Olá pessoas! Como vão todos?
Bom, voltei mais rápido que imaginei, acontece kk
Como tenho muitos capítulos prontos, decidi logo postar mais um
Boa leitura a todos e espero que gostem*
Suas mãos delicadas e suaves, com seus dedos calejados pelas cordas de aço pairavam sobre minha cabeça, movimentando-se de forma lenta até as pontas de meus cabelos. Era possível sentir sua acomodação ao meu lado, afundando o colchão macio, sentando sobre a coberta grossa.
Mesmo adormecido, na escuridão do quarto, eu conseguia ver seu corpo esguio, magro, alto, seus cabelos nem mesmo chegando perto dos ombros. Um pequeno charme para uma grande mulher.
De sua boca, conseguia decifrar as palavras que saíam quase mudas, dizendo: "Boa noite, meu raio de Sol. Voltaremos logo. Nós te amamos." Depositando um beijo sobre minha testa, levantando-se da cama macia, deixando-me só no quarto, que pouco a pouco, parecia me engolir com sua imensidão assim que fui deixado sozinho.
Ninguém poderia prever o que aconteceria naquela noite, nublada, chuvosa e levemente trágica. Acordado algumas horas depois com sacolejos do meu próprio avô, seu rosto vermelho, seus olhos extremamente úmidos e sua expressão de desespero e apreensão me diziam que algo inimaginável havia ocorrido, que iria mudar o resto de minha vida.
– Yuri? Yuuuuuri? Tá acordado, menino? – Após momentos que passei inerte em meus próprios pensamentos, totalmente desligado a tudo em minha volta, minha mente parece ligar novamente um interruptor chamado: "prestar atenção no mundo fora de sua cabeça", que raramente vivia ligado. – Você ao menos ouviu o que eu disse? – Meu avô pergunta.
– É... Hmm... – tento e forço meu cérebro a raciocinar sobre o que meu avô havia dito a mim. Penso, penso e penso, mas sem sucesso, não consigo lembrar nem sequer uma única palavra. Vejo o mesmo negar com a cabeça, parecendo decepcionado.
– Esqueça... – Ele enche novamente sua xícara com café, que virou costume em casa após me descobrir Ômega, tanto para ele quanto para mim. Tomando grandes goles de uma vez, ele bate a xícara sobre a mesa, chamando minha atenção mais uma vez. – Já está pronto e arrumado para irmos? – Ele pergunta, baixando o olhar.
– Sim, vovô, a mala já está até do lado da porta de entrada. – Respondo, abrindo a garrafa térmica, enchendo mais uma xícara de café, tomando alguns goles, intercalando com pedaços de blini.
– E os supressores? – Ele se levanta, arrumando a cadeira que se sentava, juntando aquilo que havia sujado e levando até a pia, colocando sobre a bancada de mármore.
– Numa bolsa que vou levar no ombro. Seringas e agulhas estão na mala, embaladas. Se alguém perguntar, principalmente se eu dividir quarto com alguém, é uma vitamina controlada que preciso tomar. – Falo de uma vez, chegando a perder o fôlego.
– Como o combinado. – Vovô se aproxima, eu olho em seu rosto, encarando-o.
– Como o combinado. – Repito suas palavras, engolindo o café quente que sobrou em minha xícara de uma vez, queimando meu céu da boca e garganta no processo. Meu avô ri, negando com a cabeça, tirando o que havia sobrado sobre a mesa.
– Vou sentir sua falta, meu Yuratchka, por que ir para a faculdade agora? Você tem todo o tempo do mundo, precisava ser justo agora? E se não estiver pronto?
Com suas palavras algo me recorda à memória, lembrando que minha própria mãe havia saído de casa na mesma idade, indo se aventurar pelo mundo apenas com um pouco de dinheiro, duas trocas de roupas numa bolsa de ombro e um violoncelo nas costas, protegido por sua case. Foi dessa maneira, que na Alemanha, conheceu meu pai, estudando na época para se tornar maestro. Os dois se apaixonaram, apesar de seus humores serem totalmente opostos. Enquanto ele era de sorriso fácil, minha mãe raramente achava graça de qualquer coisa.
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Breaking the Routine
Hayran KurguYuri, aos 15 anos, mais de 75 anos depois do término da segunda grande guerra, onde Alphas e Ômegas nem aos menos possuem história, se descobre um Ômega. Será possível ele suportar todas as consequências de algo que ele não pediu para ser? Sem escol...