SOUND OF THE MOON | ATEEZ

ᵉᵖⁱˢᵒᵈⁱᵒ 12 - ᵒ ᵃᵇʳᵃᶜᵒ

O meu plano deu super certo. Quando o expediente acabou, Wooyoung ainda estava calado enquanto dirigia, mas não estava mais com o rosto carrancudo e assustador. Encostei minha cabeça no banco e fechei os olhos com orgulho de ser seu melhor amigo, afinal, essa era minha função.

ㅡ Você é foda. ㅡ Ele finalmente falou algo, soltando um sorriso soprado. Abri meus olhos novamente e me convenci.

ㅡ Já pode começar a me agradecer. Eu sabia que iam precisar de um empurrãozinho e um momento a sós. Espero que de agora em diante deixem de cu doce e fiquem juntos.

ㅡ Aish, Hongjoong... ㅡ Suas bochechas ficam rosadas, mesmo havendo pouca iluminação. ㅡ A gente só combinou de sair, não há nada fixo. Ele se apresentou, disse que me achava fofo...

ㅡ Wooyoung, eu sei que você deu. Não precisa ter vergonha de falar. Você só fica com essa carinha depois que transa. ㅡ Colo meu olhar pra fora da janela. ㅡ Por que você acha que eu saí da sala?? Era exatamente o que eu queria que acontecesse. Seus manés. Se gostam um do outro, porque não assumem, huh?? Ficam se torturando quando poderiam estar se beijando. ㅡ Wooyoung começou a rir baixinho do meu sermão.

ㅡ Que droga, Hong, você sabe muito sobre mim!!

ㅡ É por isso que sou seu melhor amigo. Que tal você me deixar até a porta de casa como agradecimento? Ser cupido não é fácil, eu queimei meus pentelhos por vocês.

ㅡ Aish... Mas é que é uma rua sem saída, Hongjoong, é difícil de fazer o retorno. ㅡ Me obrigou a o persuadir com todo meu aegyo. Ele revirou os olhos e felizmente atendeu ao meu pedido, ganhando um beijinho na bochecha da minha parte.

Já que ele estava lá, o obriguei a sair do carro e entrar em casa, pra tomar um copo d'água. Estranhamente, meus vizinhos não estavam para ver quem chegou. YunHo era um tanto curioso e animado para conhecer pessoas novas ㅡ mesmo que esquecesse delas no dia seguinte. Wooyoung tremilicou ao por o pé dentro da sala.

ㅡ Uy, que arrepio estranho, Hongjoong.

ㅡ Hmn, Seongie deve ter deixado a janela aberta. SEONGIE?? ㅡ Gritei para saber se estava em casa, enquanto ia a caminho da cozinha. Wooyoung me acompanhou grudando em meu braço. ㅡ Bae, que foi?

ㅡ Sua casa é sinistra, não me deixa sozinho não... ㅡ Falou olhando por todo o cômodo parecendo bastante assustado. ㅡ Olha, não preciso de água, já estou super bem, está tarde, é melhor eu... Eu ir pra casa, okay?? Te pego amanhã no mesmo ponto.

ㅡ T-Tudo bem, então... Eu queria que conhecesse Seonghwa, mas acho que ele não está em casa. ㅡ Olho pro chão e deixo Wooyoung na porta, ele vai quase que em uma carreira para dentro do carro e dá a ré acenando um tchau breve pra mim. ㅡ Maluco.

Vou depressa para o quarto, trocar de roupa e cair no glorioso sono. Vi Seonghwa olhando como um espião pela persiana da janela com o peito ofegante e parecendo medroso.

ㅡ Seonghwa? Porque não apareceu quando te chamei? ㅡ Ele fechou a persiana com o susto e me olhou.

ㅡ Amor!! Já falei que não me sinto a vontade com outras pessoas aqui... Aigoo, porque pediu pra ele entrar?!!

ㅡ Huh, eu só queria te provar que ele é uma boa pessoa, que jamais te faria mal, amor... Ele é uma pessoa importante pra mim.

ㅡ Poxa, eu sei de tudo isso, Hong, mas por favor, me mostre um pouco de compaixão... Amor, quase desmaiei quando vi o carro parando e tive que passar correndo pela sala... Amor, eu ainda não estou preparado pra receber pessoas. Por favor... Você pode fazer isso por mim? ㅡ Gesticulava aflito me fazendo diminuir perante ele.

