ᵉᵖⁱˢᵒᵈⁱᵒ 8 - ⁿᵃᵒ ᵐᵉ ᵗᵒˤᵘᵉ

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ㅡ Aish, hoje você está super animadinho, quê que foi, o passarinho saiu da gaiola? ㅡ Pulei nos ombros de Wooyoung enquanto caminhávamos pelo corredor da KQ, meu coração estava bobo e apaixonado, incrivelmente pela mesma pessoa de 8 anos atrás. Re-experimentar o carinho e a afeição de Seonghwa me deixava alegre, meu corpo não podia reagir diferente. Também estava eternamente grato por ter me perdoado. Nossos sentimentos vieram à tona no mesmo instante em que sua identidade foi revelada.

ㅡ ... Na verdade, saiu sim! Você queria me ver namoran... ㅡ Paramos na porta da cantina. Os olhos de Wooyoung vidraram para o canto, onde estava a cafeteira e o pote de biscoitos, seu corpo havia paralizado. A boca entre-aberta obviamente me fazia sentir tudo que estava passando pela sua cabeça. Sanie estava beijando outro guri, outro amigo de Yeosang. As suas mãos andavam pelas coxas do rapaz até então sem rosto nem nome, até que finalmente o chefe notou nossa presença. ㅡ Aigoo, Wooyoung... Está tudo bem?

ㅡ ... C-Claro... ㅡ Ele disse, apertando a mão em punho. ㅡ N-Não somos namorados. E-Ele pode beijar... Quem quiser. ㅡ Sua voz saia desesperada, o olhar cheio de água. San limpou o úmido da boca o assistindo dar as costas e sumir.

ㅡ ... Que merda que é essa, Choi San? ㅡ O confrontei, indo até ele apontando com o indicador em seu rosto. ㅡ Desde quando você e esse garoto... ㅡ Fiz o gesto de beijos novamente.

ㅡ H-Hey, não uso coleira, tá legal?! Não tem direito de crise de ciúmes.

ㅡ Ciúmes o meu ovo esquerdo. ㅡ Não tive medo de encará-lo. ㅡ Você é burro ou se faz de desentendido? O Wooyoung gosta de você, caralho! Porque raios você beijou outra pessoa??

ㅡ ... O Woo e eu... Foi apenas um beijo entre a gente. Igual o que aconteceu com o Jeongin!!

ㅡ Então, seu babaca, se foi só um beijo, é bom deixar as coisas esclarecidas, não acha? Porque Wooyoung certamente ainda alimentava esperanças por você. ㅡ Imprudentemente, derrubei seu copo de café fazendo uma meladeira no chão. Lhe dei as costas e saí da cantina, procurando por Wooyoung, mas Yeosang me avisou que ele ‘estava com dor de cabeça’, pretendia dormir e descansar.

... Talvez minha rebeldia tenha feito eu perder o emprego. Talvez, quando eu acordar no dia seguinte, vou estar brigando com os pombos da praça pelas migalhas de pão, mas não podia deixar de me preocupar pelo estado mental do meu melhor amigo. Se alguém o machucasse, então eu machucaria de volta 4x pior. Saí mais cedo do que deveria, mas Sanie obviamente não me impediu. E eu saíria de qualquer jeito.

Bati na porta de Wooyoung, ele veio me atender com o cabelo bagunçado, de camiseta longa e boxer. Vi um rapaz saltando do sofá tão desarrumado quanto ele. Neguei sorrindo para o chão.

ㅡ Quem é ele, Wooyoung?

ㅡ Ah, é amigo do Yeosang. Ji Ho... ㅡ O tal garoto se aproximou o roubando um beijo na bochecha e fugindo de qualquer responsabilidade.

ㅡ Você transou com outro cara pra esquecer do coração partido ou pra dar o troco no San? ㅡ Perguntei atrevido, entrando em sua casa e me aconchegando.

ㅡ Quem é San? Não conheço. ㅡ Disse se perdendo na própria cozinha e voltando com um jarro de água. ㅡ Ah, eu me lembrei, você tinha algo importante para me contar, certo? ㅡ Emperrei meus olhos, com certeza era pra dar o troco.

ㅡ Sim!! Wooyoung, eu o reencontrei.

ㅡ ... Não brinca. Não brinca com isso, Hongjoong, fala sério. ㅡ Ele disse com a boca entreaberta e revirando os olhos.

ㅡ É sério, Jung!! Lembra do cara que me enchia o saco dizendo que a casa era dele e pipipi popopo, então... Era o Seonghwa, era ele o tempo todo.

