Capítulo III

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Culpem minha falta de tempo! - sério.

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Sentindo-se absurdamente irritada, Natasha saiu de perto do Chefe da Legião antes que perdesse a cabeça, não que não fosse adorar enfiar suas unhas no rosto daquele loiro até ver sua pele bronzeada se manchar em sangue, mas não resultaria em nada.

A casa noturna estava abarrotada de motoqueiros, alguns barra pesada que olhavam muito ao redor e ela não conseguia confiar nesses, outros mais tranquilos em sua diversão, embora nenhum deles fosse passar por um civil comum com suas cicatrizes, tatuagens e corpos corpulentos cobertos de couro. Eram de pelo menos três clubes diferentes, sempre havia alguns deles se divertindo na cidade, mas não eram de todo considerados aliados.

Haviam as putas que sempre estavam ao redor desses caras e da fraternidade, Natasha não tinha aversão a elas pelo fato delas não lhe causarem qualquer problema. Estavam ali por diversão de graça e em troca se disponibilizavam para os homens e quem mais as quisessem, elas não tinham espaço na legião e nem eram parte dos clubes que frequentavam a boate.

Então haviam algumas mulheres que acompanhavam os motoqueiros e estavam sempre agarradas a eles marcando território, Natasha quase esperava que elas descessem as roupas e mijassem ao redor dos caras para demonstrar posse. Elas não eram "mulheres" oficiais dos motoqueiros, isso a ruiva sabia, embora não entendesse nada dos clubes e não soubesse o termo que eles usavam para suas mulheres, ela sabia que aquelas ali eram apenas as putas oficiais ou as que eles estavam gastando algum tempo favorável. Elas se vestiam como as putas que a ruiva via todos os dias, roupas curtas mostrando os seios e as pernas e apertadas ao máximo para alavancar suas bundas.

Já as mulheres daqueles caras deixavam claro quem eram à primeira vista. Vestiam as jaquetas ou coletes com o nome do parceiro e embora não necessariamente vestissem burca não estavam tentando ficar nua no espaço aberto. Os caras também agiam diferente ao redor delas que sempre estavam juntas e com os companheiros ao seu redor de modo protetor e possessivo.

Houve época que Natasha quis largar tudo e pertencer a um clube. Eles não se estabeleciam em uma cidade própria, saiam por aí em suas motos, tinham suas próprias regras e se alguém brincasse com eles estaria sendo machucado até aprender a respeitá-los. Muita gente lambia o chão desses caras, as mulheres vibravam enlouquecidas em suas presenças e as esposas eram sempre prioridade o que era legal de se imaginar.

Mas Nat não se encaixaria. Não se veria nunca em um meio que os homens mandam nos traseiros femininos e elas apenas esquentam suas camas e algumas são protegidas e lhes dão filhos.

Ela tinha uma violência que levava a maior dentro dela em algumas ocasiões, gostava de liberdade e independência e já havia estabelecido vínculo com a legião mais do que gostaria.

A Legião da Noite como ficou conhecida por todos na cidade e na região era uma espécie de família para quem vivia solto no mundo. Quando deixava de ser uma peça solta no meio do mundo, muitas vezes se moldando e mudando para sobreviver, essas pessoas passavam a fazer parte de um todo e serem como parte de uma família. Não uma comum, não existia pai, mãe e tio e não parecia fazer falta para eles. Mas um grupo que se protegiam e faziam qualquer coisa para manter todos unidos como irmãos.

As vezes Natasha Makinley parecia não pertencer a nenhum grupo seleto, não parecia se encaixar em nenhum deles, mas ela sabia que era apenas na superfície. Querendo ou não a Legião abraçara ela quando não tinha nada e lhe dera força para continuar viva quando já havia desistido de lutar, se não fosse pela família que construíram ela não saberia onde estaria naquele momento ou se ainda estaria respirando.

(Concluído) Sombrio  - Série Legião da Noite. Damien Kostner Livro1Onde histórias criam vida. Descubra agora