Fala galera que está acompanhando esta história loucamente!
Como prometido hoje estou postando mais um capítulo adiantado por conta da quarentena, enquanto estivermos em isolamento vou postar pra aproveitarem.
Obrigada a todos, estou muito feliz pela interação de vocês. Até sexta.
Att. Tamires Viudes.
Seguem capítulo novo....
Capítulo 9 - Choque
"Os sonhos não são somente a realização de desejos, mas o refúgio deles!
De maneira da qual somos traídos pelo conteúdo onírico, realizando desejos latentes vivenciados numa consciência irreal, dirigido sem roteiro pelo grande Outro (o inconsciente), que ao nosso despertar, traz à realidade diurna a frustração de não ter aproveitado o sonho como realmente seu, uma vez que este se configura a cada imagem como sonho rotineiro, resguardando a energia da libido onde não se possa ter acesso. Neuroticamente, estando em subconsciência, somos autuados pela instância psíquica do controle, que mesmo via sonho, somos castrados para nos resguardar do buraco negro do real." Leivânio Rodrigues
Eu nunca tinha ficado tão brava assim pela manhã. Meu Deus o que estava acontecendo?
Meu inconsciente pensando nela, de todas as formas, isso me deixa reflexiva, sonhando com uma paciente. Seu caso está me tomando tanto tempo que acabou me deixando louca, poderia ser qualquer sonho, mas erótico?
Preciso tomar um café, esquecer tudo antes de ir para a clínica. Hoje ela irá, não posso nem lembrar desse sonho.
Levantei da cama, tomei um banho gelado para acordar daquele maldito sonho, meu celular tocou, era minha mãe. Estava me esquecendo de ligar para ela novamente, mas também, nem cabeça para isso tinha.
Ficamos uns vinte minutos conversando, conversa rotineira, conversa de mãe e filha. Ao desligar fui tomar meu café, já havia relaxado e esquecido em partes do sonho. Despertei para a vida ao som do meu celular novamente tocando, será que minha mãe esqueceu de falar alguma coisa? Nessas horas somente ela me ligava!
Elana Daras saiu na tela de meu celular, o que poderia ser? Único contato que ando tendo com ela é somente a respeito da paciente Caroline, apesar de sermos conhecidas não tinha um contato além do profissional. Peguei meu celular rapidamente quase derrubando-o no chão.
-Dra Day?, ai que bom que você atendeu _ Elana falava com um certo alívio.
Meu coração gelou na hora, antes mesmo de começar a falar, natural que meus pensamentos rapidamente focaram em coisas ruins.
-Dra Elana? Aconteceu algo? _ fiquei preocupada, com o horário, são seis e quarenta da manhã.
-Sim! A Caroline sumiu! Os pais dela não a incomodou pois acharam que estava com você.
Quanto mais ela falava mais preocupada eu ficava. Estivemos juntas sim, mas isso há dois dias atrás, ou seja, estava fora desde aquele dia. Havia deixado em sua casa, a vi entrar, mas ela esperou me distanciar para sair, certeza! Me lembro que estava estranha, não sei porque, do nada ela havia ficado daquele jeito, não entendo muito da bipolaridade dela, não devia ter deixado daquela maneira, isso pode ter sido culpa minha mas nem sei o que poderia ter causado.
-Pode deixar comigo, vou achá-la! _ foi assim que me despedi de Elana.
Tenho quase certeza de onde vou achá-la. Lembrei do dia em que passamos juntas com Vitão. Separei minhas coisas e fui direto para o aeroporto, pedi uma passagem direta para Misiones, Argentina. Nem tentei ligar, seria em vão. Por sorte tinha um voo em dez minutos, vai levar mais ou menos uma hora para chegar.
A viagem pareceu durar um dia inteiro de tão aflita que estava, tomara que eu tenha acertado o esconderijo dela, será uma frustração enorme chegar e ter que voltar sozinha. Peguei um taxi direto para Amerian Portal del Iguazu.
-Buen día, estoy buscando Carol Biazin _ Isso é uma das únicas palavras em espanhol que sei e graças a Deus foram suficientes.
Ela está por lá, ufa! Mas ainda não fui ao encontro da garota, liguei para seus pais avisando que havia encontrado e para não se preocuparem que desta vez iria entregá-la nas mãos deles. Agora preciso encarar a fera ruiva.
Bati na porta de seu quarto.
O barulho da maçaneta abrindo e olha quem eu vejo.
-Ah, é você! _ nem fez questão de olhar para mim.
Poxa que recepção agradável,não vou deixar isso passar, estou sendo muito boa para ela me tratar dessa maneira. Pessoas boas de mais se dão muito mal, realmente isso é verdade, pelo menos perante minha situação com ela. Desconheço casos de psicólogas que entram tanto na história do paciente como eu. Essa foi a primeira vez q me aconteceu, não sei explicar direito o que havia acontecido, sou teimosa, enquanto não consigo o que quero fico inquieta.
-Oi Day, que surpresa maravilhosa! É difícil para você me recepcionar assim? _ falei com uma certa ignorância.
-Preciso ficar sozinha, tchau!
Oi? Era isso mesmo que estava ouvindo? Nem passava por sua cabeça que estavam todos preocupados com seu sumiço? Caroline, Caroline, não me faça estressar numa hora dessas. Essa garota ficou louca.
-Nada disso, vou levá-la para casa! _ impedi que a fechasse a porta em minha cara.
Entrei em seu quarto pegando suas coisas e arrumando sua mala, fiquei tão nervosa com a maneira que me tratava que fui invadindo enquanto ela ia me xingando, ouvi de tudo menos meu nome, mas nem ligava, ela iria por bem ou por mau.
Respirei fundo e apenas uma única frase falei.
-Não gosto de ignorância não! Viu Caroline.
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Dois Polos
FanfictionDay, psicóloga renomada, se apaixona por paciente em reabilitação na sua clínica. Carol foi internada por sua família por ser muito rebelde e com temperamento instável. Às vezes é Carol, às vezes Caroline! --------------------- Histór...