooyoung o encarava seriamente, atento à sua boca, que não conseguia dizer simplesmente nada, até ter o corpo sacudido. Seus olhos começaram a descer lágrimas culpadas.

ㅡ Desculpe, desculpe, Wooyoung... Eu te magoei...

ㅡ Eu só preciso de uma explicação, San. Só quero saber porque merda você fez isso comigo e com o Jeongin. Porque você foi tão baixo?

ㅡ Wooyoung... Eu gosto de você. ㅡ Ele confessou. ㅡ Eu gosto muito de você, mas... Olha pra mim, eu sou um 'faxineiro'. Você é tudo, você é lindo, é divertido e inteligente... Eu pensei que você nunca iria olhar pra mim sabendo do meu verdadeiro cargo na KQ... Então, encontrei o terno e me passei de chefe pra chamar sua atenção.

ㅡ Aigoo... ㅡ Eu como espectador estava com o coração na mão.

ㅡ ... Mas, depois do nosso beijo, pensei em me confessar pra você, e não aguentava mais ficar mentindo. Por isso beijei Jeongin antes que... Descobrisse. Eu não queria te deixar chateado. ㅡ Virou as costas voltando a se comcentrar no esfregão. Wooyoung puxou o ar, seu punho estava fechado e os olhos finalmente desciam lágrimas quentes e sinceras. Wooyoung não costuma chorar.

ㅡ Você achou? Você achou mesmo que eu iria me importar com o que você trabalha na KQ?! Eu fico com você, Choi San, e não com seu emprego. Não estou querendo stattus. Já me sustento. Então, porque raios eu te desprezaria por ser o faxineiro?

ㅡ ... Significa que ainda pode me dar uma chance? ㅡ San virou para a frente novamente encarando os pés dentro da bota impermeável. Mesmo florescendo todas as emoções possível, ele ainda conseguia parecer um maldito bad boy.

ㅡ ... Sanie... ㅡ Wooyoung massageou a testa. ㅡ Tudo bem, você mentir pra mim. Tudo bem, você ter beijado uma criança na minha frente enquanto saíamos, tudo isso eu perdoo... Mas você ter me julgado sem me conhecer, Sanie, eu não posso. É essa a impressão que você tem de mim, de um materialista? Vai ter que fazer muito mais se quiser que eu esqueça essa cagada.

Wooyoung foi tão adulto que me deu medo. Ele deu dois passos para trás e saiu dali às pressas, nem sequer me esperando ir junto. San perdeu toda a compostura, piscando os olhos com pressa pra evitar de chorar desesperado. Suspirei fundo e neguei pra mim mesmo, chegando mais perto. Tomei o lugar do seu esfregão, deixando que sua cabeça deitasse em meu ombro, enquanto um choro intenso corrompia com o silêncio.

ㅡ ... Eu já o perdi, eu já o perdi. ㅡ Ele dizia soluçando.

ㅡ Não o perdeu, Wooyoung está de cabeça quente. Ele precisa de um tempo pra pensar, apenas, Sanie. Não se deixa de gostar de alguém da noite para o dia.

ㅡ ... O que eu devo fazer, Hongjoong...

ㅡ Huh... ㅡ O afasto de mim e toco em seu cabelo, alisando alguns fios com os dedos. ㅡ Você devia recomeçar, apresentando-se como você é de verdade, sendo o verdadeiro Choi San, sem mentiras e nem trapaças. Você tem que reconquistar o Wooyoung. ㅡ Eu disse me sentindo até super experiente. San sorriu esperançoso e me abraçou novamente.

Após o emocionante dia de trabalho, voltei para casa e para o conforto da minha amada esposa. Era engraçado o jeito que Seongie sempre encontrava algo para se ocupar limpando. Me contou que não tinha trabalho fixo e que todos os dias era uma luta contra o país sem emprego disponível para todo mundo. Mas eu não era materialista assim como Wooyoung, e estava super tranquilo em relação a isso. Seongie, mesmo desempregado, era um tanto quanto independente. Ele era incrível, ele era tudo aquilo que um par gostaria de ter, tirando a parte do contato físico, óbvio.

