Naquele mundo distópico
não havia amor passado
ninguém queria, ninguém sentia
amor virou instante
nada mais é filantrópico
sem o corpo amassado
nada mais intenso havia
morreu o tal romance
eles já não se encontram
a faísca é então digital
signos, pura semiótica
momentos de compreensão
no gozo solitário se concentram
perdeu-se o instinto animal
relação simples simbiótica
alívio sem rompantes de paixão
tudo em nome do medo
o receio de por fim viver
sempre é muito cedo
para deixar acontecer
evitam assim cicatrizes
não reproduzem emoções
atores e atrizes
elaboradas interpretações
não há mais amor
já temos outras dores
uma vida sem humor
muitas telas e computadores
a poesia tenta e resiste
com seu pedido desesperado
provoca e ainda insiste
em busca do último enamorado
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PoetryJá tenho um livro editado 'Noites em Claro' a venda na Kotter e Amazon. Aqui publico outros poemas não relacionados para divulgar meu trabalho. Espero que apreciem.