ᵉᵖⁱˢᵒᵈⁱᵒ 14 - ... ᵉᵘ ᵛᵉʲᵒ

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ㅡ Ele me deixou... Ele terminou comigo. ㅡ Eu disse tropeçando a cada soluço, assim que Yeosang me apareceu com o copo com água. Wooyoung me abraçou novamente limpando minhas bochechas, enquanto o mais novo me fazia carinho nas costas. ㅡ ... Eu não sei porque, Wooyoung, ele simplesmente foi embora... Ele falou que não daríamos certo, repetiu milhões de vezes que não podia ficar comigo. Eu estou me sentindo tão inútil! ㅡ Bati em minhas pernas com raiva de mim mesmo.

ㅡ Aish... Hongjoong, não fique assim, eu sei que você o amava, mas vamos esperar um pouco... Talvez ele não queira terminar com você, só precisa de um tempo. ㅡ Wooyoung falava com a voz calma. ㅡ ... E se for pra ser assim, você vai encontrar alguém que te fará esquecer do Seonghwa.

ㅡ ... S-Seonghwa? ㅡ Yeosang falou parecendo surpreso, Wooyoung concordou com a cabeça, enquanto eu arregalei os olhos. ㅡ ... Huh, é que... esse é o nome do meu irmão...

ㅡ O que morreu com a bomba de Gyeonggi-Do? ㅡ Wooyoung perguntou novamente, Yeosang confirmou. ㅡ ... Mas seu sobrenome é Kang.

ㅡ Ah, meu pai se casou com a mãe dele, então ela acabou mudando de nome. Era Park Jiyeon... E ela já tinha um filho chamado Park Seonghwa.

ㅡ Park Seonghwa...

Meu cérebro deu milhões de voltas até eu perder a minha própria sanidade. Eu não devia considerar que fosse o mesmo Seonghwa, certeza que não existe só o meu Park Seonghwa no mundo. Da festa de Wooyoung, viajamos até o porão secreto de Yeosang. O vi fazer um pouco de força para abrir a porta, havia muitos objetos empoerados e teia de aranha.

ㅡ Essa é a parte proibida para a mamãe. Eu e Seonghwa não éramos tão próximos, mas ele tinha muito o que se admirar. Ele era bastante resistente contra mim no início... Ele sempre achava que eu queria arrancar sua mãe dele. ㅡ Fiquei olhando seus pertences, sentindo meu peito pesar. Tudo aquilo era bastante familiar, até mesmo as chokers que ele costumava usar estavam ali.  ㅡ Mãe uma vez falou que ele era gay.

ㅡ ... Você tem algo contra isso? ㅡ Wooyoung corou. Encontrei um album de fotos bastante antigo da família, a qual tive curiosidade de abrir.

ㅡ Anyo... Nenhum, já sei o que você fez com o Sanie, hein... Assanhado! ㅡ Bateu no ombro do meu amigo. ㅡ Mas não entendi porque você não o levou para a festa.

ㅡ Aish, eu o chamei sim... Mas ele disse que tinha muito trabalho pra fazer. Pelo que eu soube ele estuda a distância. ㅡ Wooyoung fez um bico. Desconcentrei da conversa naquele instante, encontrando uma foto bastante particular.

ㅡ ... Não pode ser. ㅡ Era Seonghwa. Era eu abraçado a ele, éramos nós dois sentados no sofá de Jiyeon com os controles do videogame na mão. ㅡ ... É...

ㅡ ... Seonghwa era o seu namorado?!! ㅡ Yeosang gritou espantado, senti minha respiração falhando pouco a pouco. Seonghwa tinha falecido há 4 anos. Eu demorei. Eu não tive a oportunidade de estar com ele, de viver ele, eu simplesmente o perdi para sempre.

“Logo após ter abraçado JongHo, ele me olhou dentro da alma e sorriu. Sorri de volta, tentando desviar o pensamento da estranha e misteriosa experiência.

ㅡ Se você disse que não tem medo, então você já viu algum fantasma?

ㅡ Uhum. Vejo eles o tempo todo... Não é como as pessoas dizem, como se fossem dois lençóis brancos com buracos nos olhos. E também nem tem correntes. ㅡ Disse balançando a cabeça.

ㅡ Uy, e como eles são, então?