ㅡ Puta merda, Hongjoong, eu arrepiei, mano! E aí?? ㅡ Mostrou-me seus pelinhos eriçados.

ㅡ E aí que eu recuperei a minha esposa, ele disse que ia pensar se vamos recomeçar ou continuar o vídeo pausado... Mas claramente, eu já o tenho. ㅡ Encarei o teto com um sorriso enorme no rosto. ㅡ Dessa vez, Wooyoung, não deixarei que ele escape.

ㅡ Aish, eu fico tão boiolinha por você... Nasci pra ver Kim Hongjoong dando uns amassos no Park Seonghwa.

ㅡ Credo, Wooyoung! Você é muito safado!

Fiquei pelo resto da tarde jogando conversa fora com o Jung, tentando o distrair da cabeça. Sabia que por dentro ele estava reprimido no cantinho, chorando pelo amor não correspondido de Sanie. Pensando comigo mesmo, terei que conversar com o CEO, pra que tome as rédeas da situação e crie regras. Nada de pegação no ambiente de trabalho, extremamente necessário. Quando voltei pra casa já eram sete e alguma coisa.

Jong Ho me viu chegando e correu até mim como uma flecha, me impedindo de entrar em casa e reencontrar minha esposa querida. Olhei no profundo dos seus olhos lhe dando a atenção que almejava.

ㅡ Tio Hongjoong, não deu de lhe dar no dia que foi em casa. Toma, toma!! ㅡ Ele me estendeu um papel, peguei depressa vendo o desespero do garoto, talvez fosse um presente. ㅡ Não deixa ninguém saber, nem a mãe e nem o pai...

ㅡ ... Mas JongHo, porque...

ㅡ Eu ainda estou de castigo. ㅡ JongHo apenas disse isso e correu novamente para dentro da própria casa. Antes de entrar, ainda consegui ouvir a voz de YunHo o mimando e a de Min Gi reclamando.

Abri a folha de papel enquanto entrava. Era um desenho, típicos rabiscos infantis. Eram dois homens adultos de mãos dadas com uma criança, provavelmente YunHo e Min Gi, e no meio, o bebê JongHo. Ali perto tinha mais uma pessoa adulta, talvez fosse Seonghwa... E mais outra ao lado dele. Achei fofo, achei sentimental, ele desenhou meu mullet, meu coração ficou aquecido. No desenho, eu era a única pessoa com pernas, como se os outros estivessem flutuando que nem fantasmas.

ㅡ JongHo é um garotinho exepcional. Eu ia gostar de ter um filho que nem a ele. E você? ㅡ Perguntei, encontrando a esposa limpando a mesa de jantar.

ㅡ ... Filho? Huh... Eu acho melhor esperarmos mais tempo pra adotar um. ㅡ Ele diz com um sorriso quase nervoso nos lábios.

ㅡ Tipo quanto? ㅡ Levantei uma sobrancelha. Qualquer coisa que me leve a ter uma vida longa e duradoura com Seonghwa me fazia ficar ansioso.

ㅡ Sei lá, 80 anos. ㅡ Balançou a cabeça se concentrando no afazer. Me aproximei sorrindo.

ㅡ ... Eu respeito sua vontade, minha esposa. ㅡ O observei com o olhar flamejante.

ㅡ Que foi. Porque está me olhando assim?

ㅡ É porque você ficou malditamente atraente. Eu lembro das suas bochechinhas gordinhas e o cabelo encaracolado. ㅡ Respondi, o deixando um pouco envergonhado. ㅡ ... Quando vamos fazer aquilo, Seongie?

ㅡ ... Aquilo?? ㅡ Se afastou dando uns passos para trás até estar encurralado na parede por mim. ㅡ ... Por favor, não me toque... ㅡ Fechou os olhos ao sentir minha respiração batendo contra sua bochecha.

ㅡ ... Amor, porque você evita tanto contato físico assim? ㅡ Eu disse após um suspiro. Eu e Seonghwa eramos um casal quase que à distância, sem beijos e nem toques, nem o mísero apertar de mãos nós podemos.

ㅡ M-Me desculpa... Não posso dizer... ㅡ Seong respirou fundo e escapou de mim, voltando a limpar a mesa, que já estava mudando de cor de tanto esfregar.

ㅡ É algum trauma?

ㅡ ... Amor, eu não posso dizer... Me desculpa.













/no próximo capítulo

ㅡ JongHo, nunca te vi brincando com outras crianças.

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