O perdão e o recomeço.
Perdoar a Ruby era necessário, e por mais que eu não fosse o juiz da situação, eu podia sim tentar ajudá-la, conversei com Marilla, para que ela fosse comigo até a casa dos Gillis. Ruby precisava de ajuda, e seus pais precisavam saber o que se passava com ela.
Toco a campainha, com uma sensação horrível revirando meus pensamentos. Uma mulher abre a porta:
— Casa dos Gillis.
— Eu sou Anne amiga da Ruby, essa é Marilla, precisamos falar com o Sr. e a Sra. Gillis, por favor.
Ela morde o lábio inferior.
— Eles estão ocupados, não podem falar agora.
— Como não? O assunto é sobre a filha deles, por favor, chame-os — Marilla falou com seriedade.
— O que está acontecendo aqui, Lilian? — disse a mulher certamente mãe de Ruby, com o olhar furioso.
— Oi Sra. Gillis, meu nome é Anne essa é Marilla, e viemos conversar sobre sua filha Ruby.
— O que tem minha filha?
— É algo sério e importante — disse Marilla.
Seria muito melhor ter Marilla comigo, assim, ninguém agiria com irrelevância, uma mulher mais velha, vivida, transmitia muito mais seriedade e confiança.
— Entrem por favor — ela abriu a porta por completo.
Apesar de conhecer Ruby a quase um ano, eu nunca tinha entrado na casa dela. A casa era bem arquitetada, móveis inovadores, cores vivas. Assim como a Ruby Gillis que eu conheci antes dela fazer tudo que fez. O piso era bem trabalhado, no tom creme, as cortinas da sala bem vermelhas, fotos alegres dela com os pais, uma foto dela com outra garota muito parecida com ela um pouco mais nova.
A casa era silenciosa, o que indicava que provavelmente não tinha ninguém lá.
— E então — a moça se sentou, deixando a mostra a saliência de sua barriga.
Aparentemente grávida de uns cinco meses.
— Precisamos contar algo a você.
— Por favor sentem — ela pediu — minhas costas estão tão doloridas que não consigo ficar muito tempo em pé. Essa barriga pesa.
Me sinto mal por ter que dizer a mãe de Ruby o que se passava com ela. Mas eu não podia deixar de falar, Ruby era o tipo de pessoa que guardava tudo de ruim dentro de si mesma, e tentava se aliviar fazendo o mal aos outros. Eu não podia a culpar por isso, mas podia dizer que era a forma errada de se abster daquele sentimento que lhe deixava nas profundezas do desespero. Eu já havia me sentido assim, a solidão mesmo em meio a um monte de pessoas é a pior solidão que se pode sentir.
— Anne?
Ouço a voz de Ruby e me viro para encará-la. A Sra. Gillis gesticula para ela se sentar, ela caminha e se senta com a postura curvada, como se já se auto punisse. Ela sabia o que eu estava fazendo lá, e já sabia que ia pagar por suas atitudes impensadas.
— E então, por onde vamos começar?
. . .
(Narração Diana)
— Então tia Josephine, acho que está na hora de conversar seriamente com meus pais.
Encaro-a, e ela com toda sua classe saboreia o chá de cidreira. Pergunto-me como uma pessoa como ela com tanta experiência, poderia ficar me ouvindo reclamar o tempo todo sem entrar em um surto histérico.
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Anne With An E - Sec XXI (Concluída)
FanfictionTudo começou quando Anne teve que se mudar com Marilla e Matthew para a cidade. Acostumada com sua casa da fazenda, ela terá que aprender a superar seus medos e se encaixar em uma sociedade completamente diferente da que ela conheceu. #2 Annewithane...