Capítulo 3

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— Entendeu tudo o que você tem que fazer? — Astrid questiona Henry pela segunda vez depois de explicar o trabalho que terá que fazer.

— Sim, agora sou como um agente secreto.

— Não pare com ninguém — avisou Cabeça sura.

— Oi, gente — cumprimenta Cabeça quente entra e se joga no sofá.

— Novidades? — seu irmão pergunta.

— Entraram dois policiais para o departamento daqui.

— Quem são? Aqueles que havia me dito?

— Sim, o Sol...

— AAAH — o Thorstom grita interrompendo sua irmã.

— Ficou louco? — pergunto — E você? O que faz aqui ainda? Vá logo

— Estou indo —  Henry diz saindo.

Henry irá pegar um pagamento. É a primeira vez Astrid pede isso a ele. Não gosta de envolvê-lo nas coisas do seu trabalho. Mas será menos suspeito ele ir.

— Quem são as pessoas, Quente?

— Ninguém que você deva se preocupar — Durão responde rápido.

Astrid se joga no sofá ao lado da loira. Cabeça quente e Astrid são melhores amigas e ajudam tudo o que a outra precisa.

Henry pedala rápido pelas ruas retas e longas para sentir o vento bater em seu rosto, lhe dando a sensação de liberdade. Por conta de ter que fazer essa tarefa que sua mãe passou, não foi a escola. Greg ficou um pouco triste pelo melhor amigo tê-lo deixado sozinho para lidar com aquelas aulas chatas, professores chatos e colegas mais chatos ainda.
Raramente, bem raramente, Astrid coloca o filho nessa situação de ter que ir pegar pagamento com algum cliente. Ele tinha onze anos quando sua mãe lhe usou de isca para distrair um invasor na sua casa. Quando Henry percebeu os cômodos silenciosos, saiu do seu esconderijo e viu sua mãe matar um cara. Claro, ficou um pouco traumatizado por algumas semanas mas depois se recuperou. O loiro é muito forte inclusive de personalidade. Ela achou por bem explicar tudo para o filho. Cabeça dura disse que ele é muito forte como o pai. Mas quem é seu pai? Nunca teve uma curiosidade grande sobre isso a ponto de questionar Astrid. Sabe que ela engravidou na adolescência então imagina que o pai sumiu do mapa. Mas Henry até que tem curiosidade de saber pelo menos o nome do seu genitor.
Chegou no parque e deixou a bicicleta no bicicletário do parque. Entrou no lugar indo pelo playground e se sentou um banco debaixo de rosas brancas como foi instruído para ficar a espera de uma pessoa. Sua mãe disse que quando alguém se sentasse perto dele devia pegar o celular e fingir um conversa para falar um código. Acho meio bizarro que já teorizou que qualquer pessoa iria se sentar e ele falaria as palavras e a pessoa ficaria sem entender. Depois de alguns minutos, um policial fardado entrou no parque e ficou observando tudo. A atenção de Henry voltou a uma mulher de batom vermelho e óculos escuros se sentando ao seu lado. Ele pegou o celular e fingiu começar uma conversa e disse o código. A mulher o olhou de canto e tirou um envelope de dentro da bolsa deixando entre eles no banco. E não é que essa parada de código da Astrid funcionou?! Ele pensou pegando o envelope e guardou em seu bolso e saiu andando em direção a outra saída do parque. Henry ficou pensando em como aquela mulher deve ter feito vários procedimentos estéticos para parecer jovem do jeito que é.

— Ei! 

Henry escutou e percebeu ser o policial que apressava o passo em sua direção. Tentou despistá-lo entre as árvores. Quando alcançou a rua, correu em direção a um beco e chegou em uma rua que estava acontecendo a feira da semana. Se misturou entre as pessoas e as barracas. Se estiver demorando, Astrid já deve estar morrendo de preocupação e bolando mil e uma paranoias.
Soluço seguia o garoto e o perdeu de vista. A mulher que foi até o menino é a esposa do falecido empresário que foi morto ontem a noite. A intuição do policial raramente falha e ela está lhe dizendo algo sobre essa mulher. Soluço voltou para a entrada do parque e olhou para o bicicletário percebendo que havia uma bicicleta a menos. Ele socou a árvore do lado com raiva. O garoto fugiu de bicicleta. E agora como vai encontrar ele? Soluço olhou para os lados e viu uma mulher loira que lhe parecia familiar, uma loira com cabelo que ia até o meio das costas em uma trança, entrando no parque. Resolveu se aproximar para perguntar seu nome. Ficou alguns passos atrás dela e parou ao vê-la fazendo uma ligação.

Sempre Foi Você - HiccstridOnde histórias criam vida. Descubra agora