Capítulo XXXVII

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Vou postar só um porque estou abarrotada de atividades aqui e trabalhando de dia, aí fica dificílimo tempo para escrever. De qualquer modo eu preciso decidir se vou manter o que pensei, por isso volto até sábado, ok? 

Boa leitura!

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Dez minutos depois, Damien chegou a cogitar adentrar o quarto de UTI e avisar sobre o horário. Entretanto antes que seu pensamento se tornasse concreto Natasha passou apressadamente pela porta e não pareceu enxergá-lo a medida que percorria o corredor largo e pálido repleto de quartos de internamento.

Decidiu segui-la e o fez imediatamente, os passos de ambos acompanhando o mesmo compasso e tocando o chão em tempos iguais. Ele não evitou olhar para a cabeleira ruiva, tão destoante em sua intensidade queimando em cores vibrantes quando contrastado a ausência de vida das paredes e portas pelas quais passavam.

Era impressionante o quanto tudo nela era forte, quente, efervescente, incontrolável, como as chamas de uma fogueira viva. Desde a personalidade aos cabelos, tudo nela era cor, vida, calor, intensidade, paixão. Ela era como uma bomba nuclear que dizimaria todos a sua volta, porque ninguém era capaz de tomar distância do alcance de perigo, ainda que conhecesse sua letalidade.

Talvez fosse aquele a origem do fascínio que ela exercia sobre ele, porque dentro de toda frieza que o cercava ela era a única coisa que parecia causar nele uma sensação e ainda que mínima, ele não conseguia ignorar e estar tão próximo da boca do furacão não deveria fazê-lo ter vontade de se jogar.

Ele a seguia.

Os corredores foram ficando para trás e a saída do hospital foi alcançada, havia ali dois Buggy a espera deles, mas Damien assentiu para os dois guardas porque ela seguiu a pé em direção aos portões. Por todo o caminho soldados e guardas se encontravam em seus postos empunhando armas, apenas assistindo a um traidor da Legião entrar e sair com as próprias pernas sem qualquer impedimento.

O caminho de de pedra era longo, o hospital era uma das construções mais antigas e distantes do forte e gastaram bons minutos até chegarem aos portões de ferro maciço. Para surpresa dele, não apenas encontraram os legionários que tinham estado ali durante a discussão como um aglomerado deles. Entre eles, Ivan Matters e seus parceiros estavam ali como os aliados mais próximos da Legião.

– A motocicleta que você pegou emprestada está em ótimo estado, a propósito. – Ivan analisou alisando o queixo.

– Por que, o bebê dos Thunder não pode lidar com alguns arranhões em sua moto? – Natasha respondeu divertida enquanto se aproximava dele.

– Menina, na minha visão você poderia riscar toda a pintura com uma chave inglesa. – o presidente dos Scorpions abriu um sorriso e lhe ofereceu a mão sendo retribuído com um aperto e um sorriso pela parte da ruiva. – Conheço seu irmão, é um grande cara e é respeitado por não ser ignorante e respeitar os inimigos, ele tem muito respeito por essas bandas e digo por muitos que é um alívio que ele esteja bem.

– Valeu, Ivan.

– Você vai para onde daqui? – Greta perguntou preocupada.

– Quem sabe?

A frase foi solta com ironia, como um contraponto comum a algo que todos sabiam a resposta, mas ele notou algo além. Algo diferente na postura e nas palavras vagas e simples escolhidas por ela, como se ela estivesse contemplando a ideia de realmente não saber para onde ir a partir daquele ponto.

– Eu lhe dou uma sugestão, tenho esse privilégio de não ter razão para temer Damien, devo ser o único homem vivo. – Ivan comentou divertido e se aproximou da ruiva, o corpo grande e largo tão perto a tornava menor em comparação. – Há sempre uma vaga em meu clube para quem eu julgo descente, então se sinta livre para escolher partir comigo e ser minha protegida.

(Concluído) Sombrio  - Série Legião da Noite. Damien Kostner Livro1Onde histórias criam vida. Descubra agora