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- SÉRIO que você está assando carne de soja? - Perguntou surpresa para o pai.

Como sempre, estavam assando carne, ou melhor, churrasco, para os familiares, já que basicamente todos comiam. Mas como Gio nunca gostou muito de carne e de um tempo para cá não engiria mais, o pai pôs carne de soja para assar e isso fez Gio ficar extremamente emocionada e contente. Amava o quanto a família se importava com ela, até em mínimos detalhes.

- Se eu tenho uma pequena planta em casa, o que posso fazer, se não alimentá-la? - Brincou e os dois riram.

Após ficar um tempo conversando com os familiares que não via tinha um bom tempo, entrou em uma roda de amigos para apresentar Zabdiel. Mal pôde acreditar que ali estavam quase todos os amigos de infância dela.

- Gio! Que saudades! - Pollyanna, ou Llya foi a primeira a ver a menina se aproximando e a abraçou com força antes de todos.

Conheceram-se quando ainda moravam no interior. Tinham uma amizade fortíssima e o primeiro namorado de Llya, quem incentivou o início do relacionamento foi Gio. Conheciam-se há, no mínimo, oito anos.

- Niña! - Martín, atual namorado de Llya, a abraçou em seguida. Zabdiel não conseguiu disfarçar o desconforto com o apelido. - Perdão, cara, eu sou argentino e a chamo assim desde de sempre! Prazer, Martín! - Sorriu indo cumprimentar o rapaz que retribuiu.

Martin, assim como Gustavo, Eduardo e Bruno haviam chego depois no grupo de amigos. Todos se conheceram quando entraram para a base do Internacional, time de coração de Gio e onde o pai dela trabalha.

Gabriela, amiga da mesma época que Llya, cumprimento-a calorosamente e depois se apresentou a Zabdiel. Essa namorava com Gustavo.

Após todos serem devidamente apresentados e estarem conversando, Zabdiel já se sentia muito mais confortável. Principalmente com Martín, que falava a mesma língua que ele e apesar de não ser exatamente igual, era mais próximo do que o português.

- Boa noite! - Uma voz diferente se fez presente e Gio engoliu em seco. - Tanto tempo que eu não vejo a aniversariante e quando consigo ela nem se vira para me cumprimentar? - Debocha. Ela tinha certeza que ele havia acabado de abrir um sorriso sarcástico atrás dela. Virou-se sorrindo minimamente.

- Quanto tempo, Pyerre! - O olhou nos olhos e notou ele desviar o olhar para seus ombros e se aproximar para um abraço que mal foi retribuído.

- Sim, você está incrível! - A olhou discretamente de cima a baixo e Zabdiel sentiu o sangue ferver.

Giordana e Pyerre cresceram juntos. Se conheceram na igreja, da qual as famílias frequentava em comum. Nenhum dos dois a frequentava ainda, mas as famílias permaneciam amigas. Gio já tinha cruzado com a mãe de Jean Pyerre e a tratou da melhor maneira possível, sempre amou a mulher. Mas esperava que o filho tivesse a decência de não aparecer ali. Não que ele tivesse culpa de algo, quem acabou com qualquer chance deles seguirem adiante com um romance havia sido ela.

Jean cresceu para ser jogador, e Gio cresceu para ter sucesso individualmente. Não que fosse egoísta, mas tinha era ciente que um relacionamento a distrairia, ainda mais a distância. Mal sabia ela como iria se suceder a própria vida amorosa.
Os dois ficaram próximos mesmo quando Cristian arrumou uma forma de Jean entrar na base do Grêmio, tinham por volta dos doze anos. Dali em diante, só se aproximaram. Estudavam juntos, saiam juntos, conversavam sobre tudo e, quando completaram 15 anos tiveram algum envolvimento. Os pais dos dois fingiam não saber, mas digamos que era nítido. Nunca oficializaram nada e os únicos que tinham conhecimento dessa relação era o grupo que ali estava mais Daniela, Júlia e João. Ao completarem dezoito anos, Gio conseguiu aprovação na federal de São Paulo com o estágio garantido e não teve como recusar. Propôs para Jean ir junto que concordou de primeira. Quando chegou o dia deles embarcarem para São Paulo, ele simplesmente não apareceu e Giordana foi sozinha.

𝙸𝚗 𝚃𝚑𝚎 𝚁𝚊𝚒𝚗 | 𝚉.𝙹 (𝙲𝙽𝙲𝙾)⁽ᶠᶦⁿᵃˡᶦᶻᵃᵈᵃ⁾Onde histórias criam vida. Descubra agora