Capítulo XXXV

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Boa madrugada, diabinhas. 

Como avisei nas minhas redes sociais, estive meio sem foco para escrever, mas vamos voltando aos poucos. Esses capítulos já estavam prontos. Sim, plural. 

Boa leitura!

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Natasha manteve-se parada assimilando, tomada pelo teor do que havia sido dito a ela, incapaz de processar rapidamente o jogo inteligente produzido por ele. Vagarosamente, foi libertando a si própria da letargia que havia sido imposta, tomada pela incredulidade soltou uma risada incrédula.

– Tudo bem, ok Damien.

Dispensou breve, sucinta, dando as costas a ele sem emitir uma resposta elaborada a altura. De repente, um arrepio frio subiu por sua coluna alcançando a altura da nuca e suas pernas se interromperam.

Cerrou as pálpebras sem surpresa, um sorriso cínico lhe escapou formando uma curva em seus lábios pintados de vermelho. O frio externo lambia sua base, na mesma medida um formigamento alcançava seu corpo junto ao arrepio.

Não deveria permitir, mas embora sua mente estivesse agitada, o calor se espalhou por sua pele a medida que o frio do toque se concentrava em uma linha fixa. Concertando a postura, ela virou o rosto olhando na direção dele que se encontrava imediatamente as suas costas.

– Você compreende exatamente o que vai dizer. – ele não se moveu, mas a voz rouca e sensual lhe alcançava o rosto próximo a orelha. – Você conhece e mede o peso das suas palavras, percebi isso no modo como dá ênfase corretamente naquelas mais perigosas.

Ela o mirou inexpressivamente. Ele tinha a mão espalmada na base das suas costas e com a mão direita segurava o cigarro entre os dedos, os cabelos ainda úmidos escorriam inconstantes sobre a face. Ainda assim ele não estava tranquilo. A respiração tensa e a contração dos músculos do maxilar refletiam sua inquietude.

Ela sorriu, no entanto.

– O que está dizendo, Kostner, está afirmando que o tirei do sério com o que disse?

Ele encontrou seus olhos, a contrariedade transparecendo na expressão.

– A deixei próxima como poucas vezes fiz e ainda mais raramente usou o que observou como arma contra mim, isso é inteligente, desprezível, mas inteligente.

– Não é exatamente o que faz comigo sempre que encontra brecha?

– Ser cruel, Natasha, é isso que deseja?

Ele se moveu. A mão direita tocou seu ombro deslizando lento pelo seu braço, os dedos tatuados formando desenhos ilegíveis sobre sua pele.

– Estou a sua altura agora? – sorriu torto, o cinismo escorrendo pelo canto dos seus lábios.

Ele desceu ainda mais lento, abandonando os formatos para tocar sua pele provocadoramente. A mão chegou ao seu antebraço e ele a fechou, ela engoliu em seco com uma sensação diferente de todas as outras.

– Você certamente pode estar. – a voz rouca se tornou sedutora, envolvente, cuidadosa.

Ele se aproximou a puxando pelo braço e ela aspirou sem produzir som. De costas para ele o sentiu muito perto. A respiração tomando o peito largo, o calor mesmo através das suas roupas, o toque familiar e efervescente.

A mão grande deslizou pelas suas costas ocupando o espaço entre seu quadril e ela não conseguiu esconder o tremor breve pela inesperada aproximação. Com a mão direita ele levou o cigarro aos lábios secos e o tragou forte, a fumaça mentalizada foi solta lentamente no ar, os olhos prateados fixos nos seus.

(Concluído) Sombrio  - Série Legião da Noite. Damien Kostner Livro1Onde histórias criam vida. Descubra agora