ㅡ Hmm, eles são como os humanos. Eles andam e falam, sentem cheiro, mas não comem nem bebem. Geralmente gostam de ficar no escuro. Alguns podem atravessar paredes. ㅡ Atentei a tudo, pensava que JongHo tinha apenas uma mente bastante fértil. ㅡ ... Ah... Eles não podem sentir o toque de um humano. Não querem fazer mal, não são perigosos.

ㅡ ... Então você é um fantasma. ㅡ Disse na brincadeira, deixando meu eye smile surgir.

ㅡ Haha, eu sou... Mas o pai Min Gi disse que eu não posso sair falando isso para as pessoas. ㅡ Concordei sorrindo da situação. Talvez porque Min Gi previa o papel de bobo que JongHo possívelmente interpretaria ao contar essa história.”

ㅡ Mas criança nunca mente. ㅡ Eu disse ressucitando das cinzas, chamando atenção de Wooyoung.

ㅡ Aw, você acordou... ㅡ Levantou da cadeira a qual estava sentado, vindo até mim fazendo uma espécie de check up. ㅡ Está sentindo algo? Quer alguma coisa?

ㅡ ... Onde estou? ㅡ Perguntei um pouco perdido, negando com a minha cabeça.

ㅡ Na casa do Yeosang. Você estava vendo algo nas coisas do irmão dele e desmaiou. ㅡ Wooyoung mandou um sinal visual para o mesmo, assim que entra dentro do quarto. ㅡ Não se preocupe. Jiyeon não está aqui, estamos apenas nós. Você pode chorar de novo. ㅡ Afundei meu rosto no peito de Wooyoung, atentando para o rosto de Yeosang, sensitivo e piedoso.

ㅡ Porque isso teve que acontecer? Ele morreu e eu nem me despedi. Eu sumi há tanto tempo, o abandonei para morrer...

ㅡ Hey, há algo pior do que o Seongie ser seu ex-amor e ter morrido, Hongjoong. Você vê espíritos, porque ninguém está falando sobre isso?? ㅡ Yeosang tornou a relembrar. No momento, me passou na cabeça aquela fatídica frase de Seongie ‘você é especial, um dia vai entender porque é tão especial.’ Também lembrei do desenho de JongHo, sinalizando que tinha uma espécie de poder em minha visão, ilustrado com os dois riscos.

ㅡ ... É... Eu vejo... ㅡ JongHo estava esfregando a verdade em minha cara esse tempo todo, até mesmo pintando monstros na própria parede. Ele estava tentando me dizer que Seonghwa era um fantasma. ㅡ ... Eu posso dormir aqui... Pelo menos essa noite?

ㅡ Claro, o tempo que quiser... ㅡ Yeosang sorriu simpático me mostrando todo o apoio do mundo. Ele não tinha nenhuma familiariedade com Seonghwa, mas ainda tinha da mesma pureza no coração.

ㅡ A-Anyo. Não acho que ficar perto das coisas do Seongie vá te fazer bem, Joong. Vamos pegar as suas coisas e ir pra minha casa, okay? ㅡ Yeosang, apesar de ter os próprios sentimentos feridos acabou concordando, por ter uma experiência própria sobre o caso.

ㅡ Que seja... Eu só quero deitar ao lado de Seonghwa. ㅡ Descansei minha cabeça no travesseiro, tentando aceitar a minha realidade, ou pelo menos conviver com ela de um jeito seguro. Mas, depois de saber de tudo, não soube de Seongie.

Wooyoung me levou até o maldito 206. As coisas eram diferentes agora. Cada pessoa que eu via, eu achava que estava morta. Estava tendo calafrios o tempo todo, assim como ele.

ㅡ Sério, aqui é muito sinistro. Se você quiser, pode morar comigo, Hoong.

ㅡ A-Anyo... ㅡ Lembrei de JongHo e esfreguei meus olhos. ㅡ ‘Os fantasmas não são perigosos, eles são amigos.’

ㅡ Poxa... Eu não sabia que você podia ver fantasmas, isso é... Estranho, porém, incrível. Talvez você tenha sido abençoado com esse dom.

ㅡ ... Ou então, ganhei uma maldição por ter estado longe do Seongie. ㅡ Disse guardando aquela foto de nós dois jogando videogame dentro da minha carteira, e dentro da minha alma.












/ no próximo capítulo

o fim

SOUND OF THE MOON | ATEEZOnde histórias criam vida. Descubra agora