Altas horas

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Quanto mais tarde

cedo fica

sem alarde

silêncio amplifica

não bastam os sons

nem as imagens

tampouco as letras

morrem os bons

pelas pastagens

secas e neutras

quanto mais tarde

arde a garganta

bebida covarde

que não adianta

vivem sós

pelas salas e dormitórios

se enroscam em nós

copos e cinzeiros inglórios

nas altas horas

não existem demoras

desistem calados

pobres exilados

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