Um

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Sua Determinação dita o seu
Destino.


O céu era tão azul que me deixava extasiada, se eu voasse com certeza escolheria me perder naquela imensidão infinita. Springdale, uma cidade pequena, repleta de árvores contendo aproximadamente três mil habitantes, era fascinante, apesar da Ilha do príncipe Eduardo ser também. Eu precisava desse novo ar, precisava respirar, conhecer e explorar. Assim que a caminhonete parou, procurei por algo parecido com uma fazenda, o que foi em vão porque, paramos na guia alta de uma pequena casa bem desenhada, com cores neutras que perto de Green Gables era terminantemente sem graça.

Encarei Marilla que sorria e Matthew decepcionado, o que eu entendo já que Green Gables era incrível.

— Já podemos voltar? — Matthew disse quando desligou a caminhonete.

— Pare de bobagens Matthew. — Marilla o repreende — apesar de eu concordar que isso não é nada parecido com a fazenda, mas pense bem, assim que você estiver melhor voltaremos para o nosso lar, se esforce para isso.

— Bom, já que eu sou oficialmente uma Cuthbert, devo dizer que nosso lar sempre será onde nós três estivermos. Meu lar é vocês.

Marilla sorri e Matthew também, ainda com um sorriso murcho e claramente cansado.

— Vamos entrar — Marilla me empurra para descer.

Fico parada de frente para o jardim um tanto sem vida, e Matthew leva a caminhonete em direção a garagem. Pego a chave da mão de Marilla e corro em direção a porta.

Assim que coloco a chave na maçaneta, sinto um estalo e encaro Marilla. Minha alma sai do corpo por alguns instantes, sequer cheguei e já estou fazendo besteira.

— Anne Shirley-Cuthbert — ela pega a minha mão — o que aconteceu com a chave?

— Eu acho que...

Puxo o objeto me deparando somente com metade em minha mão. A outra metade está presa dentro da fechadura.

— O que houve? — chega Matthew com o olhar preocupado me encarando pois claramente sabe que eu fiz algo errado.

— Mal chegamos e já temos problemas!

— Oh céus me desculpe.

— Faz tempo que não precisa chorar tanto para pedir desculpa Anne.

Assinto enquanto penso em uma forma de resolver os problemas.

— Já sei, podemos entrar pelos fundos.

— O que os vizinhos pensarão?

— Que somos ladrões?

— Os vizinhos deveriam estar cuidando do próprio nariz.

— Faz tempo que você sabe que os vizinhos não cuidam do próprio nariz e sim do nariz dos outros.

— Green Gables era tão distante das pessoas, aqui é tão perto.

Olho para a rua e observo uma linda casa, com um grande jardim; tinha uma cor azul bebê e suas colunas eram brancas. Era a casa mais linda que eu já tinha visto. Parecia um castelo. Agucei a visão até chegar na caixa de correio, onde continha uma plaquinha decorada com flores escrita  "Casa dos Barry", uma caixa de correio com o nome em cima era bem antigo, mas ainda não perdia a sua essência divina.

Anne With An E - Sec XXI (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora