Parasita

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Enquanto chove lá fora

o parasita aqui dentro consome

roe a carne que dorme

um sono profundo silencioso

por fora bela viola dizia vovó

por dentro pão bolorento

uma imagem que surge e some

uma verve sem vida sem tempo

arde a pele que ninguém toca

no fundo do peito tuberculoso

um nó e outro nó

sem fermento não cresce

só lamento e defeito

o poeta sofre mas não devia

o forno aquece e queima a massa

a vida amassa e teima

insiste por mais um dia

mais uma noite fria

chove lá fora já disse

e sorri o parasita

não desista eles dizem

não desisto

escrevo

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