Dez

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O que importa é o que está dentro

Diana apreciava a agradável paisagem do lago, e eu apreciava o lindo casal de gansos que passeavam na água.

— Você sabia que os gansos tem somente um par por toda a vida?

Diana me encara com um sorriso turvo.

— É impressionante como seus conhecimentos conseguem ser tão vastos.

Sorrio.

— E então, sabe algo sobre Gilbert? — lhe encaro — desde que ele esteve em minha casa não conversamos mais.

— Ele esteve ontem em sua casa Anne — ela diz — quem sabe amanhã você o veja no colégio.

Suspiro ainda encarando os gansos no lago.

— Eu não sei o que sente por ele — ela diz — mas não sei se é certo eu apoia-la, sou amiga da Ruby também, e fico um tanto dividida com essa situação.

Mordisco o lábio inferior enquanto penso em uma resposta.

— Olha Diana, não se preocupe, eu não sinto nada por Gilbert, somente preocupação, pois sei como é ruim ser órfã.

— Eu não acho que esteja sendo sincera Anne, nem comigo, nem com você mesma.

— Mas estou sendo sincera, eu não o conheço para saber se estou apaixonada, eu só fui uma amiga no momento em que ele precisou.

— Preciso contar algo — ela deita na grama.

Faço o mesmo enquanto observo o céu azul, com as nuvens em formatos estranhos espalhadas no céu, o tempo estava um pouco nublado, mesmo assim ainda não indicava se a chuva chegaria logo.

— Conte. — falo.

— No dia do velório na casa de Gilbert, Ruby ficou lá para tentar consolá-lo.

Encaro Diana e ela pensa.

— Ela pediu para que eu não te contasse, porque ainda não confia em você, mas,  eu simplesmente não consigo esconder.

— Não me admira saber que ela não confia em mim — digo — ela disfarça pouco.

— Ela disse que ela e Gilbert se beijaram.

Engasgo com a minha própria saliva, e sinto minhas bochechas ficarem vermelhas, meu coração dispara, acredito que por causa do engasgo e Diana levanta para me acudir, enquanto vou em direção ao lago para tentar desobstruir minhas vias respiratórias contaminados com a saliva.

— Eu sabia que você reagiria assim — ela diz — é óbvio que você sente algo por ele.

— Mas isso é verdade? — digo — eles realmente...

— Sim, mas após isso, ele pediu para que ela fosse embora, pois os sentimentos dele estavam confusos demais e ela não podia levar aquilo para um lado mais afetivo, já que ele não sentia nada por ela.

— Ela deve estar arrasada.

— Está, sem dúvidas. — Diana joga a mecha de seus cabelos para trás — e eu disse a ela que não deveria ter forçado a barra sabendo que ele estava em um momento delicado.

Anne With An E - Sec XXI (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora