Capítulo 31 - Eczacıbaşı?

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As irmãs chegaram em Brasília algumas horas depois de Alex se despedir de Júlia com a promessa de que logo voltaria e com mais alguns beijos calorosos que fizeram Alex quase perder o equilíbrio. Ela repetiu para si mesma que demoraria um pouco de tempo até se acostumar outra vez com o toque de Júlia em sua pele.

- Hey, quer fazer o favor de se concentrar? – Natasha cutucou Alex com o cotovelo ao descerem do táxi que as levara até o hospital. – Vamos mostrar para ele que está tudo bem, ok? Não podemos desmoronar agora.

- Tudo bem, você está certa – Alex respirou fundo e balançou as mãos em uma tentativa de afastar a preocupação e o frenesi que tomava conta de si. – Não acredito que estamos outra vez aqui, tudo parece tão igual.

- O que você esperava? É claro que tudo está igual, little sis. Só se passaram alguns anos e não estamos no meio de uma guerra que poderia ter destruído a cidade, ou algo do tipo. Brasília continua sendo Brasília.

- Eu sei disso, só pensei que eu me sentiria diferente ao voltar aqui depois de tudo o que aconteceu. Eu tinha medo de que o passado tivesse uma grande influência no meu presente, mas não é como eu pensei, não me sinto mais engessada. É só o passado.

- Por falar em passado eu preciso te contar uma coisa antes de entrarmos – Natasha segurou Alex pelo braço. – Prometa que não vai surtar, ok?

- Você sabe que não posso prometer isso, não sabe? O que é? Fala de uma vez, Nat – Alex disse aflita. Sabia que poderia esperar qualquer coisa absurda da irmã.

- Já que você tocou no assunto de passado eu preciso te avisar que uma pessoa do seu passado trabalha aqui neste hospital. Inclusive essa foi a pessoa que me avisou que o pai havia dado entrada na emergência – Natasha escolheu as palavras com cuidado. – Mas lembre-se que você não tem nenhuma obrigação em vê-lo, muito menos de falar com ele. Sinta-se à vontade para ignorá-lo. Eu prometo que ele não chegará perto de você.

- Uma pessoa do meu passado? – Alex perguntou pensando quem poderia ser. Quando fugira para São Paulo não deixou grandes amigos. – Você poderia ser mais específica?

- Tá legal, mas saiba que eu só não te contei antes porque não queria estragar seu clima romântico de reconciliação lésbica com a Júlia – Natasha se defendia enquanto Alex abria a boca pronta para soltar um palavrão.

- Nat, pelo amor de Deus, me diga que não é quem eu estou pensando. Por favor, me diz que não é essa pessoa – Alex apreensiva procurava uma maneira de correr dali o mais rápido possível. Nem em seus pesadelos mais terríveis ela se imaginava reencontrando essa pessoa. – Eu não quero vê-lo, Nat, por favor.

- Sinto muito, talvez eu precise pensar um pouco melhor antes de prometer alguma coisa – Natasha coçou a cabeça pensativa ao ver quem se aproximava delas.

- Ora, ora, ora – Alex ouviu uma voz atrás de si e congelou com um olhar alarmado no rosto. – Veja se não são as gêmeas mais interessantes que essa cidade já viu.

Alex fechou os olhos, respirou fundo e virou-se para apertar a mão estendida do rapaz.

- Gustavo, é um prazer rever você – Alex usou um dos sorrisos falsos que tanto usara no passado quando encontrava o rapaz ao lado de Júlia. – Que surpresa encontrar você aqui.

- Está surpresa por eu trabalhar exatamente no lugar onde minha namorada me deixou porque estava apaixonada por uma garota? O que eu posso dizer? Sempre tive tendências masoquistas, a Júlia nunca te contou?

- Vamos entrar? – Natasha tentou quebrar o climão que se instalara entre os dois que se encaravam.

- Vamos, claro. Me desculpe pela piada, Alex. Eu não podia deixar passar. Deixe-me ajudar vocês com isso – Gustavo se apressou em ajudar as meninas com as malas. – Que bom que vocês chegaram, ele está ansioso para vê-las.

O céu em seus olhos - Romance Lésbico (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora