Enquanto chove lá fora
o parasita aqui dentro consome
roe a carne que dorme
um sono profundo silencioso
por fora bela viola dizia vovó
por dentro pão bolorento
uma imagem que surge e some
uma verve sem vida sem tempo
arde a pele que ninguém toca
no fundo do peito tuberculoso
um nó e outro nó
sem fermento não cresce
só lamento e defeito
o poeta sofre mas não devia
o forno aquece e queima a massa
a vida amassa e teima
insiste por mais um dia
mais uma noite fria
chove lá fora já disse
e sorri o parasita
não desista eles dizem
não desisto
escrevo
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PoetryJá tenho um livro editado 'Noites em Claro' a venda na Kotter e Amazon. Aqui publico outros poemas não relacionados para divulgar meu trabalho. Espero que apreciem.