Minha cara amiga

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Olá minha cara amiga

a quanto tempo não lhe vejo

andei por aí a tentar preencher

espaços vazios

Acabei por te negligenciar

estava ocupado entre caminhos

percorri algumas trilhas novas

sem sucesso

Acho que morri

mas o vidro ainda embaça

com minha sôfrega respiração

estou vivo

Entre um cigarro e outro

depois de vários tragos quentes

voltei ao lugar em que estava

talvez mais sábio, ou não

Me pergunto o que me falta

e abunda o silêncio

nem rezar rezo mais

perdi a fé

Dos tropeços e prazeres

tudo abstrato e obscuro

sou ninguém em mim mesmo

enxerto de nada em pele humana

Pois é minha amiga

voltei para ti

para não estar tão só

em tuas letras me aconchego

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