Criatura

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Naquela mesa escura de granito

ele vivia sozinho rabiscando suas letras

tinha delírios animalescos, insanos, sujos

sempre fora um pervertido lunático

Naquela mesma mesa fria de granito

com sua ideias sempre canhestras

vivia a procura, tal uma matilha de sabujos

sempre com seu perfeito ímpeto pragmático

Farejava insatisfeito a vagar pelo mundo

praias, trilhas, matas, acampamentos

até que naquela noite veio a criatura

ela era ele, vestida de saias e cabelos

Pertencia então àquele mesmo submundo

noites, líquidos, gozos, excitamentos

vivia sob a exata mesma temperatura

ele era ela, vestido de membro e pelos

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