DIA 02: MORANGOS E DESMAIOS
Acordei às exatas oito horas da manhã, assim como no dia anterior. Sentir o colchão fofinho e extremamente confortável abaixo de meu corpo me fez suspirar. No inferno, todos os móveis são apenas feitos de pedras ásperas, incluindo as camas, quando criança meu corpo doía bastante por conta disso, mas quando você convive com uma coisa a sua vida inteira, acaba se acostumando com ela.
Levantei-me do móvel e logo fui até a porta do quarto, apenas para me certificar de que estava devidamente trancada. Respirei fundo antes de me sentar sobre a cerâmica gelada do chão que, mesmo eu estando de calças, me causou arrepios.
Retirei da parte interna de minha bota um pequeno punhal antigo que havia ganhado de meu pai assim que completei cinco anos, a lâmina brilhante e bem polida não tardou em entrar em contato com a pele de minha mão, traçando um fino corte sobre a linha da dobra. Logo o líquido avermelhado manchava o chão branco, desenhando o pentagrama de comunicação sem que eu precisasse me mover.
Comecei a sussurrar as palavras malditas do antigo latim, sentindo meus olhos azuis se revirarem abaixo de minhas pálpebras. Não sei se era a minha metade anjo falando mais alto, mas sempre após uma sessão de invocação meu corpo ficava extremamente fraco, como se meus poderes desaparecessem.
— Baekhyun. — A voz grave de meu pai adentrou meus ouvidos, deixando claro que o pentagrama havia funcionado. Abri meus olhos e finalmente vi as chamas vermelhas dançando sobre o desenho feito de sangue no chão, projetando a imagem de Lúcifer. — É apenas o segundo dia, não me diga que já acabou com o plano. — Ele sorriu sarcástico.
— Não se preocupe com isso, eu vou conseguir. Apenas queria te perguntar sobre algo... — Ainda apertava fortemente minha mão ferida para que o sangue não parasse de escorrer. — Os humanos evoluíram muito desde a última vez que um demônio pisou na superfície, por sorte ainda corro bem com o plano. Você sabia disso, não é? Por que não me informou? — Encarei o homem sorrir mais uma vez. Suas características ocidentais eram tão diferentes das minhas que quase não parecíamos pai e filho.
— Esperava que você fosse um pouco mais inteligente, meu filho. — Uma risada baixa escapou de sua boca, o que me deixou um pouco irritado. Sou o melhor demônio do submundo, quem ele pensa que é para duvidar de minha inteligência? Justo ele, que perdeu a batalha contra a Deusa. — Bom, se foi somente para isso que me invocou, creio que já pode encerrar, sei como a metade anjo lhe deixa fraco por conta da perda de sangue. — O sorriso não saía de seu rosto em momento algum.
— Só mais uma coisa... — Respirei fundo, já sentindo-me um pouco zonzo. — Eles ficam me perguntando sobre roupas e outros objetos que deveriam estar comigo, o que devo fazer sobre isso?
— Baekhyun... — Ele suspirou, negando levemente com a cabeça em um simples manear. — Eu sou um demônio, se te ajudasse em momentos assim a Deusa me daria até uma nova chance de voltar para o céu. — Sua risada em tom dia ironia fez-se presente no cômodo mais uma vez. — Apenas lembre-se que se o plano der errado, você vai pagar com sua parte submundana. — Agora seu rosto carregava uma expressão séria, o que me causou um certo desconforto.
Só tive tempo de respirar fundo mais uma vez antes de ver as chamas desaparecerem de minhas vistas, levando consigo meu sangue antes espalhado pelo chão. Meu corpo perdeu a consciência lentamente e logo eu me encontrava deitado sobre a cerâmica buscando forças para me manter acordado, o que não durou muito tempo.
Não sei exatamente por quanto tempo fiquei desacordado, apenas dei-me conta de que estava abrindo os olhos mais uma vez naquela manhã como se tudo aquilo não tivesse passado de um sonho. Sentia algo mexendo em meus cabelos e o estofado macio do colchão abaixo de mim, me causando uma sensação estranha de conforto que eu nunca havia sentido antes.
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six-six-sweetie [chan+baek]
Fiksi Penggemar[sssz] Byun Baekhyun, príncipe do Inferno, subiu a superfície da terra no primeiro dia do mês para que no último dia deste, causasse o fim da humanidade. Só não esperava que Chanyeol, um humano qualquer, o fizesse mudar de idéia. [!]capa por: @chris...