"Seonghwa estava catando os objetos do chão, que algum valentão da equipe de vôlei havia derrubado, com certeza de propósito. Seu rosto nunca mudara, mesmo sofrendo do maldito bullying todos os dias, continuava sendo doce e pacífico. Me aproximei apertando a alça da minha mochila e o ajudando.

ㅡ Hongjoong, não precisa. Está tudo bem. ㅡ Ele disse sem olhar em meus olhos, mas com um sorrisinho ínfimo nos lábios.

ㅡ Porra, não está nada bem! Para de dizer que está, Seongie. Para de agir como se fosse normal! Seongie, eles te perseguem.

ㅡ ... Mas não há nada que você possa fazer!! ㅡ Gritou comigo, encarando meus olhos. ㅡ ... Não há nada que eu possa fazer. ㅡ Me sensibilizei o abraçei forte, largando todos os objetos. Me concentrei apenas em fazer carinho, mostrar apoio e o deixar chorar o quanto quisesse em meu ombro pequeno. ㅡ Eu odeio eles, Hong, eu odeio...

No dia seguinte àquele, estávamos na sala de aula, como era de se esperar, quando a diretora da escola fez uma breve interrupção. Eu estudava em outra sala, porque começei um ano atrasado. Vi o rostinho redondo e brilhante de Seonghwa levantando assustado, ele parecia ainda mais jovial e pacífico na luz.

ㅡ Kyungsoo, Yixing e Baekhyun. Venham agora para a diretoria. ㅡ Sorri da porta, com as mãos em meu bolso, comemorando vitorioso. Os três babacas iriam ter uma conversa íntima com a pedagoga e com os determinados pais. Pegaram suspensão de 13 dias, foram obrigados a pedir desculpas e ainda expulsos do time de vôlei.

ㅡ Maluco. ㅡ Vi os lábios de Seonghwa silabarem em minha direção, porém com um sorriso infinitamente maravilhoso.

Quando eu ia indo para casa foi que Seongie correu pelo corredor e colidiu o corpo com o meu. Sorri o tirando do chão e encarando seus olhos.

ㅡ Quando eu disse que não tinha nada que pudesse fazer... Na verdade tinha, Seongie.

ㅡ Você é estupidamente esperto, Hongjoong! ㅡ Seongie me abraçou, enlaçando minha cintura com as pernas. E o leivei para casa assim, como um gigante urso de pelúcia."

ㅡ De fato, nunca mais se atreveram a mexer com a gente. ㅡ Seonghwa dizia enquanto penteava meu cabelo. Ele respirava calmo, como se estivesse aliviado por fazer aquilo. Talvez, aquele fosse o primeiro dos passos para que pudesse permitir meu toque.

ㅡ Aquele dia foi louco. Lembra quando chegamos em casa? ㅡ Eu disse sorrindo, o olhando pelo espelho.

ㅡ Quando sua mãe me viu no seu colo e eu tive que mentir que estava com a perna machucada? Como não lembrar? ㅡ Deixou o pente na penteadeira.

ㅡ Mas ela não era tão contra assim. Ela não tinha problemas com você. Estávamos nos preocupando à toa.

ㅡ Não mesmo... Ela só abaixou minhas calças na sua festa de 12 anos e se decepcionou quando viu um bilulu e não uma pepekinha. ㅡ Acabei sorrindo alto.

ㅡ ... Ora, você deixava ela em dúvida. 'Tá, e depois disso, o que aconteceu?

ㅡ Ela ligou pra minha mãe e disse 'Hey, seu garoto está nas pernas do meu, diga que vai fazer algo sobre isso.' ㅡ Imitou a voz da minha mãe, me fazendo gargalhar. ㅡ E minha mãe respondeu 'Hey, diga que não vai fazer nada sobre isso!!'

ㅡ Poxa, a tia era demais. Ela sempre suportou você.

ㅡ Dizem que as mães conhecem os filhos que têm... Queria poder dar mais do que eu dei a ela. ㅡ Pôs as mãos no bolso e suspirou.















/no próximo capítulo

ㅡ ... Ele já sabe que estamos namorando??

SOUND OF THE MOON | ATEEZOnde histórias criam vida. Descubra agora