ᘍ🍁ᘊ ⦁ ┅┅┅ ⦁ ❛ 𝐄𝐌 𝐀𝐍𝐃𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 ❜
Jeongyeon é uma jovem de 19 anos, otimista apesar de tudo e atormentada por toda a vida, por fantasmas que insistem em dizer que a menina é a famosa noiva de um poderoso Goblin.
Em tempos passados, Park Jim...
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↬ Ano 2016
A vida burocrática e desgastante de Jeongyeon poderia ser comparado a um relógio cujos ponteiros trabalham constantemente e de forma árdua. Entretanto, sua obsolescência programada começava a dar as caras.
Aos 18 anos de idade, a jovem não sabia o que era ter amigos, sair para passear e muito menos ser amada. Apesar de tudo, Yeon gostava de pensar que sua existência nesse mundo caótico deveria ter um bom motivo. Bom não, um ótimo motivo!
Sentada em uma mesa aleatória do refeitório de sua escola, Jeongyeon olhava para a janela, observando a chuva gélida e impiedosa cair sobre as árvores, e em pequenas gotículas, escorregar pelas folhas e pousar na terra molhada.
Era mais um daqueles dias frios e solitários onde seus pensamentos viajavam à mil por hora, iam desde o seu passado à o que poderia ser o seu futuro. Se é que ela tivesse um. Porém, a única coisa capaz de lhe aquecer tanto o corpo quanto a alma, era o cachecol vermelho de sua mãe que jamais deixava seu posto envolta de seu pescoço.
Levou a mão até a boca, a fim de abocanhar seu delicioso kimbap, uma versão barata dos sushis japoneses que ela amava do fundo do coração. Quando sua atenção foi instantaneamente direcionada para um grupo de garotas que citavam seu nome ali perto.
- O semestre terminou e ela ainda come sozinha. - Yeon sentiu alguns pares de olhos sendo cravados em sua direção.
- Por que não vai lá fazer companhia e comer com ela então? - questionou alguém não identificado, com completo desdém.
- Credo, por que eu faria isso? Ela é doida, vê fantasmas e tudo mais. Ela tem que ser amiga é de um exorcista, não minha. - risadinhas abafadas foram escutadas pela jovem, tentando ignorar ao máximo a súbita vontade de abrir o berreiro.
- Ela me assusta mais do que a ideia da existência desses fantasmas. Eles pelo menos são invisíveis. - uma garota com mechas vermelhas no cabelo praticamente cuspiu em direção à Jeongyeon.
Situações como àquela eram rotineiras no dia a dia de Yeon. Ela já havia se acostumado em ser apenas um peso para as pessoas que convivia. Apenas se levantou, recolheu seus pertences e saiu daquele ambiente desagradável, rumo a sua casa, que infelizmente não podia chamar de lar.
Por sorte, o temporal que ocorria poucos minutos atrás decidiu dar uma trégua, e se transformou em uma pequena e até agradável garoa. A jovem menina retirou o fone do bolso e encaixou nos ouvidos, ao passo que ajeitava o capuz do moletom verde musgo na cabeça.
- Ouvi dizer que você é a noiva do Goblin. Ei! Eu sei que pode me ver. É verdade? - uma voz nada formidável ecoou de repente ao seu lado. - Estou tão solitária, não quer ser minha amiga? - Jeongyeon já passara por situações assim tantas vezes que não conseguia contar.
A última memória que tem de sua mãe, é ela pedindo que a filha jamais encare fantasmas novamente. É por essa razão que ela simplesmente ignorou qualquer que fosse aquele ser e continuou andando como se nada estivesse acontecendo.
- SUA BRUXA MÁ! - gritando, a fantasma surge em um lapso de segundo na frente de Yeon.
- Cacete! Que susto. - deixou o fone cair, toda atordoada com o susto repentino.
─ Calma, garotinha, parece até que viu um fantasma. ─ ela ria que chega se contorcia. Jeongyeon revirou os olhos, um fantasma piadista era só o que lhe faltava. ─ Eu sabia que você podia me... - a atenção dela foi voltada para algo nas proximidades e os olhos da fantasma se arregalaram de uma maneira que Yeon jamais imaginou que podia acontecer.
- Então é ver-verdade? Me desculpa! De verdade, eu sinto muito ter incomodado. - visivelmente nervosa, (para Jeongyeon pelo menos) ela gagueja e foge dali, em puro sinal de pavor.
Jeongyeon não sabia quem diabos era Goblin. Era o nome de uma pessoa? Era algo de comer?
Acontece que não é de hoje que viviam lhe enchendo o saco sobre esse tal Goblin, seja lá quem for. Yeon não queria saber disso, tinha coisas muito mais importantes para se preocupar, como por exemplo: emprego e estudos.
Arqueando uma sobrancelha em sinal de confusão, a jovem analisa o ambiente em sua volta em busca de algo estranho. - O que foi isso? Por que ela pediu desculpa de repente? - sem entender tal comportamento, apenas continuou seu caminho.
Entretanto, alguns passos mais afrente, um homem envolto por uma aura misteriosa esbarra em Jeongyeon. Ela teve a mera impressão de sentir o mundo parar, flutuando em uma sensação momentânea de êxtase e satisfação.
Muitos fantasmas já haviam perturbado a sanidade de Yeon, levando-a até cogitar a hipótese de se internar em uma clínica psiquiátrica. Mas aquele rapaz... Bom, aquele rapaz lhe deixou intrigada de uma maneira estranhamente ambígua. Além de vislumbrar algo bem peculiar, sentiu que ele podia enxergar o lugar mais obscuro de seu âmago, sentiu uma exorbitante conexão.
Pensou em falar alguma coisa, mas ao virar para encarar o homem, percebeu que ele já estava bem longe. Tinha ido embora..
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