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Shawn Mendes

Acho que eu estava sonhando. 

Conseguia ver o céu azul e sem nuvens, enquanto sentia o vento no rosto.  A única coisa que passava pela minha cabeça, era que a minha vida era boa e eu era o cara mais feliz do mundo. Ao longe, vi Bob, meu cachorro, correndo e tentando pegar uma borboleta. O filho da mãe não podia ver nada voando que já achava que era um brinquedinho particular. O chamei e ele me olhou com a língua para fora e a respiração ofegante, correndo em minha direção segundos depois. 

Arrependi-me imediatamente de ter o chamado. Bob era um Golden Retriever enorme, que pesava mais de 30kg e não tinha a menor ideia de como ser delicado. Correndo em disparada em minha direção, eu já podia sentir o impacto do seu corpo peludo de encontro ao meu abdome e me preparei, fechando os olhos, mas o seu impacto foi mínimo. Senti seus pelos macios, um cheiro doce bem esquisito e um beijo no V pronunciado no meu quadril. 

Quando senti uma lambida na cabeça do meu pau, abri os olhos e me sobressaltei. Eu sabia que Bob era um cão que adorava espalhar beijos por aí, mas, no meu pau? 

Que porra é essa, Bob? 

Sobressaltado, sentei-me e precisei piscar com força, enquanto levava a mão entre as minhas pernas. 

Quando meus dedos seguraram uma massa de cabelos ruivos, franzi o cenho e levei dois segundos para me situar.  Ok, tinha sido um sonho mesmo — grazie a Dio! Eu estava no meu quarto, com o ar condicionado ligado na potência máxima, as cortinas fechadas, os lençóis desgrenhados e tinha uma bela ruiva lambendo o meu pau como se fosse um sorvete. 

Puta merda, que visão! 

— Bom dia — ela ronronou como uma onça no cio, antes de abocanhar o meu pênis que tinha uma puta ereção matinal. 

— Muito bom dia... — respondi, recostando-me contra a cabeceira da cama enquanto olhava e sentia o trabalho bem feito daquela boquinha. 

Pelo menos meu sonho tinha tido alguma coisa de real. A vida era boa mesmo. Não, a vida era maravilhosa!


***


A ruiva — que depois do sexo matinal eu descobri que se chamava Larissa— deixou a minha casa depois de termos tomado café da manhã. Sim, eu sabia muito bem qual era a fama de um pegador, parecia que não tínhamos sentimentos e que éramos uma pedra de gelo, mas isso não era verdade. Eu, por exemplo, tinha um lema: alimentar antes de comer. Ok, às vezes eu invertia um pouco a ordem, como foi o caso dessa manhã, mas sabia que comida era indispensável. 

Como filho de uma italiana nata, cresci no meio de muita fartura e me incomodava um pouco quando não alimentava quem estivesse comigo. Não era um chef de cozinha ou algo do tipo, mas garantia que tivesse algo com sustância para dar às mulheres que passavam a noite em minha casa. 

Arrumei a cozinha e guardei na geladeira os frios que havia usado para fazer alguns sanduíches. Estava terminando de lavar a louça, quando ouvi as patas de Bob batendo contra o piso de madeira da cozinha. 

Ele me olhou com aquela língua enorme para fora e uma expressão de quem sabia muito bem oque eu tinha feito na noite passada. 

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