ㅡ ... Eu não sabia que era tão grave assim... Seongie, me perdoa. Tudo bem... Eu vou esperar seu tempo, minha esposa. Desculpa, desculpa eu fiz muito mal. ㅡ Pedi com a voz arrastada e arrependida. Seongie passou por mim concordando com a cabeça e com a mão no peito, controlando da própria respiração. O primeiro impulso que tive foi o de abraçá-lo.

Coloquei as mãos em sua cintura e encostei a cabeça em suas costas, já que era maior do que eu. Seongie soltou um ar de surpresa e escapou de mim no mesmo momento. Eu... Não senti o corpo dele. Assim como o de JongHo, parecia estar segurando o nada. Ele se afastou com o olhar confuso, mas não tão confuso quanto eu. Seu olhar esbugalhado e perdido observavam o silêncio.

ㅡ Não me espere hoje. ㅡ Seonghwa fugiu pela janela como habitualmente costuma fazer. Tudo aquilo foi bastante estranho pra mim, porque meu corpo não sofria da sensibilidade ao abraçá-los? Deve ser por esse motivo... Que Seonghwa sempre recusara meu toque.

Passei o domingo na casa de Yeosang. Meu relacionamento com Seongie ficou um pouco abalado depois que o dei um abraço. Não nos olhávamos nos olhos, e ele só aparecia pra limpar a casa e se despedir quando eu ia trabalhar. Como eu sabia que minha esposa era bastante reservada, não quis que isso se tornasse o assunto da roda de conversa. Deixei Wooyoung dar updates do nosso otp, as coisas estavam se desenrolando muito bem e aos poucos estavam ganhando íntimidade, mesmo que essa etapa já tenha sido quebrada.

ㅡ Quando resolveram vir pra Gyeonggi-Do... ㅡ Wooyoung perguntou, enquanto Yeosang virava a carne no churrasco. Eu não tinha acompanhado o diálogo, porque estava ocupado demais pensando em minha esposa.

ㅡ Ah, foi logo depois do meu irmão morrer. A gente estava em Gangnam, mas ele estava morando aqui por causa do trabalho. Tivemos que vir as pressas pra encontrar e reconhecer o corpo, organizar o funeral e tudo mais... Então, praticamente a família gastou todo o dinheiro e bens que possuía.

ㅡ Deus do céu, que horror... ㅡ Me sensibilizei levando a latinha de Coca-Cola até a boca.

ㅡ Mas o estado foi generoso com a gente, prometeram dar uma casa assim que a cidade fosse reconstruída e pagam por uma indenização. ㅡ Yeosang suspirou. ㅡ Mas não há dinheiro que pague a dor da perda. Não há indenização que supra a falta que ele faz, a dor e a saudade dele não dá de ser preenchida com dinheiro. E a depressão da mamãe?? Isso não dá de ser consertado com bens.

ㅡ ... Nossa... Eu sinto muito por vocês, Yeosang. ㅡ Wooyoung falou por nós dois. ㅡ Mas o que houve, exatamente... O que fez com que seu irmão falecesse?

ㅡ Há alguns anos... Gyeonggi-Do estava passando por diversos problemas com grupos radicais que eram contra a presidência. Eles se tornaram verdadeiros terroristas e espalharam o caos por aqui, saquearam os bancos, invadiram casas, proclamaram guerra...

ㅡ Aigoo, eu soube através dos jornais... ㅡ Wooyoung comentou. Cruzei meus braços. Nesse tempo, estive seguro dentro de Seoul.

ㅡ ... Quando menos os cidadãos esperavam, acontecia um ataque, era imprevisível. Quando o estado resolveu intervir... ㅡ Os olhos de Yeosang ficaram vermelhos e encheram de água. ㅡ ... Os terroristas exolodiram uma bomba em Gyeonggi-Do. Era uma bomba potente, com um raio de destruição absurdo. Não deu pra ele se abrigar a tempo, ele... acabou sendo atingido.

Ficamos em silêncio por um instante, apenas ouvindo o soluço e fungado de Yeosang.

ㅡ ... Mas pelo menos, o terrorismo acabou depois da bomba. O grupo morreu junto... Pena que também matou um terço dos habitantes, inclusive meu irmão.

/ no próximo capítulo

ㅡ S-Seongie, o que está fazendo... Pra onde está indo, onde você está indo?