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Shawn Mendes


Oito meses depois... 


— Acho que eu vou desmaiar... — falei para os meus irmãos. 

Dante riu e apertou o meu ombro. 

— Eu lembro quando você riu de mim quando eu falei isso há muitos anos. 

— Engraçado, também lembro quando ele fez a mesma coisa comigo há dois meses — Alexandre completou. 

— Calem a boca. É melhor zoar do que ser zoado — falei, querendo tirar a gravata. 

— Eu acho o mesmo. Concorda, Dante? 

— Com certeza. — Os dois riram. 

— Dante, como irmão mais velho, você deveria estar dando o exemplo ao Alexandre para me tranquilizar! 

— Não, Shawn, como o mais velho, eu tenho que liderar a vingança contra você — ele disse. — Esse é o nosso momento, não podemos perder essa chance. 

— Ih, tadinho, como está pálido! Está vendo, Dante? 

— Sim, ele está mesmo. Será que a pressão abaixou? 

Dio mio, como estava odiando meus irmãos naquele momento! Sim, eu tinha zoado os dois no dia do casamento de ambos, mas nunca pensei que era assim que eles se sentiam. 

Parecia que o meu coração ia sair pela boca e eu não parava de suar frio. 

— E se ela desistir? — perguntei baixinho, arregalando os olhos. — E se ela perceber que eu sou um idiota? 

— Você é um idiota, mas ela te ama, irmão. Não vai desistir — Alexandre disse. 

— Se a Paula não desistiu do Alexandre, não vai ser a Camila que vai desistir de você — Dante completou. 

— Pois é — Alexandre concordou, mas logo franziu o cenho. — Ei, como assim? Seu babaca! E eu concordando com essa merda! 

Só os meus irmãos para me fazerem rir naquele momento em que eu sentia como se duas mãos apertassem as minhas bolas e outras duas estivessem prestes a arrancar o meu coração. Só para deixar claro, estávamos tendo aquela conversa no altar, enquanto os convidados se acomodavam em seus lugares para poderem assistir à cerimônia. 

Faltava exatamente cinco minutos para Camila caminhar em minha direção e se tornar minha esposa. Eu esperava que ela não se atrasasse, pois eu não aguentaria mais esperar. 

— Ah, filho, estou tão emocionada! Finalmente meu tesouro vai se casar... Como sonhei com esse momento — mamma disse ao me abraçar. 

— A senhora pediu tanto à Deus, que Ele ouviu as suas preces. 

— Pedi mesmo. Agora estou pedindo para que você e Camila sejam muito felizes. 

— Nós seremos, mamma. Tenho certeza disso. 

A cerimonialista se aproximou e pediu para que nos acomodássemos em nossos lugares e eu entendi o que aquilo queria dizer. Camila tinha chegado. 

Ela não havia desistido. 

O momento em que ela apareceu e veio caminhando em minha direção me fez questionar sobre o meu passado. Como pude ser tão idiota ao ponto de, um dia, ter desejado não me casar? Por Deus, só em vê-la daquela forma, vestida de noiva, segurando um buquê e caminhando para os meus braços já me dava vontade de nascer de novo só para passar por esse momento novamente. Nada no mundo foi tão lindo ou intenso antes. 

Quando ela chegou perto o suficiente para que eu descesse do altar e fosse em sua direção sem parecer um desesperado, eu deixei que as lágrimas em meus olhos começassem a descer.

Eu queria gritar para o mundo que aquela era a minha futura esposa e, ao mesmo tempo, queria fugir com ela em meus braços para que eu pudesse manter aquela felicidade apenas entre nós dois. 

— Deus, bella... Eu nem sei o que dizer. Você está maravilhosa. 

Os raios do sol iluminavam a renda do seu vestido e faziam com que seus olhos brilhassem. Ela nunca esteve tão linda. 

— Você está maravilhoso nesse terno, Mendes. 

— Me chame assim de novo e eu serei obrigado a te beijar antes da hora. 

Camila riu e eu a levei em direção ao altar. 

A cerimônia foi rápida e bonita, do jeito que pedimos e, na hora dos votos, fiz questão de olhar nos olhos dela e dizer exatamente tudo o que ela já sabia e mais pouco. Dizer que amava Camila era algo que já fazia parte de mim. Eu dizia isso em seu ouvido quando fazíamos amor, por mensagem, por telefonema, quando eu estava na cozinha fazendo algo para comermos e ela se encarregava de secar a garrafa de vinho, quando víamos algum filme juntos... Mas dizer ali, no altar, com ela se tornando a minha esposa, foi diferente. Foi mais especial, único, um momento que eu levaria para sempre dentro do meu coração. Ela também se declarou e eu confesso que chorei. 

Sempre ria quando o noivo chorava, mas ali estava eu, tendo que secar as minhas lágrimas para poder enxergar melhor e aproveitando para secar as lágrimas de Camila para que sua maquiagem não borrasse. 

— Pode vir as alianças. 

Lá do começo do tapete vermelho, veio ele. O meu melhor amigo, meu companheiro de todas as horas, aquele me ouviu falar mais sobre Camila do que qualquer outra pessoa e que ficou com raiva de mim quando a magoei. Vestido em um terninho e carregando a cestinha com as alianças na boca, Bob praticamente desfilou até chegar na gente e eu me abaixei para poder falar com ele. 

Nem preciso dizer que estava com os olhos cheios de lágrimas de novo. 

— Conseguimos, garotão. Camila é toda nossa agora — falei e todo mundo riu, enquanto Bob latia, como se estivesse concordando. — Obrigado por tudo, principalmente por ter derrubado Camila no calçadão. Não foi a forma mais sútil de colocá-la na minha vida, mas, com certeza, foi a mais especial de todas. Eu amo você. 

Na hora de trocar as alianças, nossas mãos estavam trêmulas e isso demonstrava como estávamos em sincronia, emocionados, nervosos e cheios de tanto amor que, cara, eu juro, eu podia sentir o meu coração prestes a explodir dentro do peito. 

— Pode beijar a noiva. 

Esse foi o melhor momento. Beijar Camila era como ser preenchido por amor, mas aquele beijo foi diferente. Eu estava beijando a minha esposa. Sinceramente? Nada no mundo parecia ser melhor do que isso para mim. Como pude acreditar que a vida que eu levava antes era perfeita? 

Essa vida era perfeita. 

— Eu amo você, Mendes. 

— Eu te amo mais, Sra. Mendes. Vou te amar para sempre. 

Para sempre.

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