Dezesseis

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O que fomos faz parte daquilo que somos

Fazia uma semana que eu não o procurava, e evitava ao máximo com todas as minhas forças ignorar o fato de que ele respondeu minha mensagem com a foto de outra garota.
Tento me convencer de que foi o melhor para mim, ainda mais sabendo que sempre estive certa a cerca de sua verdadeira essência. Lembro-me de Antony, um garoto do orfanato que insistia em dizer o quanto eu era feia e magricela, mas quando eu estava prestes a sair daquele mísero ambiente deplorável, o qual não desejo para ninguém, o garoto disse que estava apaixonado por mim, eu fiquei tão surpresa e ao mesmo tempo tão decepcionada que disse que nunca confiaria no amor, como alguém que ama pode nos fazer sofrer com tanta facilidade?

— Está pensativa Anne — diz Marilla enquanto termina de fazer o chá.

— Não é nada, só algumas matérias que me deixam um pouco atordoadas, mas, tenho certeza que assim que eu e Diana conseguirmos nos organizar para estudar, estaremos prontíssimas para mais dez mil matérias. Fora isso, eu e Jerry devemos fazer a casa de pássaros, agora que Gilb... Minha dupla foi embora, eu sou obrigada a fazer com Jerry.

— Que bom que moram na mesma casa não é?

Concordo movimentando a cabeça.

— E o nariz, como está?

— Já consigo respirar, o que é bom. Principalmente porque é uma completa agonia não conseguir usar o nariz da maneira em que deve ser usado.

Seu sorriso é um tanto turvo, e suas mãos ágeis na hora de tirar o canecão do fogão. Pergunto-me, se Marilla estivesse se casado, seria impossível querer ter alguém tão agitada em casa como eu.

— Você não tem aula hoje? — ela me olha — já são sete e meia, não deveria estar com Jerry e Diana?

Olho para o relógio.

— Oh céus eu me esqueci completamente!

Saio correndo e pego minha mochila, solto os cabelos e chamo Jerry, ele desce e quando chegamos Diana está a nossa espera.

— Esqueceram do colégio?

Nós dois movimentamos a cabeça em um sim.

— Vamos.

. . .

— Efêmera significa apenas por um dia — falo para Ruby e Diana que movimentam a boca enquanto lancham.

— E para que eu deveria usar essa palavra? — Ruby questiona enquanto mexe no celular — olha isso — ela mostra a foto de Gilbert junto com a garota loira.

— Talvez para se conformar que Gilbert está tendo uma vida perfeita longe de todos nós — Diana ergue os ombros — Efêmera, por um dia Ruby, até descobrir que o amor da sua vida, é aquele cara ali — ela aponta para um garoto sentado sozinho.

— É errado Diana — digo — até porque, o amor da sua vida está indo até lá. — aponto para Jerry que caminha até o garoto sozinho.

— Moody é legal até — Ruby diz — e tem um talento invejável para música.

— Isso seria uma boa distração, acho que devemos nos inscrever para o teatro — Diana sugere — imagina se fossemos interpretar Romeu e Julieta.

Anne With An E - Sec XXI (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora